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Ninguém pode negar: Mourad Boudjelal pensa “fora da caixa”. O presidente do Toulon, da França, lançou no ar mais uma de suas ideias ambiciosas. E é inegável: fundamento ela tem.

 

Boudjelal falou à imprensa sobre sua ideia de substituir a Copa Europeia (a Champions Cup) por uma Superliga Europeia, com 20 clubes, que na visão do magnata poderiam ser divididos em 2 grupos de 10 equipes cada, as quais se enfrentariam em turno e returno em um total de 18 rodadas, seguidas de mata-mata, com quartas de final, semifinais e final. Ou seja, uma supercompetição de 21 rodadas. De acordo com sua proposta, ao menos 6 clubes seriam franceses e outros 6 ingleses, restando ainda 8 vagas para equipes de outros países (Gales, Irlanda, Escócia e Itália, possivelmente). E Boudjelal vai ainda mais longe: os quatro primeiros colocados de sua Superliga enfrentariam os melhores do Super Rugby em um Mundial de Clubes.

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Tal calendário tornaria também necessário suprimir as ligas nacionais (Top 14, Premiership e PRO12), que se tornariam as segundas divisões da Superliga, com promoção e rebaixamento entre elas. A proposta, assim, reduziria o número de jogos de elite das equipes europeias profissionais (para algo provavelmente ao redor de 25 datas, contras as atuais 38 dos clubes franceses e 39 dos clubes ingleses), reduzindo o atrito com os calendários das seleções nacionais, mas produziria uma competição capaz de ampliar e muito as receitas, com possíveis contratos milionários de TV.

 

Brilhante? Talvez. Possivelmente. Mas possível apenas a partir de 2020, pois as ligas nacionais já têm contratos de TV vigentes que precisam ser cumpridos.

 

Para ajudar a visualização de como seria tal liga, segue um exemplo de cenário, pegando a ATUAL classificação das 3 ligas principais da Europa:

 

1ª divisão

Superliga Europeia

Toulon, Racing, Clermont, Toulouse, Montpellier e Bordeaux (França); Saracens, Wasps, Exeter Chiefs, Leicester Tigers, Northampton Saints e Harlequins (Inglaterra); Leinster, Munster, Ulster, Connacht (Irlanda), Ospreys, Scarlets (Gales), Glasgow Warriors e Edinburgh (Escócia);

 

2ªs divisões

Top 12 (França): Stade Français, Brive, Castres, Grenoble, La Rochelle, Pau, Oyonnax, Agen, Lyon, Bayonne, Béziers e Aurillac

Premiership (Inglaterra): Sale Sharks, Gloucester, Bath, Worcester Warriors, Newcastle Falcons, London Irish, Bristol, Doncaster Knights, Yorkshire Carnegie, Bedford Blues, Jersey e Nottingham

PRO 12 (Demais): Cardiff Blues, Dragons (Gales), Zebre, Treviso (Itália), Romênia, Geórgia, Espanha, Rússia, Alemanha, Bélgica, Portugal (?)

4 COMENTÁRIOS

  1. A iniciativa de um mundial de clubes com o enfrentamento dos clubes do super rugby e da Champions Cup é perfeita, porém retirar os clubes de seus torneios nacionais não é positivo ao meu ver. Não precisamos retirar os clubes de seus torneios nacionais tradicionais para organizar um calendário, vide propostas das federações inglesas e neozelandezas para a unificação dos calendários dos hemisférios norte e sul. A participação de clubes de outros países no pro12 seria queimar etapas que estão sendo feitas com o torneio de qualificação para a Challenge cup por exemplo, é preciso paciência para que o rugby se internacionalize de fato a nível técnico.
    P.S.: O top 14 poderia ser um pouco menor, 14 times tornam a liga um pouco fraca se analisada de modo geral.

  2. Retrocesso. O esporte deixaria de ter 5 grandes competições de clubes (3 nacionais europeus + Champions Cup + Super Rugby) para ter apenas 2. Isso seria um atentado à expansão do rugby em regiões menos populares das nações tier 1, além de dificultar ainda mais a possibilidade de um clubes de nações tier 2 competitivos.

    Ele está pensando no bolso dele, e tem direito a fazê-lo, mas essa proposta seria muito ruim para o crescimento do esporte. A solução para o calendário é reduzir o tamanho dos nacionais. Top14 com 29 datas é um exagero.

  3. A iniciativa de um mundial de clubes com o enfrentamento dos clubes do super rugby e da Champions Cup é perfeita, porém retirar os clubes de seus torneios nacionais não é positivo ao meu ver. Não precisamos retirar os clubes de seus torneios nacionais tradicionais para organizar um calendário, vide propostas das federações inglesas e neozelandezas para a unificação dos calendários dos hemisférios norte e sul. A participação de clubes de outros países no pro12 seria queimar etapas que estão sendo feitas com o torneio de qualificação para a Challenge cup por exemplo, é preciso paciência para que o rugby se internacionalize de fato a nível técnico.
    P.S.: O top 14 poderia ser um pouco menor, 14 times tornam a liga um pouco fraca se analisada de modo geral.

  4. Retrocesso. O esporte deixaria de ter 5 grandes competições de clubes (3 nacionais europeus + Champions Cup + Super Rugby) para ter apenas 2. Isso seria um atentado à expansão do rugby em regiões menos populares das nações tier 1, além de dificultar ainda mais a possibilidade de um clubes de nações tier 2 competitivos.

    Ele está pensando no bolso dele, e tem direito a fazê-lo, mas essa proposta seria muito ruim para o crescimento do esporte. A solução para o calendário é reduzir o tamanho dos nacionais. Top14 com 29 datas é um exagero.