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London 2012

Neste ano, os Jogos Olímpicos de Londres indicaram um novo universo esportivo, ao qual todos nós teremos que nos adaptar, estamos vendo um número muito maior de mulheres competindo, estamos vendo presente o véu característico das muçulmanas, estamos vendo paratletas disputando de igual para igual provas de atletismo, tênis de mesa, tiro com arco.

Penso que isso seja também um reflexo do pensamento mundial, mais aberto e igualitário, onde não mais discriminem pessoas por sexo, religião ou composição física.

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Vimos o atleta Oscar Pistorius, biamputado, lutando pela possibilidade de pôr a prova, o que lhe diziam, ser sua deficiência, que logo após passou a ser uma vantagem, e no dia 5 de agosto tornou-se simplesmente uma diferença, nem uma deficiência e nem uma vantagem.

Mas, e nós, gestores, o que vemos nisso? Eu vejo uma estrutura de divisão entre esportes e paraesportes, entre atletas e paratletas sendo desfeita, não que essa estrutura seja certa ou errada, mas neste momento, ela pode se dizer, talvez, ultrapassada.

Da mesma forma, em Londres vimos uma atleta, a mesa tenista polonesa Natalia Partyka, que só possui metade do braço, o qual ela usa para apoiar a bolinha no saque. E o sul coreano, Im Dong Hyun, que é considerado legalmente cego, já que só tem 10% da visão do olho esquerdo e 20% da visão do olho direito, e não só conseguiu a medalha de ouro como quebrou o recorde mundial da modalidade.

Diante disso, quais são os paratletas? Quais atletas não podem competir as Olimpíadas e devem competir nas Paraolimpíadas? Que possibilidades esses atletas abrem no esporte?

Por quê um atleta adaptado, portador de próteses específicas não pode praticar o esporte que gostaria numa equipe regular? Claro, que algumas destas respostas dependem de questões médicas, científicas, mas se cada vez mais a ciência busca, por meio de próteses mais modernas, fazer com que pessoas amputadas tenham uma vida confortável e sem restrições, por quê o esporte, que é um dos melhores caminhos para a formação de um cidadão iria impor essa restrição?

Abre-se, neste momento histórico do esporte, uma discussão a ser fomentada, a possibilidade de permitir a superação a esses atletas.

Não é o caso de acabar com o esporte adaptado, não interpretem mal, por favor, mas vejo ser o momento de o esporte perceber onde estão as limitações, quando estas existirem, e tratar as diferenças na medida de sua diferença.

Por enquanto são mais perguntas que respostas, mas aqui, vejo o esporte representando o seu papel de integração social e agradeço por poder ter visto este momento, que eu espero, não se perca e que o exemplo se espalhe e gere muitos frutos.

Escrito por: Lysandra Castro