Foto: ©INPHO/James Crombie

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ARTIGO ATUALIZADO – O Six Nations retorna nesse fim de semana para sua reta final. A quarta rodada vem aí com grandes jogos na ESPN.

O líder Gales abre a rodada visitando a lanterna Itália no sábado, ao passo que o dia se encerra com o maior clássico europeu, Le Crunch, isto é, Inglaterra contra França. A Inglaterra, atual campeã, já sofreu duas derrotas e está pressionada, enquanto a França segue invicta e com um jogo a menos, voltando a campo após surto de COVID-19. Já no domingo a rodada se encerra com jogo de vida ou morte entre Escócia e Irlanda, o clássico celta.

 

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Le Crunch!

O clássico entre Inglaterra e França promete muito. Em 2020, a Inglaterra caiu contra a França no Six Nations, mas deu o troco vencendo o duelo na Nations Cup. No entanto, o time francês da final da Nations Cup era declaradamente o reserva e, mesmo assim, os ingleses só venceram na prorrogação.

Após desempenho ruim em 2021, Eddie Jones tirou o fullback Elliot Daly e deu chance a Max Malins, destaque do Bristol Bears, naquela que é a principal alteração com relação ao time derrotado por Gales na rodada passada. As outras duas mudanças estão no pack, com as entradas do segunda linha Charlie Ewels e do hooker Luke Cowan-Dickie.

Já a França, que segue invicta, celebra os retornos do centro Vakatawa e do abertura Ntamack, que estavam lesionados. Ntamack começará no banco de reservas, uma vez que Jalibert vem muito bem com a camisa 10, fazendo dupla com o craque Antoine Dupont (chamado pelo inglês Ben Youngs de “o melhor 9 do mundo”), recuperado da COVID-19. Com Vincent e Villiére lesionados, Vakatawa recupera a camisa 13 e Teddy Thomas volta à ponta, para fazerem duplas, respectivamente, com Fickou e Penaud. No pack, Cretin voltou a ser o camisa 6 titular e terá a companhia do capitão Ollivon, também recuperado para a partida. Sem Le Roux (lesionado) na segunda linha, Taofifenua é a outra novidade. O técnico Fabien Galthié ainda optou por um “bomb squad”, escalando 6 forwards e apenas 2 backs no banco – Serin e Ntamack – sugerindo que está focado no embate físico do duelo.

A volta de Ollivon e Cretin para jogarem ao lado de Alldritt coloca a terceira linha num patamar elevado diante de uma terceira linha inglesa que sofreu em 2021. Curry, Wilson e Vunipola terão uma missão hercúlea de se imporem sobre o trio francês. Mas nada é comparado ao desafio na linha. Ford, com a 10, e Farrell, com a 12, não vem produzindo e a Inglaterra tem dependido da qualidade do camisa 9 Ben Youngs, que sabe perfeitamente da dificuldade de fazer oposição a Dupont. Já no fundo, Malins vai duela com o fullback francês Brice Dulin que vem em alto e tem sido uma das grandes armas dos Bleus.

O jogo é em Londres, onde a França não vence desde 2007. Porém, tudo leva a crer que o favoritismo esteja do lado azul. Ainda assim, clássico é clássico (e vice versa) e a Inglaterra tem elenco bom o bastante para sair do atoleiro.


Gales em busca do título

Ninguém imagina que a Itália vá acabar com seu jejum de vitórias agora. A Itália não vence um jogo de Six Nations desde 2015 e não vem jogando num nível inspirador. No começo do Six Nations, no entanto, este era o jogo mais acessível para uma vitória italiana, pois Gales estava muito mal. Porém, tudo mudou e agora Gales lidera invicto o Six Nations com 3 vitórias em 3 jogos e é amplo favorito para o jogo em Roma após ter feito jogo convincente contra a Inglaterra.

Para manter a liderança e colocar uma mão na taça, Gales fez apenas duas mudanças em seu elenco que venceu os ingleses. O scrum-half Gareth Davies volta ao time no lugar do lesionado Hardy e Cory Hill retorna à segunda linha no lugar de Beard. Davies reeditará dupla com o abertura Dan Biggar – dupla de sucesso no Mundial 2019, mas que fez 2020 ruim. Liam Williams manteve a camisa 15, deixando Halfpenny na reserva, enquanto Jonathan Davies e George North reeditam dupla de centros que funcionou no mês passado.

A Itália não vence Gales desde 2007 e contará com o retorno do jovem scrum-half Stephen Varney para buscar se erguer. Varney reedita dupla com outro jovem, o abertura Garbisi, que vem sendo destaque dos Azzurri, apesar das derrotas. No pack, ponto que segue chave para a Itália conseguir quebrar o jejum, a novidade está na troca dos dois pilares, com Fischetti e Zilocchi ganhando a titularidade. Mesmo com tantos insucessos, a Itália tem conseguido ganhar metros quando tem a bola em menos, mas para justamente no enfrentamento físico, sobretudo no segundo tempo, cometendo muitos erros defensivos com o andamento da partida.


Quaich para seguir sonhando

No domingo, Escócia e Irlanda duelam para seguirem sonhando com o título, em partida que ainda vale o Centenary Quaich, o troféu anual entre os dois países. As duas seleções caíram contra Gales e não podem se dar ao luxo de uma segunda derrota. Portanto, é tudo ou nada para ambas. Curiosamente, o jogo marcará finalmente o desempate histórico dos confrontos diretos entre os dois países, que estão igualados em número de vitórias: 66 triunfos para cada lado. Não há favorito no duelo deste ano.

Para além do Six Nations, o jogo ainda tem sabor de British and Irish Lions, com atletas dos dois times não escondendo que sabem que bom desempenho no confronto pode significar convocação para os Lions. O duelo entre os aberturas Jonny Sexton, pela Irlanda, e Finn Russell, pela Escócia, é particularmente importante para a briga pela camisa 10 dos Lions e promete demais.

A Escócia teve quatro trocas no time titular – e são boas novidades. WP Nel retornou à primeira, para jogar com o hooker George Turner. Já Jamie Ritchie é retorno celebrado para a terceira linha, para formar um sólido trio com Watson e Fagerson. A outra novidade está na ponta, com o retorno de Sean Maitland.

Por sua vez, a Irlanda também teve novidades na primeira linha, com os retornos importantes de Cian Healy e Rob Herring. O outro nome que volta é Keith Earls na ponta. Gibson-Park foi mantido como scrum-half, deixando Murray na reserva, em opção que deu o que falar da parte do técnico Andy Farrell. A Irlanda não teve uma vitória ainda expressiva, pois venceu apenas a Itália e sofreu derrotas para Gales e França. Apesar do impacto no pack ter ajudado a equilibrar as ações entre os avançados, a linha irlandesa produziu pouco e a aposta na parceria Gibson-Park com Sexton é uma tentativa de resposta, valendo ainda da qualidade da dupla de centros Henshaw e Ringrose.


*Horários de Brasília

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13/03 – 11h15 – Itália x Gales, em Roma – ESPN2 AO VIVO

Árbitro: Wayne Barnes (Inglaterra)

Histórico: 29 jogos, 26 vitórias de Gales, 2 vitórias da Itália e 1 empate. Último jogo: Gales 38 x 18 Itália, em 2020 (Autumn Nations Cup);

Itália: 15 Jacopo Trulla, 14 Mattia Bellini, 13 Ignacio Brex, 12 Carlo Canna, 11 Monty Ioane, 10 Paolo Garbisi, 9 Stephen Varne, 8 Michele Lamaro, 7 Johan Meyer, 6 Sebastian Negri, 5 David Sisi, 4 Niccolò Cannone, 3 Giosué Zilocchi, 2 Luca Bigi (c), 1 Danilo Fischetti;

Suplentes: 16 Oliviero Fabiani, 17 Andrea Lovotti, 18 Marco Riccioni, 19 Marco Lazzaroni, 20 Maxime Mbandà, 21 Marcello Violi, 22 Federico Mori, 23 Edoardo Padovani;

Gales: 15 Liam Williams, 14 Louis Rees-Zammit, 13 George North, 12 Jonathan Davies, 11 Josh Adams, 10 Dan Biggar, 9 Gareth Davies, 8 Taulupe Faletau, 7 Justin Tipuric, 6 Josh Navidi, 5 Alun Wyn Jones (c), 4 Cory Hill, 3 Tomas Francis, 2 Ken Owens, 1 Wyn Jones;

Suplentes: 16 Elliot Dee, 17 Rhys Carre, 18 Leon Brown, 19 Jake Ball, 20 Aaron Wainwright, 21 Lloyd Williams, 22 Callum Sheedy, 23 Uilisi Halaholo;

 

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13/03 – 13h45 – Inglaterra x França, em Londres – Le Crunch ESPN2 AO VIVO

Árbitro: Andrew Brace (Irlanda)

Histórico: 107 jogos, 59 vitórias da Inglaterra, 41 vitórias da França e 7 empates. Último jogo: Inglaterra 22 x 19 França, em 2020 (Autumn Nations Cup);

Inglaterra: 15 Max Malins, 14 Anthony Watson, 13 Henry Slade, 12 Owen Farrell (c), 11 Jonny May, 10 George Ford, 9 Ben Youngs, 8 Billy Vunipola, 7 Tom Curry, 6 Mark Wilson, 5 Charlie Ewels, 4 Maro Itoje, 3 Kyle Sinckler, 2 Luke Cowan-Dickie, 1 Mako Vunipola;

Suplentes: 16 Jamie George, 17 Ellis Genge, 18 Will Stuart, 19 Jonny Hill, 20 Ben Earl, 21 Dan Robson, 22 Ollie Lawrence, 23 Elliot Daly;

França: 15 Brice Dulin, 14 Teddy Thomas, 13 Virimi Vakatawa, 12 Gael Fickou, 11 Damian Penaud, 10 Matthieu Jalibert, 9 Antoine Dupont, 8 Gregory Alldritt, 7 Charles Ollivon (c), 6 Dylan Cretin, 5 Paul Willemse, 4 Romain Taofifenua, 3 Mohamed Haouas, 2 Julien Marchand, 1 Cyril Baille;

Suplentes: 16 Camille Chat, 17 Jean-Baptiste Gros, 18 Dorian Aldegheri, 19 Cyril Cazeaux, 20 Cameron Woki, 21 Anthony Jelonch, 22 Baptiste Serin, 23 Romain Ntamack;

 

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14/03 – 12h00 – Escócia x Irlanda, em Edmiburgo – Centenary Quaich ESPN AO VIVO

Árbitro: Romain Poite (França)

Histórico: 137 jogos, 66 vitórias da Escócia, 66 vitórias da Irlanda e 5 empates. Último jogo: Irlanda 31 x 16 Escócia, em 2020 (Autumn Nations Cup);

Escócia: 15 Stuart Hogg (c), 14 Sean Maitland, 13 Chris Harris, 12 Sam Johnson, 11 Duhan van der Merwe, 10 Finn Russell, 9 Ali Price, 8 Matt Fagerson, 7 Hamish Watson, 6 Jamie Ritchie, 5 Jonny Gray, 4 Scott Cummings, 3 WP Nel, 2 George Turner, 1 Rory Sutherland;

Suplentes: 16 David Cherry, 17 Jamie Bhatti, 18 Simon Berghan, 19 Grant Gilchrist, 20 Nick Haining, 21 Scott Steele, 22 Huw Jones, 23 Darcy Graham;

Irlanda: 15 Hugo Keenan, 14 Keith Earls, 13 Garry Ringrose, 12 Robbie Henshaw, 11 James Lowe, 10 Jonathan Sexton, 9 Jamison Gibson-Park, 8 CJ Stander, 7 Will Connors, 6 Tadhg Beirne, 5 James Ryan, 4 Iain Henderson, 3 Tadhg Furlong, 2 Rob Herring, 1 Cian Healy;

Suplentes: 16 Ronan Kelleher, 17 Dave Kilcoyne, 18 Andrew Porter, 19 Ryan Baird, 20 Jack Conan, 21 Conor Murray, 22 Billy Burns, 23 Jordan Larmour;

 

 SeleçãoJogosPontos
Gales520
França516
Irlanda515
Escócia515
Inglaterra510
Itália50
- Grand Slam = 3 pontos;
- Vitória = 4 pontos;
- Empate = 2 pontos;
- Derrota = 0 pontos;
- Anotar 4 ou mais tries = 1 ponto extra;
- Perder por diferença de 7 pontos ou menos = 1 ponto extra;