Vitória japonesa na Copa do Mundo de 2015. Foto: World Rugby

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A Copa do Mundo de Futebol está empolgando muita gente pela sua imprevisibilidade e pelas surpresas. Mas, e a Copa do Mundo de Rugby, também tem em sua (mais curta) história algumas boas zebras, não? Claro que sim. Surpresas não são privilégio do futebol, ainda que a bola oval de fato quebre mais bolões que a bola oval. Então, vamos a um top 5 de surpresas do rugby? Listamos apenas vitórias dos países do chamado segunda escalão mundial sobre as nações do primeiro escalão!

 

5 – Fiji 38 x 34 Gales, em 2007

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Fiji é um gigante no sevens, mas até 2007 o XV fijiano ainda não havia brilhado em Mundiais. Fiji havia chegado às quartas de final da competição somente em 1987, quando despachou Itália e Argentina (na época não havia favorito em jogos entre esses países) e em 1991, passando por um grupo relativamente fácil. O feito real veio em 2007, quando os fijianos fizeram um dos maiores jogos já vistos contra Gales, em Nantes, na França. 38 x 34 que classificaram Fiji, com direito a try do pilarzão Dewes no finzinho do jogo. Nas quartas, Fiji acabou superado pela África do Sul.

 

4 – Samoa 16 x 13 Gales, em 1991

Samoa chegou três vezes às quartas de final da Copa do Mundo e a primeira delas é certamente um dos mais famosos jogos da história dos Mundiais. Tratava-se da primeira Copa do Mundo de Samoa – que não esteve em 1987 – e na primeira fase os azuis enfrentaram Gales, na casa dos galeses, em Cardiff, e produziram verdadeiramente a primeira grande surpresa das Copas. Vitória samoana por 16 x 13, coroando uma geração brilhante. To’o Vaega e Sila Vaifale fizeram os famosos tries e Samoa ainda seria capaz de vencer a Argentina por 35 x 12 na sequência para ir às quartas, caindo contra a Escócia.

 

3 – Samoa 38 x 31 Gales, em 1999

Gales é certamente a maior vítima das Ilhas do Pacífico em Mundiais. Se já não bastasse 1991, Samoa novamente enfrentou Gales em Cardiff na Copa do Mundo de 1999 e provou que o raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. 38 x 31 para Samoa, que teve como líder o icônico Brian Lima – jogador mais jovem de 1991 que se tornara o líder do time samoano de 1999. Stephen Bachop marcou 2 dos 5 tries samoanos naquele jogo, com Leaega fazendo o try da vitória. Depois a Escócia acabaria tirando Samoa do Mundial.

 

2 – Tonga 19 x 14 França, em 2011

Tonga é a única das Ilhas do Pacífico que jamais se classificou ao mata-mata de uma Copa do Mundo, mas em 2011 o time vermelho chegou muito perto disso. Na fase de grupos, Tonga assombrou a França, vencendo por 19 x 14 o time que acabaria sendo o vice campeão daquele ano. Hufanga fez o único try dos polinésios naquele jogo memorável que só não foi suficiente para Tonga avançar por conta de uma derrota para o Canadá.

 

1 – Japão 34 x 32 África do Sul, em 2015

Sem dúvida alguma, a maior zebra da história dos Mundiais da bola oval ocorreu no Mundial passado. Em 2015, ninguém sonhava com o Japão vencendo a África do Sul, mas isso aconteceu para o espanto geral. 34 x 32 épicos para os Brave Blossoms, logo na primeira rodada. O fim de jogo foi inacreditável. Aos 69′, o fullback Ayumu Goromaru fez o try que colocava o Japão no páreo e, já com o tempo esgotado, os asiáticos mantiveram a bola viva e Karne Hesketh marcou um try que até hoje não saiu da retina do mundo oval. Vitória de virada – a primeira vitória do Japão em Mundiais desde 1991. Incrível. Na sequência, no entanto, o Japão não conseguiu ir às quartas, por conta de uma derrota para a Escócia, que costuma frustrar as zebras.


Menção de honra: Argentina 17 x 12 França, em 2007

Argentina não é zebra, não! Mas, há uma partida especial no coração dos Pumas, que foi o verdadeiro jogo de afirmação que levou os argentinos a um crescimento imparável rumo a um lugar no Rugby Championship. Em 2007, os Pumas abriram a Copa do Mundo em Paris enfrentando a anfitriã França, que havia sido campeã do Six Nations naquele mesmo ano meses antes. 17 x 12 para a Argentina, chocando o mundo – e o Stade de France. Um feito monstruoso de uma geração que tinha Agustín Pichot, Juan Martín Hernández, Felipe Contepomi, Ignacio Corleto (autor do try da vitória), Mario Ledesma, Rodrigo Roncero, Patricio Albacete, Juan Martin Fernández Lobbe, Juan Manuel Leguizamón, entre outros. A Argentina seria ainda 3ª colocada daquele Mundial.