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A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) tem um programa internacional de desenvolvimento dos atletas de categoria de base. Dois atletas por ano são chamados para morar, estudar e jogar rugby na Nova Zelândia. Matheus Augusto, do Jacareí, já havia sido confirmado como um dos beneficiados da chamada “Bolsa Etlin”. O outro escolhido é Felipe Gomes Rosa, de 18 anos, um dos destaques da categoria de base do São José, que participará do programa de 9 de março a 29 de julho. O atleta ficará em Christchurch, na Academia dos Crusaders, uma das principais equipes do país.

 

Segundo Fernando Portugal, que é um dos responsáveis pelos programas de desenvolvimento da CBRu, os garotos vão para uma escola em que o rugby faz parte do currículo escolar. Os atletas estudam de manhã e à tarde praticam o rúgbi: “Eles vão vivenciar todos os aspectos técnicos do jogo, compreensão tática, física. Irão viver intensamente a modalidade e dividir esta experiência com atletas de todo o mundo que vão para lá para este tipo de intercâmbio. Eu mesmo acompanharei o seu desenvolvimento na parte do rugby. Um instrutor me enviará cada passo do desenvolvimento dele e iremos discutir isso por mensagens”.

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Portugal também comentou sobre o potencial de Felipe: “O Felipe já se destacava no São José Rugby pelas condições físicas. Um garoto com bom tamanho. Mas o que chamou mais a atenção foi a seriedade e o compromisso com que ele levou o rugby no último ano. Destaque no clube, nos treinos e jogos e presença assídua nos treinos da academia de alto rendimento da CBRu. Treinou com os adultos na academia e não tenho dúvida de que foi o jogador de rugby juvenil do Brasil que mais horas de treino teve no ano passado. A consequência só poderia ser um enorme desenvolvimento técnico e físico. O Felipe se transformou em um ano. Deixou de ser um garoto grandão, com bom potencial, para ser uma referência nacional da modalidade na sua categoria. Ele tem o perfil justo daqueles que buscam para serem beneficiados com o programa. Não tenho dúvida de que irá absorver todo o conhecimento que lhe for passado e replicará isso quando voltar ao Brasil”.

 

Em uma conversa com a assessoria de imprensa do São José Rugby, Felipe contou um pouco sobre esta experiência.
 

Como foi o seu começo com o rugby?
Felipe: Eu treinava em uma academia, mas não fazia nenhum esporte. E sempre fui grande. Em janeiro de 2014, o Guto, scrum-half do São José Rugby e treinador das categorias de base, era meu instrutor na academia e passava uns treinos para mim. Ele começou a me falar do rugby que eu nem fazia ideia do que era. Mas antes de conhecer o rugby eu já queria praticar um esporte que eu pudesse utilizar meu corpo, minha força. Eu até buscava fazer luta por que gosto de esporte de contato. De tanto que o Guto falou, eu fui para casa e comecei a pesquisar sobre o esporte e quando vi foi paixão à primeira vista.

 

Comecei a ver os vídeos, as regras, todos os tipos de coisas do rugby e de lá em diante meu pensamento passou a ser 24 horas em rugby. Até o pessoal da minha família, meus amigos passaram a falar que eu estava louco, que só pensava em rugby. Até no meu quarto eu coloco as fotos dos jogos que participo e guardo todos os campeonatos que vou eu guardo uma lembrança. Tenho um caderno em que anoto tudo, meus objetivos, o que preciso melhorar, eu colo na parede meus objetivos de treinos, de metas e isso desde o começo mesmo.

 

Qual a sensação quando soube que tinha sido um dos escolhidos para o Programa?
Felipe: Sensação de surpresa. Vinha treinando muito e tinha este objetivo em mente. Desde que comecei a jogar rugby (que não faz muito tempo, dois anos e meio a três anos) eu sempre tive objetivo para conquistar. E desde o começo fui colocando esses objetivos e conquistando. Quando soube do programa da CBRu de que dois atletas juvenis por ano iriam para a Nova Zelândia, eu comecei a me esforçar mais, a treinar mais, a tentar melhorar minha técnica, meu físico. Mas até agora ainda não caiu a ficha. Só vai cair mesmo quando eu estiver no aeroporto. Vai ser um sonho, o sonho de todo o jogador de rugby, que é ir para a Nova Zelândia, jogar com os melhores e aprender.

 

E qual foi a reação da sua família?
Felipe: Minha família ficou muito feliz comigo. Só quem está ao seu lado sabe o quanto você se esforça, o quanto você se doa. Meus pais não são diferentes, eles viram o tanto que eu me esforcei, quanto eu sacrifiquei, quantas coisas eu deixei para trás, coisas importantes para eles que deixei de fazer pelos meus objetivos. Aos poucos eles foram vendo que é isso que eu quero para minha vida, que é jogar rugby, minha paixão e passaram a gostar do rugby, dos valores. Eles agora estão muito felizes, comentam sempre com os amigos deles, com a nossa família sobre isso, eles acham que vai ser uma experiência boa para mim. Eles passaram a me apoiar e a me ajudar e ficam muito felizes por todo o meu esforço ser reconhecido.

 

Qual a sua expectativa para participar do Programa?
Felipe: Minha expectativa é voltar para cá, ajudar meu clube, compartilhar com meus companheiros o que eu aprendi e ser um exemplo para quem está começando. E quero ajudar muito o Brasil a chegar a uma Copa do Mundo, que é meu sonho máximo: jogar uma Copa do Mundo pelo Brasil. Esse é o auge do meu sonho e tenho certeza que podemos conseguir.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa São José Rugby [adaptado]

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