Foto: NRL

Tempo de leitura: 6 minutos

Nessa quarta-feira, a Austrália irá parar com o maior evento do Rugby League (o rugby de 13 atletas) do país. Para muitos, o maior evento do esporte. É o State of Origin! Você sabe o que é ele?

O State of Origin é a série anual de 3 partidas entre as seleções dos estados de New South Wales (ou Nova Gales do Sul, onde fica a cidade de Sydney), chamados de Blues, de e Queensland (onde fica a cidade de Brisbane), os Maroons. São os dois estados onde o Rugby (League e Union) reina e, portanto, trata-se de um verdadeiro jogo das estrelas da NRL, a liga australiana, tida como a mais forte do planeta na modalidade.

O jogo poderá ser assistido ao vivo online, com uso de VPN, na página do Channel 9 (clique aqui).

- Continua depois da publicidade -

Criado em 1982, o State of Origin tem imensa rivalidade e é famoso pela intensidade do jogo. Apesar de New South Wales ter mais clubes na NRL (10), Queensland (que tem apenas 3 clubes na elite) leva a vantagem histórica na série, com 22 conquistas, contra 15 dos azuis. Os Maroons chegaram a vencer 8 títulos seguidos entre 2006 e 2013, mas os Blues voltaram a equilibrar a série nos últimos anos. Em 2020, o título foi de Queensland, após New South Wales ter vencido as séries de 2018 e 2019.

E por que só New South Wales e Queensland? Porque nos demais estados da Austrália, é o futebol australiano (o Aussie Rules, cuja grande liga é a AFL) o esporte mais popular e, portanto, produzem menos atletas de ponta para o Rugby.


Em Queensland e New South Wales, a briga entre Rugby League e Rugby Union é historicamente social, com o League sendo mais popular e o Union ligado às escolas privadas, ainda que isso tenha mudado um pouco recentemente. A capital federal (ACT, o território da cidade de Canberra) é também terra de Rugby e está encravado em NSW.

A partida deste quarta-feira será a primeira na história a ser jogada em Townsville, cidade do norte de Queensland. O favoritismo desta vez está do lado dos Blues de acordo com as casas de apostas, mas o time de New South Wales terá muitos debutantes em ação (três nomes de destaque do líder Panthers: Tuati, To’o e Martin), o que colocará os azuis sob pressão. Olhos para nomes como o capitão James Tedesco, com a 1, o artilheiro Josh Addo-Carr na ponta e o genial Nathan Cleary na criação.

Já os Maroons se valem da experiência do técnico mais vitorioso da NRL, Wayne Bennett, que conta no time com veteranos da qualidade do artilheiro Dane Gagai, do mágico Valentine Holmes e criativos Cameron Munster e Daly Cherry-Evans.

O segundo jogo será no dia 27 de junho, em Brisbane, o que significa que os Maroons terão o mando de jogo das duas primeiras partidas, obrigando os Blues a vencerem ao menos uma partida fora de casa. Já o terceiro e último duelo será em Sydney, casa dos Blues, no dia 14 de julho. 

Histórico:

  Nº de títulos (séries)¹Nº de vitórias (jogos)Nº de empatesNº de derrotas
Queensland2263255
New South Wales17²55263
¹ 2 séries terminaram empatadas e sem campeão;
² New South Wales venceu mais 2 edições de jogo único, que não foram séries, o que totalizaria 17 títulos;

 

State of Origin Logo

State of Origin 2021

versus copiar

09/06 – 07h00 – Queensland Maroons x New South Wales Blues, em Townsville – AO VIVO NO CHANNEL 9 (VIA VPN)

*horário de Brasília

New South Wales: 1 James Tedesco (c) (Roosters), 2 Brian To’o (Panthers), 3 Latrell Mitchell (Rabbitohs), 4 Tom Trbojevic (Sea Eagles), 5 Josh Addo-Carr (Storm), 6 Jarome Luai (Panthers), 7 Nathan Cleary (Panthers), 8 Daniel Saifiti (Knights), 9 Damien Cook (Storm), 10 Jake Trbojevic (Sea Eagles), 11 Cameron Murray (Rabbioths), 12 Tariq Sims (Dragons), 13 Isaah Yeo (Panthers);

Interchange: 14 Jack Wighton (Raiders), 15 Junior Paulo (Eels), 16 Payne Haas (Broncos), 17 Liam Martin (Dragons), 18 Api Koroisau (Panthers), 19 Campbell Graham (Rabbitohs);

Queensland: 5 Valentine Holmes (Cowboys), 2 Xavier Coates (Broncos), 3 Kurt Capewell (Panthers), 4 Dane Gagai (Rabbitohs), 18 Kyle Feldt (Cowboys), 6 Cameron Munster (Storm), 7 Daly Cherry-Evans (c) (Sea Eagles), 8 Christian Welch (Storm), 9 Harry Grant (Storm), 10 Tino Fa’asuamaleaui (Titans), 11 Felise Kaufusi (Storm), 12 David Fifita (Titans), 13 Jai Arrow (Rabbitohs);

Interchange: 14 AJ Brimson (Titans), 15 Jaydn Su’A (Rabbitohs), 16 Moeaki Fotuaika (Titans), 17 Joe Ofahengaue (Wests Tigers), 20 Coen Hess (Cowboys), 21 Ben Hunt (Dragons);

 

O que é o Rugby League

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union quem reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França.

As entidades que organizam o Rugby League no mundo não têm ligações com as entidades do Rugby Union. A federação internacional do League é a International Rugby League (IRL) – Federação Internacional de Rugby League. No Brasil, a entidade que organiza o League é a CBRL – Confederação Brasileira de Rugby League.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo. A modalidade reduzida principal é o Nines, de 9 jogadores de cada lado;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derrubado, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;