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A despedida dos sonhos para Brian O’Driscoll. O mágico centro irlandês encerrou sua carreira com a seleção de forma perfeita, com a conquista do Six Nations! Na antevéspera do Dia de São Patrício, a Irlanda comemorou de forma dramática o título mais importante da Europa com uma vitória por 22 x 20 em Paris, passando por cima de seu histórico negativo jogando em Paris (apenas 1 vitória na era moderna do Six Nations), triunfando diante de uma aguerrida seleção francesa, que provou ser de fato uma das favoritas na Copa do Mundo do ano que vem, apesar do revés deste sábado. Tristeza para os ingleses, que torciam por uma vitória francesa para se sagrarem campeões continentais.
A França começou bem o duelo, arrancando um penal no começa, para Machenaud abrir o placar. Os Bleus seguiram jogando muito forte na base, com forte contra-ruck, arrancando novo penal aos 14′, com Machenaud outra vez. Mas, a Irlanda cresceu, dominou o scrum, trabalhou bem as fases e, aos 21′, furou o bloqueio defensivo francês. Após o ruck, Henry (substituto de O’Brien) defesriu um offload para Sexton driblar a defesa e cravar o try verde. Sexton, no entanto, perdeu a conversão. França 6 x 5.
Depois do try, os erros franceses se somaram e a Irlanda não perdoou. Picamoles cometeu knock-on, o scrum foi verde, Murray encontrou o espaço pela defesa francesa e serviu agora Trimble, que virou o placar. 12 x 6, com a conversão. Quando parecia que a situação francesa se deteriorava, pelas dificuldades no ruck, os Bleus mostraram sua genialidade. Após o lateral nas 22, a França emplacou bom volante e, com a bola aberta, Talès desferiu um perspicaz chute cruzado para a ponta; Huget voou e foi genial, dando um tapa na disputa de bola, que deixou Dulin livre para o merguilho. Try monumental e virada, 13 x 12. Talès seguiu com muita firmeza e desferiu pouco depois um drop goal, que passou perto, mas não entrou.
Antes do intervalo, a França cometeu um penal infantil no ruck, que quase deu a vantagem à Irlanda, mas Sexton foi infeliz no chute, mantendo os Bleus em vantagem, para o desespero verde. No intervalo, o jogo registrava 60% de posse de bola e de território para a Irlanda, 7 turnovers ganhos pelo Trevo e 1 formação roubada a mais para os visitantes, mas o brilho francês na hora da definição e os erros irlandeses nos chutes custaram a desvantagem ao time verde.
No segunda tempo, o Irlanda não tardou a virar o placar. Aos 46′, Andrew Trimble armou o contra-ataque, serviu Brian O’Driscoll, que foi detido a 5 metros do try. A bola foi rapidamente reciclada e Sexton finalizou com o try da virada verde. A França sentiu o golpe e voltou a ceder um penal ao Trevo, com Sexton, enfim, voltando a acertar o pé.
Neste sábado, em Paris, a França era definitivamente outra seleção, muito mais focada e voltando a jogar em alto nível. Os Bleus não se entregaram e seguiram pressionando. Aos 61′, Chouly rompeu a defesa e caiu quase dentro do in-goal; no ruck, Healy deu uma cabeçada em Picamoles, mas o árbitro Steve Walsh não deu sequer amarelo para o irlandês. Os Tricolores apostaram no lateral, o trabalho de fases foi muito rápido, Chouly de novo ficou a centímetros do try e Szarzewski mergulhou na meta para fazer o try francês. Antes de apoiar a bola, no entanto, o hooker derrubou a bola, mas Walsh não viu e marcou try sem chamar o TMO. 22 x 20, Irlanda na frente.
O jogo se tornou dramático para os irlandeses – e para os ingleses, torcendo pela França. Os Bleus seguiram perigosos e, aos 70′, o nervosismo fez a Irlanda ceder um penal, que Doussain, para salvar o St. Patrick’s Day irlandês, chutou para fora. Ainda tinha mais dos azuis e, aos 78′, a França trocou passes em velocidade em seu melhor estilo, achando Chouly livre na ponta para cravar o try. Contudo, o último passe de Papé foi para frente, frustrando o Stade de France. A França teve uma última roubada de bola a segundos do fim, em posição de ataque, mas o drama acabou com a defesa verde prevalecendo. Fim de jogo, Irlanda campeã!
A geração de Brian O’Driscoll entra para a história do rugby irlandês. Após quebrarem em 2009 o jejum de 24 anos sem títulos, os irlandeses voltaram a levantar a taça, conquistando o campeonato pela 12ª vez na história, pela 21 vezes incluindo os títulos divididos da era amadora, e pela 2ª vez na era moderna do Six Nations (desde 2000). A Irlanda ainda segue atrás da Escócia no histórico, e na frente apenas da Itália, mas a história recente prova que certamente o Trevo está em uma de suas eras douradas! No dia que o mundo se despediu de BOD em jogos de seleções, a Irlanda festejou o lugar mais alto da Europa! Quem venha a Copa do Mundo.
20
22
França 20 x 22 Irlanda, em Paris
Árbitro: Steve Walsh (Austrália)
França
Tries: Dulin e Szarzewski
Conversões: Machenaud (2)
Penais: Machenaud (2)
15 Brice Dulin, 14 Yoann Huget, 13 Mathieu Bastareaud, 12 Gaël Fickou , 11 Maxime Médard, 10 Remi Tálès, 9 Maxime Machenaud, 8 Damien Chouly, 7 Alexandre Lapandry, 6 Louis Picamoles, 5 Yoann Maestri, 4 Pascal Papé, 3 Nicolas Mas, 2 Dimitri Szarzewski, 1 Thomas Domingo.
Suplentes: 16 Guilhem Guirado, 17 Vincent Debaty, 18 Rabah Slimani, 19 Alexandre Flanquart, 20 Sébastien Vahaamahina, 21 Wenceslas Lauret, 22 Jean-Marc Doussain, 23 Maxime Mermoz.
Irlanda
Tries: Sexton (2) e Trimble
Conversões: Sexton (2)
Penais: Sexton (1)
15 Rob Kearney, 14 Andrew Trimble, 13 Brian O’Driscoll, 12 Gordon D’Arcy, 11 Dave Kearney, 10 Jonathan Sexton, 9 Conor Murray, 8 Jamie Heaslip, 7 Chris Henry, 6 Peter O’Mahony, 5 Paul O’Connell (c), 4 Devin Toner, 3 Mike Ross, 2 Rory Best, 1 Cian Healy.
Suplentes: 16 Sean Cronin, 17 Jack McGrath, 18 Martin Moore, 19 Iain Henderson, 20 Jordi Murphy, 21 Eoin Reddan, 22 Ian Madigan, 23 Fergus McFadden
