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A saída do Reino Unido da União Europeia, o “Brexit”, cujo resultado foi anunciado hoje, terá alguma repercussão no rugby? Resposta: sim, no rugby de clubes.

 

A Premiership inglesa se tornou nos últimos anos um dos grandes mercados no mundo do rugby para atletas de todo o globo. Entretanto, a saída britânica da União Europeia deverá impactar os jogadores de outros países europeus que atuam na Premiership – bem como nas equipes escocesas e galesas do PRO12, além do Ulster, da Irlanda do Norte – uma vez que eles deixarão de se beneficiar das regras de livre circulação de trabalhadores dentro do bloco.

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Atualmente, a Premiership limita cada clube a ter no máximo 2 jogadores extracomunitários (isto é, de fora de países da União Europeia) em suas listas de 23 atletas para cada partida. Porém, atletas da África, Caribe e Pacífico Sul (Fiji, Samoa e Tonga) vem se beneficiando de um acordo com União Europeia que também exclui atletas dessas regiões da lista de atletas estrangeiros, o que vem permitindo aos clubes ingleses contratarem sul-africanos, fijianos, namibianos, samoanos e tonganeses sem que eles entrem para a lista de estrangeiros.

 

Com o Reino Unido fora da União Europeia, atletas de Fjii, Samoa, Tonga, África do Sul, República da Irlanda e Itália, por exemplo, que figuram em grandes números na Premiership, passariam a competir com jogadores de Argentina, Nova Zelândia, Austrália, Geórgia, Canadá, Estados Unidos, entre outros, pelas meras duas vagas para estrangeiros nos elencos dos clubes ingleses. Argentinos e australianos que hoje se beneficiam de passaportes italianos, por exemplo, também seriam impactados.

 

Ou seja, o reflexo nos elencos dos principais clubes de rugby deverá ser sentido. Mas não de imediato. O processo de saída do Reino Unido da União Europeia só deverá se completar dentro de dois anos e a próxima temporada da Premiership e do PRO12 não sentirão o impacto. Além disso, ainda é possível que o Reino Unido faça acordos bilaterais com outros países que permitam liberdade de circulação de trabalhadores, como atletas de rugby, o que poderia diminuir o impacto no rugby. Ainda assim, para alguns analistas, o “Brexit” poderá ter nos próximos anos como reflexo a vantagem competitiva dos clubes do Top 14 francês na luta por estrangeiros de prestígio. Contudo, a Premiership, obviamente pode mudar as regras sobre número de estrangeiros nas equipes, o que é provável diante do cenário.

 

E é bom lembrar: se o rugby enfrentará problemas com atletas, imagine o futebol inglês, que está ainda mais lotado de estrangeiros. O tema ainda renderá muito além das urnas.

 

1 COMENTÁRIO

  1. Bem a República da Irlanda e o Reino Unido não terão problemas porque eles já tinham um acordo livre de pessoas antes do RU entrar na UE, tanto que os dois não fazem parte da área Schegen. Acho que somente os franceses terão dificuldades em entrar no Aviva Premiership. E creio que a própria AP irá mudar esse número de jogadores “extrangeiros”