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A Seleção Brasileira de Rugby XV encara nesse sábado (24) os Estados Unidos pela quarta rodada do Americas Rugby Championship. A partida, marcada para às 17h40, será realizada no Estádio Martins Pereira, em São José dos Campos (SP), com transmissão ao vivo da ESPN. Os ingressos podem ser comprados pelo site StubHub.

“Esperamos jogar melhor do que o último jogo, quando as gélidas terras canadenses frearam nossa crescente no campeonato. Mas estamos convencidos que nosso jogo vai ser melhor e mais ‘solto’ contra os EUA aqui em São José dos Campos”, disse Moisés Duque, autor do ponto da virada dos Tupis sobre os Eagles duas temporadas atrás, quando o Brasil derrotas os norte-americanos por 24 x 23, em Barueri, no primeiro confronto entre os dois times na história.

“São José dos Campos é uma das casas das academias de alto rendimento do Brasil, ou seja, muitos atletas moram e treinam aqui todos os dias. E para mim é ainda mais especial, porque literalmente jogarei em casa. Sou ‘caipira’ nascido e criado aqui. Será, mais uma vez, um prazer enorme jogar com a seleção brasileira no tradicional Estádio Municipal Martins Pereira”, complementou o camisa 12.

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“Queremos evoluir como time, grupo e jogar bem para poder vencer. Se quisermos seguir jogando em alto nível internacional esse é o caminho. Ganhar deles já não será novidade, pois fizemos isso uma vez. Agora temos que seguir evoluindo”, finalizou.

Após derrota no Canadá, o técnico Rodolfo Ambrosio efetuou 7 trocas no XV titular. Foram 2 nas pontas, com a volta de Stefano (seu primeiro jogo no torneio) e a entrada de Robert. O restante da formação permanece, com Laurent, Josh e Moisés no miolo criativo, Zé com a camisa 15, também atuando próximo dos médios, e Felipe como segundo centro.

Na terceira linha, Ilha saiu do time titular e Gelado foi deslocado para a segunda linha, na vaga do suspenso Paganini, para atuar junto de Bruxinho. Com isso, os asas serão Bergo e Matheus Claudio, para jogarem ao lado do oitavo Buda. As outras 3 trocas foram na primeira linha, que será toda nova, com Yan voltando a ser o hooker titular, tendo a seu lado o ídolo Jardel e o jovem Michel.

Em 2016, os EUA trouxeram ao Brasil um time que não era a força máxima disponível e se arrependeu. Em 2017, jogando em as, os Eagles atuaram com um time forte, sabendo da força brasileira, e venceram por largos 51 x 03. Naquele ano, os EUA ainda seriam campeões do ARC. E o retorno das Águias ao Brasil se dará novamente em ano que os norte-americanos poderão repetir o feito e se sagrarem campeões das Américas, liderando a competição no momento.

O técnico sul-africano Gary Gold, dos Estados Unidos, também trocou 7 atletas que jogaram contra o Chile no sábado passado, quando os estadunidenses venceram por 45 x 13, fazendo rodar seu elenco, para evitar o desgaste da maratona de jogos, já que na semana que vem os EUA ainda terão jogo decisivo contra o Uruguai em Montevidéu.

O time dos EUA é forte, formado basicamente com atletas que disputarão neste ano a Major League Rugby, a nova liga profissional do país, mas contando no time titular com 2 atletas que jogam na Premiership inglesa: o segunda linha Nick Civetta (do Newcastle) e o pilar Chris Baumann (do Leicester). Ao todo, 13 dos 23 jogadores dos EUA desse sábado estiveram no time que venceu o Brasil no ano passado, ao passo que apenas 3 (Mike Te’o, Ben Landry e Germishuys) são remanescentes do grupo derrotado em Barueri.

O Brasil pode ter tido uma queda de produção contra o Canadá, sofrendo com o frio do norte, mas contra os uruguaios os Tupis mostraram evolução com um primeiro tempo fora de série, no qual o time brasileiro provou sua evolução defensiva e uma capacidade criativa inspiradora, sobre pela sinergia entre os camisas 9, 10, 12 e 15 (Laurent, Josh, Moisés e Zé) na construção do jogo verde e amarelo. No embate físico, o primeiro tempo pendeu a favor do Brasil, com destaque para o incansável jogo de Jardel e para uma sólida terceira linha de Buda, Bergo e Gelado levando vantagem no breakdown. Porém, veio o segundo tempo e o jogo passou a favorecer os uruguaios. O Brasil voltou a sucumbir na defesa dos laterais seguidos de maul e o scrum uruguaio também se agigantou na hora decisiva.

Contra os EUA, o embate físico será novamente muito duro, com a evolução americana já provada diante da Argentina XV. Na primeira rodada, os EUA foram capazes de manter 80 minutos de intensidade contra os argentinos e saíram vencedores por 17 x 10. As Águias apostaram na camisa 9 com Shaun Davies, um dos responsáveis pelo grande jogo contra os argentinos, para jogar ao lado do abertura Will Magie. Com isso, o líder Augspurger passou para a ponta e levará muito perigo ao Brasil, sendo jogador definidor. A seu lado, olho no ótimo segundo centro Dylan Audsley (que terá um duelo importante com Sancery) e para o camisa 15 demolidor Mike Te’o, que pode não ter perfil de corredor, mas causa estragos.

No pack, Civetta e Baumann dão solidez às formações, enquanto a terceira linha é interessante, com Cam Dolan (ex Cardiff Blues) dando experiência e o jovem demolidor Germishuys sendo bastante falado. O embate deles no breakdown com Buda, Bergo e Gelado será aspecto chave da partida, pois os EUA são muito fortes no setor.

Entre outro confronto interessante para o duelo, destaque para o embate de abertura entre Will Magie, dos EUA, vice artilheiro do ARC (20 pontos), e Josh, do Brasil, terceiro maior artilheiro da competição no momento (19 pontos).

Veredito (opinião): Favoritismo é dos EUA, mas o Brasil já provou que entrará no jogo pensando em vitória. Se ela ocorrer, seria a cereja do bolo do crescimento experimentado pelos Tupis nos últimos anos. Se a vitória for das Águias, nada mais do que natural.

 

versus copiar

Brasil x Estados Unidos, em São José dos Campos

Árbitro: Francisco González (Uruguai) / Assistentes: Murilo Bragotto (Brasil) e Cauã Ricardo (Brasil) / TMO: Xavier Vouga (Brasil)

Histórico: 2 jogos, 1 vitória do Brasil e 1 vitória dos Estados Unidos. Último jogo: Estados Unidos 51 x 03 Brasil, em 2017 (Americas Rugby Championship);

Brasil: 15 Lucas “Zé” Tranquez (Poli), 14 Stefano Giantorno (São José), 13 Felipe Sancery (São José), 12 Moisés Duque (São José), 11 Robert Tenorio (Pasteur), 10 Josh Reeves (Band Saracens), 9 Laurent Bouda-Couhet (Band Saracens), 8 André “Buda” Arruda (Desterro), 7 Matheus Claudio (Jacareí), 6 Arthur Bergo (SPAC), 5 Cleber “Gelado” Dias (Poli), 4 Lucas “Bruxinho” Piero (Desterro), 3 Jardel Vettorato (Farrapos), 2 Yan Rosetti (c) (sem clube), 1 Michel “Vanzinha” Olimpio (São José);

Suplentes: 16 Angelo Marcucci (Farrapos), 17 Lucas Abud (Poli), 18 Matheus “Blade” Rocha (Jacareí), 19 Diegão Lopez (Pasteur), 20 Michael “Ilha” Moraes (Curitiba), 21 Daniel “Maranhão” Lima (Poli), 22 Ariel Rodrigues (Jacareí), 23 De Wet Van Niekerk (Poli);

Estados Unidos: 15 Mike Te’o (San Diego Legion/MLR), 14 Nate Augspurger (c) (San Diego Legion/MLR), 13 Dylan Audsley (San Diego Legion/MLR), 12 Bryce Campbell (Glendale Raptors/MLR), 11 Josh Whippy (Utah Warriors/MLR), 10 Will Magie (Glendale Raptors/MLR), 9 Shaun Davies (Glendale Raptors/MLR), 8 Cam Dolan (San Diego Legion/MLR), 7 Hanco Germishuys (Austin Elite/MLR), 6 Psalm Wooching (Seattle Saracens), 5 Nick Civetta (Newcastle Falcons/Inglaterra), 4 Ben Landry (Glendale Raptors/MLR), 3 Chris Baumann (Leicester Tigers/Inglaterra), 2 Dylan Fawsitt (Old Blue), 1 Huluholo Moungaloa (Life University);

Suplentes: 16 Peter Malcolm (Austin Elite/MLR), 17 Anthony Purpura (San Diego Legion/MLR), 18 Angus Maclellan (Utah Warriors/MLR), 19 Matt Jensen (Utah Warriors/MLR), 20 Tony Lamborn (Hawke’s Bay/Nova Zelândia-Mitre10 Cup), 21 Ruben de Haas (Cheetahs Academy/África do Sul), 22 Ben Cima (San Diego Legion/MLR), 23 Paul Lasike (Utah Warriors/MLR);

 

EquipeApelidoPJVED4+-7PPPCSP
Estados UnidosEagles2455004019768129
ArgentinaArgentina XV2154014116969100
UruguaiTeros1453022016815711
CanadáCanucks115202301321293
BrasilTupis451030063159-96
ChileCóndores150050171218-147
- Vitória = 4 pontos;
- Empate = 2 pontos;
- Derrota = 0 pontos;
- Anotar 4 ou mais tries = 1 ponto extra;
- Perder por 7 pontos ou menos de diferença = 1 pontos extra;

Foto: Bruno Ruas/Portal do Rugby