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Pode acreditar: o Rugby Championship terá sua grande final já na antepenúltima rodada. Pois sim. A rodada de sábado começará às 04h35 da madrugada com o superclássico entre Nova Zelândia e África do Sul, seguido às 07h00 pelo embate entre Argentina e Austrália, que pode valer a vice-liderança ao vencedor. Duas partidas que são as reedições das semifinais da Copa do Mundo de 2015.

 

Se a Nova Zelândia vencer a África do Sul fazendo bônus ofensivo e se a Austrália vencer a Argentina ou se a Argentina vencer a Austrália sem fazer bônus o título (mais um) já será dos All Blacks. Um verdadeiro banho neozelandês aqui que pode já se concretizar.

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All Blacks na busca do título antecipado

Christchurch poderá comemorar o título dos All Blacks já nesse sábado, quando o time neozelandês receberá a África do Sul pela quarta rodada do Championship. O clássico é considerado por muitos o maior do rugby mundial, pela história dos duas seleções. Basta dizer que ninguém tem um percentual de vitórias maior sobre os All Blacks do que os Springboks. Porém, a situação atual é bem desigual e uma vitória sul-africana seria certamente surpreendente.

 

Nos últimos dez jogos entre os dois países, apenas duas vitórias para os sul-africanos. No último confronto, na semifinal da Copa do Mundo, é verdade, os Boks fizeram os All Blacks suarem frio, mesmo após uma má temporada dos sul-africanos, com uma vitória neozelandesa por somente 20 x 18. Para esse sábado, a Nova Zelândia chegará atropelando, depois de somar 15 pontos em 15 possível, todos com placares folgados – ainda que o duelo com os argentinos tenham começado complicado para os homens de preto. A África do Sul, por seu lado, só sofreu até aqui, mostrando muita irregularidade, com bons momentos sendo seguidos de momentos desastrosos. Trata-se ainda de um time em formação, com pouca solidez para combater à altura os kiwis em solo neozelandês. Ainda mais com o fato dos All Blacks não perderem na Nova Zelândia desde 2009 (quando caíram justamente diante dos Boks, que ainda eram recheados de atletas campeões do mundo em 2007).

 

Para a batalha, os Springboks não mudaram muito com relação ao time derrotados pelos Wallabies na rodada passada, mas o treinador Alister Coetzee apostou em dois nomes essenciais para que o pack verde e ouro suba de produção: Pieter-Steph du Toit na segunda linha e Vincent Koch na primeira linha. Os neozelandeses tiveram como novidade no setor somente Ardie Savea na terceira linha, no posto do lesionado Sam Cane. Mesmo com os bons nomes entrando no lado visitante, os mandantes deverão ter a supremacia no setor, ainda mais com sua segunda linha e seu lateral tão dominantes como tem sido visto. E Ardie Savea chega para brigar de verdade por titularidade, depois de uma esplendorosa temporada de Super Rugby. Caberá à formação de 8, 7 e 6 dos Boks, com Whiteley, Mohoje e Louw, encontrou um jeito para neutralização o poderoso breakdown dos mandantes.

 

Na linha, a África do Sul vem tentando encontrar sua identidade, mas a dupla de 9 e 10, Faf de Klerk e Elton Jantjes, ainda não rendeu nos Boks o mesmo visto com a camisa dos Lions. Ambos precisam amadurecer e muito ainda nesse novo patamar para alcançarem a qualidade que a dupla Aaron Smith e Beauden Barrett (no auge da carreira, prometendo ainda muito mais) têm mostrado. Os centros Crotty e Fekitoa também já deram uma solidez ao setor neozelandês que já fez o torcedor esquecer de Conrad Smith e Ma’a Nonu, enquanto Israel Dagg lá atrás respira a volta a seus grandes momentos – e jogando junto do monstro Julian Savea e do impecável Ben Smith. É verdade que os Boks tem encontrado boas atuações com Johann Goosen com a 15 e têm Bryan Habana, mas ainda é pouco para chegar ao equilíbrio da máquina preta.

 

Pumas prontos para um passo adiante

Se é quase impossível que o título saia das mãos dos All Blacks, a briga pelo vice campeonato está mais em aberto do que nunca e a Argentina é a nova protagonista. Em seu quinto ano de Rugby Championship, os Pumas amadurecem e não mais lutam por sobrevivência nas partidas: lutam por objetivos concretos de vitórias sobre todos os adversários. O jogo contra a Austrália em Perth também impõe aos argentinos o objetivo de mais uma quebra de tabu: desde 1983 (quando ainda tinham Hugo Porta) os argentinos não vencem os Wallabies em solo australiano. Mas, depois de quebrarem tantos tabus, mais um não parece um problema para os comandados de Daniel Hourcade.

 

A Argentina vai ao Oeste Australiano com mais mudanças que o oponente, não podendo contar com Juan Martín Hernández e Guido Petti. Mas, Juan Manuel Leguizamón estará de volta ao time principal e Hourcade apostou em Cubelli, que joga nos Brumbies, da Austrália, para a camisa 9. A Argentina mostrou contra a Nova Zelândia um rugby agressivo e veloz, com um bombardeio de offloads e uma aula de apoio nos rucks, com passes direto do chão para que os atletas que vinham de trás rompessem a linha de vantagem pelos flancos da defesa neozelandesa, sempre dificultando o ângulo dos tackles rivais. Esse estilo, que requer forwards mesclando com backs por todo o campo, é a versão argentina de rugby total, inspirada em m rugby que a própria Austrália já demonstrou em seu auge, e parece ter perdido.

 

Michael Cheika, técnico australiano, segue apostando em colocar Bernard Foley com a 12 ao lado de Quade Cooper, com a 10, e Will Genia, com a 9, esperançoso de que todos eles reencontrem a melhor forma e criem para os Wallabies como nos velhos tempos. Somados a Israel Folau e Samu Kerevi, em alta, de fato se a Austrália estiver em um dia inspirado frutos poderão ser colhidos. Porém, a fase não é bom, ainda que contra os Springboks tenha havido clara evolução. A Austrália terá o mando de jogo e dependerá demais de não ser inferiorizada nas formações – e tanto no scrum como no lateral a vantagem é argentina hoje – e ganhar vantagem no breakdown. Hooper e Pocock, claro, serão instrumentais para que a linha australiana possa reencontrar seu caminho. E é ali que Matera, Isa e Leguizamón colocarão pressão.

 

O jogo é de xadrez, com uma bola oval, e promete demais. As chances nunca foram tão iguais para os dois lados.

 

The Rugby Championship

The Rugby Championship

4ª rodada – sábado, dia 17 de setembro

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04h35 – Nova Zelândia x África do Sul, em Christchurch – Watch ESPN AO VIVO / VT às 22h00 na ESPN+

Árbitro: Angus Gardner (Austrália)

 

Nova Zelândia: 15 Ben Smith 14 Israel Dagg, 13 Malakai Fekitoa, 12 Ryan Crotty, 11 Julian Savea, 10 Beauden Barrett, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Ardie Savea, 6 Jerome Kaino, 5 Samuel Whitelock, 4 Brodie Retallick, 3 Owen Franks, 2 Dane Coles, 1 Joe Moody;

Suplentes: 16 James Parsons, 17 Wyatt Crockett, 18 Charlie Faumuina, 19 Luke Romano, 20 Matt Todd, 21 TJ Perenara, 22 Lima Sopoaga, 23 Anton Lienert-Brown;

 

África do Sul: 15 Johan Goosen, 14 Bryan Habana, 13 Jessie Kriel, 12 Juan de Jongh, 11 François Hougaard, 10 Elton Jantjies, 9 Faf de Klerk, 8 Warren Whiteley, 7 Teboho Mohoje, 6 Francois Louw, 5 Pieter-Steph du Toit, 4 Eben Etzebeth, 3 Vincent Koch, 2 Adriaan Strauss, Tendai Mtawarira;

Suplentes: 16 Malcolm Marx, 17 Steven Kitshoff, 18 Lourens Adriaanse, 19 Franco Mostert, 20 Willem Alberts, 21 Jaco Kriel, 22 Morne Steyn, 23 Damian de Allende.

 

Histórico: 91 jogos, 51 vitórias da Nova Zelândia, 35 vitórias da África do Sul e 3 empates. Último jogo: África do Sul 18 x 20 Nova Zelândia, em 2015 (Copa do Mundo);

 

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07h00 – Austrália x Argentina, em Perth – ESPN AO VIVO

Árbitro: Wayne Barnes (Inglaterra)

 

Austrália: 15 Israel Folau, 14 Dane Haylett-Petty, 13 Samu Kerevi, 12 Bernard Foley, 11 Reece Hodge, 10 Quade Cooper, 9 Will Genia, 8 David Pocock, 7 Michael Hooper, 6 Dean Mumm, 5 Adam Coleman, 4 Rob Simmons, 3 Sekope Kepu, 2 Stephen Moore (c), 1 Scott Sio;

Suplentes:  Tatafu Polota-Nau, James Slipper, Tom Robertson, Rory Arnold, Lopeti Timani, Sean McMahon, Nick Phipps, Tevita Kuridrani, Henry Speight (1 será excluído);

 

Argentina: 15 Joaquín Tuculet, 14 Santiago Cordero, 13 Matías Moroni, 12 Santiago González Iglesias, 11 Lucas González Amorosino, 10 Nicolás Sánchez, 9 Tomás Cubelli, 8 Facundo Isa, 7 Juan Manuel Leguizamon, 6 Pablo Matera, 5 Matías Alemanno, 4 Javier Ortega Desio, 3 Ramiro Herrera, 2 Agustín Creevy (c), 1 Nahuel Tetaz Chaparro;

Suplentes: 16 Julian Montoya, 17 Lucas Noguera, 18 Enrique Pieretto, 19 Marcos Kremer, 20 Leonardo Senatore, 21 Martín Landajo, 22 Gabriel Ascarate, 23 Matías Orlando;

 

Histórico: 25 jogos, 19 vitórias da Austrália, 1 empate e 5 vitórias da Argentina. Último jogo: Argentina 15 x 29 Austrália, em 2015 (Copa do Mundo);

 

*Horários de Brasília

 

PaísJPPaísJP
Grupo AGrupo B
Austrália38Nova Zelândia39
Fiji37França37
EUA36Espanha35
Colômbia33Quênia33
Grupo C
Grã Bretanha39
Canadá37
Brasil35
Japão33Veja mais