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Valores do Rugby. É um tema que vira e mexe abordamos aqui, às vezes até fica chato, repetitivo. E ainda assim é cada vez mais necessário, e dois fatos ocorridos nesse ano demonstram isso. Dessa vez, passamos ao largo da violência física e vamos direto ao desrespeito recorrente a que são submetidos os árbitros, uma das figuras centrais do nosso esporte e por isso mesmo, pego no fogo cruzado da ira de jogadores e torcedores quando algo não sai de acordo com o script mental de cada um.
 
No Campeonato Fluminense, um jogador do Guanabara, irritado com a demora em receber atendimento médico, cuspiu na direção da mesa de arbitragem. Segundo consulta, o Guanabara não fez qualquer sanção ao jogador. Consultando a FFRu, a entidade ressaltou a importância da formação do STJDRu nesse ano (após o ocorrido), mas não comentou sobre uma possível punição.

 

Na disputa de 3o lugar da Série B do Campeonato Paulista, um jogador do Ilhabela, irritado com a marcação do árbitro, o ameaçou verbalmente e depois fisicamente, tornado um fim de semana que poderia ser agradável, em um martírio, mais próximo de cenas que vemos por vezes em jogos de futebol do que na alegre e respeitosa confraternização entre vencedor e perdedor. O jogador foi suspenso preventivamente pelo TJD da Federação Paulista até conclusão do processo e não pode disputar competições pelo clube.

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Sobre erros

O árbitro erra. O Nigel Owens, melhor árbitro do mundo, erra em final de Mundial. O árbitro que acabou de tirar o certificado N1, também.
Mas jogadores também erram. Erram passes fáceis, chutes curtos, furam tackles, perdem lineouts, scrums, cometem knock-ons. O Dan Carter, melhor jogador do mundo, erra. E aquele reserva do time da 3a divisão que começou a jogar ontem, também.

 

E por que o erro do árbitro é cobrado com tanta fúria por jogadores e torcedores? No Brasil, ainda estamos formando uma comunidade do Rugby, e o aprendizado faz parte desse processo. Achar que um árbitro vai deliberadamente errar contra o seu time (ou roubar, como temos visto falar com uma frequência futebolística) é menosprezar demais a índole de uma pessoa que abre mão de muitas atividades pessoais para estar em campo, assim como qualquer jogador.

 

Sobre valores e responsabilidades

Definitivamente, tem algo errado acontecendo na transmissão dos valores do esporte aqui. Certamente não são casos isolados, mas sim somente o que chega até nós de forma aleatória, ou como foi no caso do jogo entre São José e SPAC mencionado no começo do artigo, na TV. É essa a mensagem que queremos passar para o público que está começando a abraçar o esporte? Já presenciei torcedores inflamados e ofendendo arbitragem até em jogos de categorias de base, e certamente isso acaba se refletindo dentro de campo, onde os garotos estão no estágio de formação como jogadores de Rugby.

 

O fato é que torneios estaduais podem ser uma verdadeira caixa preta nesse sentido, e com liberdade para agir como bem entenderem, os mal-intencionados só vão se fortalecer. A atuação do TJD em São Paulo, e a formação do STJD que abrange casos nacionais e onde a primeira instância estadual ainda não se faz presente são um importante passo para coibir esses abusos, mas o problema é muito mais fundo. O sentimento de impunidade já ronda o ambiente entre os árbitros, que Brasil afora não se sentem protegidos das ofensas e intimidações que vem se tornando rotina no rugby brasileiro. O maior problema está no nível estadual, onde a proximidade das federações – e em muitos casos a falta de medidas enérgicas, seja por desestrutura das entidades, seja por interesse geral de que o problema seja tratado – é reduzida e frágil.

 

Mais uma vez, o exemplo tem que vir dos jogadores, treinadores, da direção do clube, é pelo exemplo que se transmitem valores, e não por vídeos motivacionais que são compartilhados a exaustão, muitas vezes por jogadores que são capazes de fazer o exato oposto dentro de campo.

 

Valores além do Facebook, senhores.

 

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28 COMENTÁRIOS

  1. Por isso que no meio de tanto erro, e não isento minha equipe deles, fico feliz de ser parte da equipe mais disciplinada do rio de janeiro.

    Não lembro da última vez que o meu time tomou um cartão vemelho e pelo segundo ano consecutivo a que menos recebeu cartões, menos da metade da segunda colocada.

    Ainda há muito para se fazer visando desenvolver a mentalidade de jogador de rugby no brasileiro, mesmo sem exemplos de veteranos ou uma sólida e durarouda base vindo do clube, o Itaguaí tem 7 anos, aprendeu com os próprios erros e hoje pouco se pode falar de nós dentro do campo. É possivel!

  2. A grande culpa disso é nossa, dos mais antigos no Rugby que temos sido relapsos e incompetentes em transmitir aquilo que aprendemos.
    O problema passa pela cultura do Brasileiro que acha que tudo é bobagem ou exagero quando se fala de disciplina. Quando comecei no Rugby, meu treinador não permitia que abríssemos a boca durante os treinos, isso desde o primeiro treino. A primeira coisa que aprendi no Rugby foi ficar de boca fechada e ouvidos abertos. Hoje, recebo conselhos como: “deixa o pessoal à vontade, depois agente aplica a disciplina. Com tempo o pessoal aprende”. Sobre o caso em questão, a punição deveria partir do clube, com afastamento imediato do atleta. Uma vez que a direção não se manifesta, estimula outros a agirem da mesma forma. Antes de pegarmos um “bom corredor” e fazermos com ele comece a correr com uma bola oval, devemos fazê-lo saber como deve se comportar em campo e entender todos os valores que norteiam o esporte; aí sim estaremos formando rugbiers e não velocistas com bola oval. Esse ano tivemos um caso onde o capitão do time adversário deliberadamente deu um soco em um atleta nosso e quando abordei o treinador adversário que estava ao meu lado na beira do campo, me respondeu com um sorriso irônico “o que? Não vi nada não…”. Obviamente o cartão amarelo foi aplicado tanto ao jogador adversário quanto ao jogador do Cabo Frio que reagiu de forma inapropiada, mas ressalto a postura do treinador em fazer vistas grossas. Em uma partida entre outros times presenciamos um jogador socar o rosto de outro enquanto este estava no chão. Precisamos cortar o mau pela raiz, antes que a cultura média brasileira estrague o Rugby por aqui. Temos que salvar a geração atual, disciplinarmente falando, pois ela formará a próxima. Temos que “apertar” na questão disciplinar e ensinar que se ensina dessa forma, para que não nos tornemos um futebol com bola oval nas mãos.
    Fica aqui meu repúdio a esse tipo de comportamento e meu desejo que a justiça disciplinar seja aplicada antes que as coisas esfriem, pois nós brasileiros estamos fartos de morosidade na justiça em todos os níveis. Espero que Rugby aparece mais uma vez como exemplo a ser seguido e não como “mais um”.

    Cristiano Cardoso
    Presidente
    Cabo Frio Rugby / RJ

  3. Assim como o Brasil está formando jogadores, está também formando árbitros. Se querem árbitros prontos, então que paguem para fazerem cursos ao menos na argentina.
    Eu como árbitro, por mais erros que cometi, sempre me deparei com jogadores do tipo que o Portal mencionou na matéria acima. Se eles são tão conhecedores das Leis do jogo, então que peguem o apito e sejam homens de ir lá apitar, isso ninguém quer fazer. Mas sempre usar as Leis do jogo a seu favor é bem fácil, quero ver esses jogadores serem imparciais com 300 coisas acontecendo ao mesmo tempo.

  4. No início do ano, um jogador de um dos times citados no artigo acima pisou na cabeça de um jogador do meu time. Apesar da cena revoltante, não houve briga. O árbitro, felizmente, viu e deu sua sanção: cartão vermelho. O que o jogador fez foi muito pior: deu um tapa na mão do arbitro, que segurava o cartão, e desferiu alguma ofensa verbal que não lembro qual foi.

    Cena lamentável. Era um torneio não federado, mas apoiado pela federação. Dois dias de torneio, por volta de 20 equipes. Repito: Cena lamentável. Um detalhe me chamou muito atenção, que foi o jogador estar usando shorts e meiao da seleção. Se jogava ou não, não sei informar. Mas, novamente repito: cena lamentável.

    Ofensa à comissão de arbitragem, agressão ou qualquer coisa do gênero deveria, sim, ser passível não somente a expulsão, mas a banimento de competições oficiais.

    Se um jogador faz uma coisa dessas o time também deve puni-lo, creio eu.

  5. Sigo por perto o rugby brasileiro, e experimente o rápido desenvolvimento que teve em menos de 10 anos, que na minha opinião, pulo etapas que são necessárias para a compreensão do um jogo que, como sabemos, é mas que um simples jogo de bola.
    Na preza com que as instituições oficiais trabalham para conseguir estar na elite do rugby de alto rendimento, não deixa tempo nem recursos destinados a formação de novos jogadores e seus princípios. Pouco fica para o preparo de técnicos capacitados que realmente dediquem tempo a formação, fundamental ao ciclo que Brasil vive neste momento. Nem menos para avaliar a quem ensina ou espalha o esporte.
    Rapidamente praticantes com pouca experiência migram a formam equipes com precárias técnicas e conceitos que adquiriram, e apoiados por patrocinadores locais , privados ou públicos, crescem e entram na competitividade, esquecendo dos objetivos principais de este esporte.
    Atitudes como as descritas nos relatórios expostos, estão aumentando e agravando a situação,, mostrando uma perigosa distorção na forma de jogar.
    E posso asseverar que a causa esta na formação dos jogadores em seus clubes. Sao eles os que captam, forma e orientam os comportamentos fora e dentro de campo.
    Não é suficiente com ensinar a passar bolar, cair no chão e fazer um bom tackle, como tampouco é mencionar o que esporte traz, se os formadores e formados não experimentam a cultura que acompanha o rugby.
    Não estamos num médio onde o respeito aos administradores do jogo prevalece, pelo contrario, este é um pais mono esportivo, onde o esporte principal domina as condutas dos atletas e publico em, geral, que não tem relação com os valores que rugby propõe.
    Maior ênfase deveria ser colocado nos princípios do jogo, e também o control deles, se não o buraco será maior.
    Espero ter colaborado.

  6. Mais uma matéria corajosa do Portal, tocando em pontos essenciais para o desenvolvimento do rugby brasileiro. Mas, como bons brasileiros, fala-se apenas das mazelas e aspectos negativos. Nada se cria, nada se propõe.
    Onde estão todos estes que criticam, quando é preciso pensar no que fazer para reverter este quadro?. Minha sugestão ao Portal do Rugby é fazer um jornalismo crítico mas propositivo.
    Podem procurar, tem vários exemplos por aí…afinal, arbitros bons só vão surgir do investimento permanente em formação, avaliação e muito trabalho dentro de campo!

    HURRA!

  7. Estava pensando nisso esses dias. Assisti um jogo de futebol do campeonato inglês e apesar de no futebol os jogadores terem mais liberdade de falar ou reclamar algo ao árbitro, na Inglaterra pelo menos os jogadores têm mais respeito e acatam melhor a decisão do juiz. Ou seja, as exacerbações acontecem muito na América do Sul, com um pouco de piora por parte do brasileiro. Fiquei pensando se o brasileiro tem amadurecimento suficiente para adotar e levar a sério os valores do rugby. Com certeza estamos melhores do que décadas atrás e fico feliz do esporte estar avançando em muitos aspectos agora, no século XXI. Mas tenho receio de ver daqui a pouco tempo torcida jogando objetos no jogador do time adversário, briga entre torcidas, escolta policial para a arbitragem, etc. Como diz uma grande amiga: tem pessoas que tem o toque de Midas. O brasileiro (para muitas coisas) tem o toque de Merdas…

  8. Ótima matéria! Confesso que fico surpreso com tudo isso, pois os valores do rugby para mim são tão claros e fundamentais, tanto quanto correr para marcar o try. Na verdade, hoje os times buscam o desenvolvimento técnico e físico, o que com certeza é uma coisa ótima, mas deliberadamente não fomentam os valores dentro do clube. Posso estar errado, mas é um tipo de ganância de ganhar que se esquece do básico, e acaba não repreendendo jogadores que dão sinais de indisciplina por medo de desfalcar e prejudicar o time no jogo.
    Eu enquanto árbitro já enfrentei situações de indisciplina parecidas com estas apontadas na matéria, tanto no Brasil quanto na Bolívia.
    Concordo com o PdR que a solução, além da responsabilidades dos clubes, técnicos e árbitros dentro de seus respectivos clubes, seja a atuação mais incisiva dos TJD’s seja em nivel de CBRu, ou de Federações estaduais, Associações ou Ligas, ou mesmo comissões disciplinares atuantes dentro dos clubes.
    Falando como árbitro, acredito que a elevação do nosso nivel também passa por avaliações constantes, algo que já é feito com os árbitros da 1ª e 2ª divisão do brasileiro. Creio que este modelo, comissão técnica de avaliação dos árbitros dentro de campeonatos regionais contribuiriam e muito para elevar a qualidade.
    Jacob, vc se lembra que o Toscano falou no curso que lá eles também tem árbitros e jogadores ruins… de qualquer forma o panorama lá não é muito diferente…

  9. Está tudo errado , isso se chama falta de organizacão. Se o jogador está com sangramento, o arbitro bem pode interromper o jogo, e solicitar alguém da equipe que acompanha o jogo, a ingressar em campo com algum enfermeiro ou auxiliar que ajudem ele a levar fora do campo, para o devido atendimento.= Para isso é que existe uma ambulancia, un enfermeiro e um médico com os devidos equipamentos para um atendimento imediato.

  10. Realmente, é uma questão complicada e certamente devemos manter o respeito sempre!
    Porém, domingo passado, estava assistindo ao jogo do meu time contra o time local, e a forma como o árbitro estava conduzindo o jogo era horrível! Marcando vários penais errados e prejudicando o jogo, dai não ser o que falar… eu fiquei indignado! Sem contar que um jogador do outro time disse que o árbitro apitou o jogo passado deles e fez a mesma coisa, só que pro outro time! E quando acontece isso? Não justifica, mas é tenso!

  11. Por isso que no meio de tanto erro, e não isento minha equipe deles, fico feliz de ser parte da equipe mais disciplinada do rio de janeiro.

    Não lembro da última vez que o meu time tomou um cartão vemelho e pelo segundo ano consecutivo a que menos recebeu cartões, menos da metade da segunda colocada.

    Ainda há muito para se fazer visando desenvolver a mentalidade de jogador de rugby no brasileiro, mesmo sem exemplos de veteranos ou uma sólida e durarouda base vindo do clube, o Itaguaí tem 7 anos, aprendeu com os próprios erros e hoje pouco se pode falar de nós dentro do campo. É possivel!

  12. A grande culpa disso é nossa, dos mais antigos no Rugby que temos sido relapsos e incompetentes em transmitir aquilo que aprendemos.
    O problema passa pela cultura do Brasileiro que acha que tudo é bobagem ou exagero quando se fala de disciplina. Quando comecei no Rugby, meu treinador não permitia que abríssemos a boca durante os treinos, isso desde o primeiro treino. A primeira coisa que aprendi no Rugby foi ficar de boca fechada e ouvidos abertos. Hoje, recebo conselhos como: “deixa o pessoal à vontade, depois agente aplica a disciplina. Com tempo o pessoal aprende”. Sobre o caso em questão, a punição deveria partir do clube, com afastamento imediato do atleta. Uma vez que a direção não se manifesta, estimula outros a agirem da mesma forma. Antes de pegarmos um “bom corredor” e fazermos com ele comece a correr com uma bola oval, devemos fazê-lo saber como deve se comportar em campo e entender todos os valores que norteiam o esporte; aí sim estaremos formando rugbiers e não velocistas com bola oval. Esse ano tivemos um caso onde o capitão do time adversário deliberadamente deu um soco em um atleta nosso e quando abordei o treinador adversário que estava ao meu lado na beira do campo, me respondeu com um sorriso irônico “o que? Não vi nada não…”. Obviamente o cartão amarelo foi aplicado tanto ao jogador adversário quanto ao jogador do Cabo Frio que reagiu de forma inapropiada, mas ressalto a postura do treinador em fazer vistas grossas. Em uma partida entre outros times presenciamos um jogador socar o rosto de outro enquanto este estava no chão. Precisamos cortar o mau pela raiz, antes que a cultura média brasileira estrague o Rugby por aqui. Temos que salvar a geração atual, disciplinarmente falando, pois ela formará a próxima. Temos que “apertar” na questão disciplinar e ensinar que se ensina dessa forma, para que não nos tornemos um futebol com bola oval nas mãos.
    Fica aqui meu repúdio a esse tipo de comportamento e meu desejo que a justiça disciplinar seja aplicada antes que as coisas esfriem, pois nós brasileiros estamos fartos de morosidade na justiça em todos os níveis. Espero que Rugby aparece mais uma vez como exemplo a ser seguido e não como “mais um”.

    Cristiano Cardoso
    Presidente
    Cabo Frio Rugby / RJ

  13. Assim como o Brasil está formando jogadores, está também formando árbitros. Se querem árbitros prontos, então que paguem para fazerem cursos ao menos na argentina.
    Eu como árbitro, por mais erros que cometi, sempre me deparei com jogadores do tipo que o Portal mencionou na matéria acima. Se eles são tão conhecedores das Leis do jogo, então que peguem o apito e sejam homens de ir lá apitar, isso ninguém quer fazer. Mas sempre usar as Leis do jogo a seu favor é bem fácil, quero ver esses jogadores serem imparciais com 300 coisas acontecendo ao mesmo tempo.

  14. No início do ano, um jogador de um dos times citados no artigo acima pisou na cabeça de um jogador do meu time. Apesar da cena revoltante, não houve briga. O árbitro, felizmente, viu e deu sua sanção: cartão vermelho. O que o jogador fez foi muito pior: deu um tapa na mão do arbitro, que segurava o cartão, e desferiu alguma ofensa verbal que não lembro qual foi.

    Cena lamentável. Era um torneio não federado, mas apoiado pela federação. Dois dias de torneio, por volta de 20 equipes. Repito: Cena lamentável. Um detalhe me chamou muito atenção, que foi o jogador estar usando shorts e meiao da seleção. Se jogava ou não, não sei informar. Mas, novamente repito: cena lamentável.

    Ofensa à comissão de arbitragem, agressão ou qualquer coisa do gênero deveria, sim, ser passível não somente a expulsão, mas a banimento de competições oficiais.

    Se um jogador faz uma coisa dessas o time também deve puni-lo, creio eu.

  15. Sigo por perto o rugby brasileiro, e experimente o rápido desenvolvimento que teve em menos de 10 anos, que na minha opinião, pulo etapas que são necessárias para a compreensão do um jogo que, como sabemos, é mas que um simples jogo de bola.
    Na preza com que as instituições oficiais trabalham para conseguir estar na elite do rugby de alto rendimento, não deixa tempo nem recursos destinados a formação de novos jogadores e seus princípios. Pouco fica para o preparo de técnicos capacitados que realmente dediquem tempo a formação, fundamental ao ciclo que Brasil vive neste momento. Nem menos para avaliar a quem ensina ou espalha o esporte.
    Rapidamente praticantes com pouca experiência migram a formam equipes com precárias técnicas e conceitos que adquiriram, e apoiados por patrocinadores locais , privados ou públicos, crescem e entram na competitividade, esquecendo dos objetivos principais de este esporte.
    Atitudes como as descritas nos relatórios expostos, estão aumentando e agravando a situação,, mostrando uma perigosa distorção na forma de jogar.
    E posso asseverar que a causa esta na formação dos jogadores em seus clubes. Sao eles os que captam, forma e orientam os comportamentos fora e dentro de campo.
    Não é suficiente com ensinar a passar bolar, cair no chão e fazer um bom tackle, como tampouco é mencionar o que esporte traz, se os formadores e formados não experimentam a cultura que acompanha o rugby.
    Não estamos num médio onde o respeito aos administradores do jogo prevalece, pelo contrario, este é um pais mono esportivo, onde o esporte principal domina as condutas dos atletas e publico em, geral, que não tem relação com os valores que rugby propõe.
    Maior ênfase deveria ser colocado nos princípios do jogo, e também o control deles, se não o buraco será maior.
    Espero ter colaborado.

  16. Mais uma matéria corajosa do Portal, tocando em pontos essenciais para o desenvolvimento do rugby brasileiro. Mas, como bons brasileiros, fala-se apenas das mazelas e aspectos negativos. Nada se cria, nada se propõe.
    Onde estão todos estes que criticam, quando é preciso pensar no que fazer para reverter este quadro?. Minha sugestão ao Portal do Rugby é fazer um jornalismo crítico mas propositivo.
    Podem procurar, tem vários exemplos por aí…afinal, arbitros bons só vão surgir do investimento permanente em formação, avaliação e muito trabalho dentro de campo!

    HURRA!

  17. Estava pensando nisso esses dias. Assisti um jogo de futebol do campeonato inglês e apesar de no futebol os jogadores terem mais liberdade de falar ou reclamar algo ao árbitro, na Inglaterra pelo menos os jogadores têm mais respeito e acatam melhor a decisão do juiz. Ou seja, as exacerbações acontecem muito na América do Sul, com um pouco de piora por parte do brasileiro. Fiquei pensando se o brasileiro tem amadurecimento suficiente para adotar e levar a sério os valores do rugby. Com certeza estamos melhores do que décadas atrás e fico feliz do esporte estar avançando em muitos aspectos agora, no século XXI. Mas tenho receio de ver daqui a pouco tempo torcida jogando objetos no jogador do time adversário, briga entre torcidas, escolta policial para a arbitragem, etc. Como diz uma grande amiga: tem pessoas que tem o toque de Midas. O brasileiro (para muitas coisas) tem o toque de Merdas…

  18. Ótima matéria! Confesso que fico surpreso com tudo isso, pois os valores do rugby para mim são tão claros e fundamentais, tanto quanto correr para marcar o try. Na verdade, hoje os times buscam o desenvolvimento técnico e físico, o que com certeza é uma coisa ótima, mas deliberadamente não fomentam os valores dentro do clube. Posso estar errado, mas é um tipo de ganância de ganhar que se esquece do básico, e acaba não repreendendo jogadores que dão sinais de indisciplina por medo de desfalcar e prejudicar o time no jogo.
    Eu enquanto árbitro já enfrentei situações de indisciplina parecidas com estas apontadas na matéria, tanto no Brasil quanto na Bolívia.
    Concordo com o PdR que a solução, além da responsabilidades dos clubes, técnicos e árbitros dentro de seus respectivos clubes, seja a atuação mais incisiva dos TJD’s seja em nivel de CBRu, ou de Federações estaduais, Associações ou Ligas, ou mesmo comissões disciplinares atuantes dentro dos clubes.
    Falando como árbitro, acredito que a elevação do nosso nivel também passa por avaliações constantes, algo que já é feito com os árbitros da 1ª e 2ª divisão do brasileiro. Creio que este modelo, comissão técnica de avaliação dos árbitros dentro de campeonatos regionais contribuiriam e muito para elevar a qualidade.
    Jacob, vc se lembra que o Toscano falou no curso que lá eles também tem árbitros e jogadores ruins… de qualquer forma o panorama lá não é muito diferente…

  19. Está tudo errado , isso se chama falta de organizacão. Se o jogador está com sangramento, o arbitro bem pode interromper o jogo, e solicitar alguém da equipe que acompanha o jogo, a ingressar em campo com algum enfermeiro ou auxiliar que ajudem ele a levar fora do campo, para o devido atendimento.= Para isso é que existe uma ambulancia, un enfermeiro e um médico com os devidos equipamentos para um atendimento imediato.

  20. Realmente, é uma questão complicada e certamente devemos manter o respeito sempre!
    Porém, domingo passado, estava assistindo ao jogo do meu time contra o time local, e a forma como o árbitro estava conduzindo o jogo era horrível! Marcando vários penais errados e prejudicando o jogo, dai não ser o que falar… eu fiquei indignado! Sem contar que um jogador do outro time disse que o árbitro apitou o jogo passado deles e fez a mesma coisa, só que pro outro time! E quando acontece isso? Não justifica, mas é tenso!