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Enquanto as principais competições de Rugby no Brasil estão paradas por conta da pandemia, as atletas brasileiras estão se movimentando e mostrando a emergência das mulheres no esporte. São vários os fatores que mostram esse caminho de lutas, em busca de mais respeito no meio esportivo nacional.

Com todas as atividades voltadas à internet, foi possível juntar atletas de diferentes regiões e
gerações, gerando discussões sobre o panorama geral das mulheres no Rugby brasileiro. Essa união, proporcionada pelas tecnologias e impulsionada pelo fenômeno das conversas públicas virtuais, nas lives, ajuda a atrair os olhares para as pautas necessárias.

Uma grande prova da movimentação surtindo efeitos foi o afastamento de Eric Romano, que havia sido nomeado CEO da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu). Romano tem um histórico polêmico de misoginia e diminuição das lutas femininas. Em um post na rede social Instagram, ele escreveu “O Feminismo é um mal a ser combatido. Mulheres e crianças são instrumentalizadas, tornando-se depressivas e frustradas. Homens fracos se tornam emasculados e perdem sua noção de função na sociedade. A família se desfaz e a sociedade vira um caos”.

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Com forte rechaço nas redes sociais e divulgação de nota oficial assinada e apoiada por mais de 30 times do Rugby brasileiro, Eric Romano deixou o cargo menos de 12 horas depois de sua nomeação. A carta de repúdio também fez questão de destacar a importância de ter alguém que respeite os princípios do Rugby nas posições de liderança da confederação – integridade, respeito, solidariedade, paixão e disciplina.

Outra demonstração de união e força do Rugby feminino nacional é a realização de campeonatos online, como o 1° Campeonato Gaúcho Feminino de Rugby Online. Mesmo que ainda não tenha um formato definido, esta é uma importante iniciativa para manter o engajamento das atletas durante o período da pandemia. De acordo com a página da Federação Gaúcha de Rugby, o objetivo é criar um ambiente para interação entre as jogadoras juvenis e adultas e promover a união das mulheres rugbistas do estado.

O interesse da população pelo Rugby feminino também mostra que há espaço para crescimento. De acordo com um levantamento realizado pelo UniversoDelas, as buscas na internet pelo termo “Rugby” tiveram uma grande queda durante a pandemia – muito por conta da falta de jogos. Enquanto isso, o número de buscas pelo termo específico “Rugby Feminino”, manteve uma constância e não foi tão impactado.

Vale lembrar que o Rugby feminino brasileiro está classificado para as olimpíadas de Tóquio. Além disso, nossa seleção foi campeã do Campeonato Sul-Americano em 2018. Ainda assim, a grande maioria dos cargos da Confederação são ocupados por homens, mostrando que este é um processo de lutas contínuas e necessárias.