Tempo de leitura: 2 minutos

A paulistana Paulinha, como é conhecida no mundo do rugby, em uma entrevista descontraída na sede da CBRu, contou sobre o começo de sua carreira e tudo o que já passou com o rugby no Brasil.

paulinha

Foi através de amigos da escola que, aos 15 anos, Paulinha resolveu conhecer um pouco do esporte. Na época, não havia muitos times formados. Os amigos jogavam no SPAC e foi para lá que a jogadora seguiu e passou a ajudar no desenvolvimento da modalidade feminina no clube, que não tinha sequer sete atletas para compor um treino.

- Continua depois da publicidade -

“No começo era difícil mesmo, nós treinávamos com os meninos e era aquela coisa parada, só as técnicas de passar a bola para trás”, comentou Paulinha.

A vontade de jogar era tão grande que, mesmo sem um treinamento de rugby completo, ela e outras meninas continuaram frequentando o clube e incentivando novas garotas a praticarem o esporte.  

“Estou há 13 anos no SPAC. Vi o time crescer e faço parte dele até hoje. Devo todo o meu conhecimento de rugby ao clube, onde aprendi tudo o que sei”, completou a atleta.

Foi na seletiva do amistoso do Brasil contra a Venezuela, em 2001 para o Sul-Americano B, que cresceu o desejo de fazer parte da seleção nacional. No entanto, como tinha apenas 17 anos e não podia compor a seleção principal, a atleta frequentava os treinamentos para aprender com as que já vestiam o uniforme verde e amarelo.

O início na seleção brasileira aconteceu em 2004 e logo disputou seu primeiro campeonato Sul-Americano. Na ocasião, as meninas do Brasil surpreenderam e garantiram o primeiro título da categoria.

 “Nós levamos este torneio mais pelo coração do que pela técnica. Mostramos toda garra que tínhamos e o resultado foi incrível e inesperado”, comentou a jogadora, hoje octacampeã sul-americana com a seleção brasileira.

Quando o assunto é o prêmio de atleta do ano no rugby dado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, Paulinha, com muita humildade, responde: “Não vejo a premiação para mim. É apenas mais um passo para o rugby feminino. Eu estarei lá somente para representar todas as meninas que estão na luta comigo. Poderia ser qualquer uma de nós”.

A atleta finalizou a conversa com um agradecimento pela oportunidade de fazer parte do grupo nacional e sobre o que ainda espera conquistar com o rugby brasileiro. “Quando eu pisei na Nova Zelândia (para treinos intensivos da seleção) que eu comecei a ver que era tudo real e que nós estamos mudando. Acredito muito no nosso grupo e queremos viver o sonho Olímpico. Depois eu sigo até onde o meu joelho aguentar, só sei que não deixarei o rugby tão cedo!”, comenta a jogadora com um sorriso no rosto.

Escrito por: CBRu