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Com um clima mais ameno e torcida presente, São José e Curitiba fizeram um jogo pegado, disputado nas formações móveis, onde sobressaiu o trabalho de forwards dos Touros, que dominaram a maior parte da partida e conquistaram seu primeiro título nacional, quebrando uma hegemonia do estado de São Paulo que perdurava desde 2005, quando o Desterro (SC) levou o título. Nas arquibancadas, muita festa dos dois lados, mas mais uma vez os Touros deram show, homenageando Eduardo Lagarrique, um dos nomes históricos do clube.
Veja fotos da partida, por Diego Gutierrez
O Curitiba começou melhor, mostrando sua agressividade na defesa e rapidamente levou o jogo ao campo de ataque. Em sua primeira subida, abriu o placar com Dani Hermosa, de penal. Os joseenses tentaram avançar mas os Touros sempre recuperavam a bola e num penal do meio de campo desperdiçado por Naku, saiu o segundo penal para os joseenses. Fabinho deu knock on na recepção do chute e depois do scrum, um novo penal a favor dos Touros que Dani converteu sem dificuldades.
O jogo ficou muito truncado, com muitos scrums, e isso favoreceu o jogo dos Touros, que conseguiram ter mais posse de bola e forçou o erro do adversário, propiciando mais um penal para Dani. O São José reagiu, Grilo desperdiçou um drop goal, mas ainda em vantagem, os joseenses mantiveram a posse de bola e chegaram ao try com bela infiltração pelo centro de Joaquin, e Grilo complementou, reduzindo a vantagem para apenas dois pontos.
O try deu novo ânimo aos São José, que começou a levar o jogo para o campo de ataque e equilibraram as ações até o fim do primeiro tempo. A linha joseense estava visivelmente nervosa, com muitos erros de handling e não conseguiu levar perigo. Mesmo assim, o primeiro tempo terminou com liderança joseense que passou à frente com um penal de Grilo.
O segundo tempo começou aberto, e o Curitiba perdeu um penal de frente para os paus, que recolocaria o clube na frente. Muito mais disputado na zona intermediária, as chances rarearam, mas depois de um scrum, o Curitiba chegou ao try pela direita. Aproveitando a demora da defesa a se reorganizar, Naku conseguiu quebrar a linha de defesa pela ponta, e serviu Gabriel Domingues que mergulhou no ingoal para colocar o Curitiba com quatro pontos de vantagem.
O Curitiba manteve a pressão, o jogo de forwards lhe favorecia muito. Além de garantir a manutenção da posse de bola em seus scrums, conseguiu nada menos do que 4 roubadas de bola do adversário na formação fixas e roubou outros quatro lineouts, contra apenas um do adversário. Com essa superioridade, não tardou a sair mais um try e depois de um bom pick and go, Vitor Oliveira mergulhou no ingoal por cima da formação. O árbitro Xavier Vouga precisou recorrer ao TMO para validar o try que deu nove pontos de vantagem aos Touros.
A situação foi ficando difícil para o São José, que não conseguia jogar e tinha dificuldades para conter o Curitiba, que por sua vez passou a usar mais o jogo de chutes para manter a partida em seu campo de ataque. Pedro Lopes entrou muito bem na partida para o São José, mas o time não conseguiu ameaçar o ingoal adversário até o fim da aprtida, que sacramentou a vitória do Curitiba, muito comemorada por jogadores das gerações anteriores do clube e pela nova geração, que com uma campanha impressionante, agora ostenta o título de melhor clube do Brasil.
O Portal do Rugby elegeu Lucas Ceccareli “Piru” do Curitiba, como o melhor jogador da grande final.
Placar final: São José (10) 10 X 19 (09) Curitiba
Arbitragem: Xavier Vouga
Auxiliares de linha: Murilo Bragotto e Cris Futuro
São José
Tries: Joaquin
Conversão: Rafael Morales “Grilo”
Penal: Rafael Morales “Grilo”
Cartão amarelo: Brunão Rossi
Curitiba
Tries: Gabriel Domingues e Vitor Oliveira
Penal: Daniel Hermosa (3)
São José: 1 – Clair, 2 – Bene, 3 – Duda, 4 – Brunão, 5 – Pedroso, 6 – Dentinho, 7 – Saulo, 8 – Diogo, 10 – Grilo, 11 – Bomber, 12 – Joaquin, 13 – Sandy, 14 – Fabinho, 15 – Pelo, 16 – Pão, 17 – Nelsinho, 18 – Spani, 19 – Sábados, 20 – Portugal, 23 – Zezinho, 25 – Pedrinho, 29 – Betinho
Curitiba: 1 – Luan, 2 – Baiano, 3 – Diogo, 4 – Tissot, 5 – Boi, 6 – Piru, 7 – Ilha, 8 – José, 9 – Martin, 10 – Naku, 11 – Rambo, 12 – Duka, 13 – Dom, 14 – Dani, 15 – Stefano, 16 – Ak, 17 – Ferco, 18 – vitão, 19 – Pampa, 20 – Musa, 21 – Bicudo, 22 – Elias, 23 – Yan.
Foto: João Neto/Fotojump