Foto: NRL.com

Tempo de leitura: 5 minutos

ARTIGO COM VÍDEO – Simplesmente a maior vitória da história de Nova Gales do Sul (NSW) sobre Queensland no State of Origin. Nesta quarta-feira, a série anual de três partidas entre as duas gigantes seleções de Rugby League (o rugby de 13 jogadores) da Austrália começou com um placar que chocou o país: NSW Blues 50 x 06 Queensland Maroons.
A partida era histórica para Queensland, atual campeão, que jogava pela primeira vez em Townsville, no norte do estado. O jogo, no entanto, será para sempre lembrado pelo atropelo que foi. Os Maroons, do técnico campeoníssimo Wayne Bennett, não “viram a cor da bola” e foram superados num jogo de 8 tries a 1 pelos Blues, que viram Tom Trbojevic brilharam com um hat-trick (3 tries), o craque Latrell Mitchell marcar outros 2 e o debutante Brian To’o também somar outros 2 tries.

A superioridade dos Blues estava clara desde o começo, com Nathan Cleary chutando o primeiro penal, prevendo que o jogo seria a batalha parelha de sempre. No entanto, não foi. Tom Trbojevic marcou o primeiro try aos 17′ na ponta e, aos 21′, Brian To’o celebrou seu primeiro try pelos Blues, em jogada em velocidade iniciada por arrancada de Cook. O golpe foi acusado pelo Maroons, que viram To’o finalizar na ponta após mágico passe de Tariq Sims.

Antes da pausa, Capewell recebeu de Munster e fez o try que esboçava a reação dos Maroons. No entanto, o segundo tempo largou com Latrell Mitchell marcando o quarto try de NSW, apanhando chute rasteiro de Trbojevic. Queensland não conseguiu mais acompanhar o intenso ritmo e a velocidade de NSW, com Trbojevic correndo para seu segundo try aos 58′ e Mitchell marcando novamente aos 60′, após erro dos Maroons na recepção de chute. Aos 63′, foi a vez de Saifiti, no impacto, marcar seu try e, aos 68′, Trbojevic completou sua tripleta, com try em contra-ataque com Nathan Cleary.

- Continua depois da publicidade -

O placar de 50 x 06 foi o segundo maior da história do confronto, que ainda tem o 52 x 06 a favor dos Maroons de 2015 como maior placar. O segundo jogo da série de 2021 será de novo em Queensland, na capital Brisbane, no dia 27 de junho, e a vitória será obrigatória para os Maroons impedirem o título dos Blues antes do jogo final.

 

State of Origin 2021

06versus copiar50

Queensland Maroons 06 x 50 New South Wales Blues, em Townsville

Queensland

Try: Capewell

Conversão: Holmes (1)

Penal: Cleary (1)

5 Valentine Holmes (Cowboys), 2 Xavier Coates (Broncos), 3 Kurt Capewell (Panthers), 4 Dane Gagai (Rabbitohs), 18 Kyle Feldt (Cowboys), 6 Cameron Munster (Storm), 7 Daly Cherry-Evans (c) (Sea Eagles), 8 Christian Welch (Storm), 9 Harry Grant (Storm), 10 Tino Fa’asuamaleaui (Titans), 11 Felise Kaufusi (Storm), 12 David Fifita (Titans), 13 Jai Arrow (Rabbitohs);

Interchange: 14 AJ Brimson (Titans), 15 Jaydn Su’A (Rabbitohs), 16 Moeaki Fotuaika (Titans), 17 Joe Ofahengaue (Wests Tigers), 20 Coen Hess (Cowboys), 21 Ben Hunt (Dragons);

New South Wales

Tries: Trbojevic (3), To’o (2), Mitchell (2) e Saifiti

1 James Tedesco (c) (Roosters), 2 Brian To’o (Panthers), 3 Latrell Mitchell (Rabbitohs), 4 Tom Trbojevic (Sea Eagles), 5 Josh Addo-Carr (Storm), 6 Jarome Luai (Panthers), 7 Nathan Cleary (Panthers), 8 Daniel Saifiti (Knights), 9 Damien Cook (Storm), 10 Jake Trbojevic (Sea Eagles), 11 Cameron Murray (Rabbioths), 12 Tariq Sims (Dragons), 13 Isaah Yeo (Panthers);

Interchange: 14 Jack Wighton (Raiders), 15 Junior Paulo (Eels), 16 Payne Haas (Broncos), 17 Liam Martin (Dragons), 18 Api Koroisau (Panthers), 19 Campbell Graham (Rabbitohs);

 

O que é o Rugby League

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union quem reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França.

As entidades que organizam o Rugby League no mundo não têm ligações com as entidades do Rugby Union. A federação internacional do League é a International Rugby League (IRL) – Federação Internacional de Rugby League. No Brasil, a entidade que organiza o League é a CBRL – Confederação Brasileira de Rugby League.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo. A modalidade reduzida principal é o Nines, de 9 jogadores de cada lado;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derrubado, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;