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ARTIGO COM VÍDEOS – Vai começar o Campeonato Sul-Americano de Rugby para o Brasil. Os Tupis começam sua jornada nesse sábado, dia 18, às 16h00, no Estádio Charrua, em Montevidéu, diante do poderoso Uruguai, sem transmissão de TV para o Brasil.

Os Teros uruguaios já realizaram uma partida neste campeonato, no sábado passado, aplicando 77 x 3 em casa sobre o Paraguai, que sentiu na pele o que é enfrentar uma equipe de Copa do Mundo quase com força máxima. Apenas sem seus jogadores que atuam na Europa, o Uruguai está usando o Sul-Americano com muita seriedade como preparação para o Mundial. Do elenco de 23 nomes convocado pelo técnico Pablo Lemoine para o duelo com o Brasil, apenas 9 estiveram no jogo em Bento Gonçalves pelo Sul-Americano passado, quando os uruguaios venceram por 34 x 9. Já com relação ao amistoso de novembro de 2014, em Volta Redonda, vencido pelos uruguaios por 25 x 6, são 8 os nomes que estarão em campo amanhã contra os Tupis. Tal relação de nomes revela o caráter experimental das seleções que enfrentaram o Brasil – e venceram com autoridade – em 2014.

O favoritismo é amplo dos Teros e uma derrota maior que as de 2014 não deve ser vista nem com estranheza nem como sinal de queda do time brasileiro. Será, na verdade, natural que a diferença de pontos em 2015 aumente, pelo foco e intensidade da preparação uruguaia. Entretanto, caso o Brasil reduza a diferença neste ano, uma grande conquista – ainda que o jogo termine com derrota brasileira – pode ser comemorada, pois o desafio é muito mais difícil agora.

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Rodolfo Ambrosio completa quase seis meses na cargo de treinador da seleção brasileira, com quatro jogos disputados no comando do time, sendo uma vitória – sobre o Paraguai – e três derrotas – contra Charruas, Tala e Córdoba Athletic. Todos resultados naturais. Para a estreia no torneio, Ambrosio apostou basicamente no elenco que vinha treinando e jogando neste ano, com a base dos atletas que foram à Argentina. Algumas apostas serão feitas, com a dupla de scrum-half e abertura sendo Beukes e Grilo. O atleta do São José ganha para esta partida o lugar de Di Pilla (que foi o abertura em Volta Redonda), tendo um grande teste pela frente. De fullback, estará o polivalemte Zé, tendo como parceiro na ponta Macaxeira, do União Rugby Alphaville, que terá um teste de fogo em um nível de jogo tão elevado. Muller ocupa a outra ponta e tem a companhia nos centros de Martin – com o qual traz a experiência da seleção de sevens – e  do jovem Estrela.

O pack, por outro lado, tem mais experiência, com Ige liderando uma forte terceira linha ao lado de Nick e Matias, certamente um dos pontos altos do time. Os segundas linhas são Tissot, campeão com o Curitiba, e Bruxinho, já há muito dono da posição, enquanto a primeira linha terá a referência Jardel Vettorato, ao lado de Abud e Nelson (que ocupa a camisa 2 de Nativo, já deixando o espaço para a nova geração, depois de bons serviços prestados ao time). A importância de um pack forte como o selecionado por Ambrosio é imensa em uma partida que promete ser muita física, dado o renome do scrum uruguaio, que causou dificuldades notáveis a Rússia e Estados Unidos. Contra os dois times, aliás, os Teros arrancaram muitos penais, o que significa que a disciplina e o controle mental serão cruciais para o Brasil não permitir que o Uruguai desde cedo tome conta da partida.

Na história, o Brasil venceu o Uruguai em 3 oportunidades, sendo que a última vez foi há 51 anos – um 15 x 8, em São Paulo, em 1964, a única vitória em um Sul-Americano. Em amistoso, o Brasil já havia vencido em 1962, em em São Paulo, por 13 x 5, e em 1963, em Montevidéu, por 3 x 0. No total, foram 21 vitórias uruguaias e nenhum empate, sendo que a partida de novembro passado não entra para o histórico, uma vez que o Uruguai não jogou oficialmente com sua seleção principal.

 

 

versus copiar

16h00 – Uruguai x Brasil, em Montevidéu

Árbitro: Jason Mola (Argentina) / Auxiliares: Victor Silvero (Paraguai) e Juan Silva (Paraguai)

Uruguai: Agustín Alonso, Carlos Arboleya, Fernando Bascou, Manuel Blengio, Rodrigo Bocking, Mathías Braun, Alejo Corral, Ignacio Dotti, Alejo Durán, Oscar Durán, Jerónimo Etcheverry, Juan Echeverría, Federico Favaro, Santiago Gibernau, Germán Kessler, Leandro Leivas, Diego Magno, Mathias Palomeque, Joaquín Prada, Mateo Sanguinetti, Rodrigo Silva, Santiago Vilaseca, Jorge Zerbino.

 

Brasil: 15 Lucas Tranquez “Zé” (SPAC), 14 Claudio Medeiros “Macaxeira” (URA), 13 Mateus Estrela (Niterói), 12 Martin Schaefer (SPAC), 11 Lucas Muller (Desterro), 10 Rafael Morales “Grilo” (São José), 9 Beukes Cremer (Pasteur), 8 Nick Smith (SPAC), 7 Matheus Daniel “Matias” (Jacareí),  6 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), 5 Felipe Tissot (Curitiba), 4 Lucas Piero “Bruxinho” (Desterro), 3 Jardel Vettorato (Brummers), 2 Nelson Oliveira (São José), 1 Lucas Abud (Jequitibá Campinas).

Suplentes: 16 David Prates (Pasteur), 17 Bruno Cardoso Carvalho “Manteigão” (San Diego), 18 Vitor Ancina “Vitão” (Curitiba), 19 Saulo Oliveira (São José), 20 Pedro Rosa (Band Saracens), 21 Laurent Bourda (Band Saracens), 22 Pedro di Pilla (Pasteur), 23 Eduardo Melotto “Duka” (Curitiba).

 

Vídeos

Uruguai 77 x 3 Paraguai, em Montevidéu – Sul-Americano de 2015, 11 de abril

Brasil 6 x 25 Uruguai, em Volta Redonda – amistoso de 2014, 22 de novembro

Brasil 9 x 34 Uruguaim em Bento Gonçalves – Sul-Americano de 2014, 03 de maio

1 COMENTÁRIO

  1. Desde que os backs do Brasil, não cometam muitos “knock on”, como vem acontecendo, creio que darão um bom trabalho aos jogadores uruguaios. Com o Martin no centro, o Brasil vem mais forte (melhor seria, se o Moisés R. Duque fizesse companhia pra ele nos centros). Quero ver como o pack do Brasil reagirá amanhã. Tenho gostado bastante de como tem jogado. Jardel Vetoratto, pra mim, é hj o melhor jogador do XV tupiniquin.