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Muitos clubes compartilham as cores do uniforme pelo Brasil, e às vezes, até mesmo as origens. No Super 10, nada menos que quatro clubes dividem o azul e vermelho (e o branco). Procuramos alguns dos representantes dos clubes para comentar porque essas cores são tão populares.

Em tempo: apesar de utilizar o vermelhor e azul no seu uniforme, as cores do Armstrong Dragons são o vermelho e branco, e por esse motivo, não entrou na lista. Mas é o quinto da lista ao menos a vestir essas cores no Super 10

 

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Pasteur – clube francês, cores francesas

 

Segundo Márcio Duailibi, manager do clube adulto originado do tradicional colégio de origem francesa Liceu Pasteur, existe no estatuto do Pasteur uma cláusula que diz que o uniforme do ano deve ser igual a do ano interior da seleção da França de Rugby. “Representa a revolução francesa, sendo que o azul representa o poder legislativo, branco o poder executivo e o vermelho o povo, os três “dividindo” igualmente o poder. As cores representam também Liberdade , Igualdade e Fraternidade, na ordem da bandeira. Com vínculo à revolução e ao império, ela foi muito rejeitada inicialmente, sendo substituída por uma bandeira branca.” 

 

Curitiba – mantendo as cores do Curupaity

Leca Jentzsch, esposa de Aluísio Dutra (ex-presidente da ABR e veterano do clube) comenta as cores do clube. “No inicio na época da dureza, la no inicio do clube, os jogadores (hoje veteranos) ganharam um jogo de uniforme do Curupayti de Buenos Aires e a camisa era azul e veremelho, depois ganharam um outro uniforme da Universidade de Vitroles na França que também era azul e vermelho, o primeiro uniforme relamente do Curitiba foi cinza e vermelho. De lá pra cá, as cores do Curitiba são o azul, cinza e vermelho, mas como o cinza desta nova camisa é bem claro então parece branco.”

 

São José – emprestando as cores do Blagnac

A grande rivalidade entre Pasteur e São José às vezes encobre o fato dos clubes terem origens semelhantes. No caso do São José, segundo explica Leo Frota capitão do time até 2013. “O francês Dominic Contant trabalhava em um hotel da cidade e, numa viagem de negócios com a Embraer, teve contato com o prefeito da cidade de Blagnac na França. O Dominic falou que havia uma equipe nova na cidade e precisava de uniforme de jogo. O prefeito falou que iria enviar e realmente foi o que aconteceu! Chegou o uniforme listrado horizontalmente vermelho e azul, que é mantido até hoje pelo São José.”

 

Wallys – dos livros para os campos

“Na verdade no começo do time éramos apenas Rugby Jundiaí”, conta Guilherme Zaparoli, um dos fundadores do clube, hoje baseado em Louveira. “Tínhamos uma parreira de uva e um cacho de uva no simbolo, que são um dos simbolos da cidade. Em uma de nossas reuniões em um bar aqui de jundiaí, um dos integrantes chegou com uma camisa listrada branca e vermelha e alguém comentou que ele estava vestido igual ao Wally, e aí ficou. O azul é da calça jeans que o Wally usa nos livros, simples assim.

 

 

Vitória – fazendo jus às cores da capital

Manolo Schiaffino, um dos mentores da equipe nos últimos anos, comenta as cores do Vitória. “As cores vermelha e azul são parte das cores da cidade de Vitória, que estão no brasão da cidade. O escudo do clube ainda possui um coqueiro, e vem dos primeiros treinos na praia onde havia uma área cheia deles.”

 

Charrua – tradições indígenas

Segundo Rodrigo Hleveina, um dos diretores do clube gaúcho, reforça a identidade com a tribo que dá nome ao clube, “Os Charruas tinham uma tatuagem facial composta por linha transversais dessa cor, cobrindo toda a maçã do rosto. Em tempos de guerra e festa, pintavam  a extremidade inferior da mandíbula de branco.”

 

Guanabara – fundadores lembram de casa

O campeão fluminense é mais um a levar as cores da França. Segundo o site do clube, “A comunidade inglesa já tinha formado um clube no Rio de Janeiro, o Rio Rugby, devido à forte presença britânica desde o século XIX. Em meados dos anos 70 um novo fluxo de trabalhadores (construção civil, acadêmico) chega da França, juntos com argentinos e portugueses (revolução dos cravos 25-04-74). Alguns não se reconhecem na identidade britânica do Rio Rugby, e Jean Claude Fortier era um desses francêses recém chegado, originário de Perigueux, atleta de rugby desde a infância. Rapidamente ele se mudou para a Barra da Tijuca o que inviabilizou treinar em Niterói. Algumas discordâncias (talvez de origem histórica) com os ingleses do Rio Rugby fez que o Jean Claude tomasse a decisão de criar um clube novo, o Guanabara Rugby. Com uma base de jogadores franceses e portugueses e apoiado pela Aliança Francesa, o clube acabou adotando as cores do país de origem de se fundador.