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Paulistas em campo! Nesse fim de semana começa o principal campeonato estadual do país, estreando o formato de oito clubes, que deve aumentar ainda mais o nível técnico da competição. O São José, atual campeão estadual defenderá seu título contra seus tradicionais rivais de Super 10, Band Saracens, SPAC, Rio Branco e Pasteur, e ainda receberá a companhia de três equipes egressas da série B de 2013. Jacaréi (campeão), Poli (vice-campeão) e Wallys Louveira (3o colocado) entram em campo dispostos a mostrar que não serão meros coadjuvantes.

 

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Joseenses defendem o título ocm retrospecto favorável

O São José tem a seu favor, um histórico impressionante contra as equipes do estado, o título atual e uma mescla de veteranos e novos jogadores que unem como poucos clubes no país, habilidade, entrosamento e força física. Mas mesmo com essa combinação, os joseenses vem de um revés incômodo no final de 2013, quando ficaram de fora de uma final do Brasileiro, algo incomum para o clube. Nomes como Fernando Portugal, Erick Cogliandro, irmãos Duque e muitos outros, estarão novamente em campo para garantir mais um título para o clube.

 

SPAC e Pasteur começam em alta, apostando na continuidade do trabalho 

Atual campeão nacional, quebrando um jejum que se estendia desde 1999, o SPAC sempre é considerado um dos favoritos, mas nos últimos anos, as performances da equipe no Super 10 e no estadual se mostram completamente diferentes, e más atuações no Paulista foram seguidas de ótimos desempenhos no nacional. Duncan Randall, presidente do clube, esclarece esse ponto: “Estamos trabalhando para melhorar nossa regularidade, mas quando faltam nove dos seus principais jogadores, fica difícil administrar isso. No entanto no final do ano passado, tínhamos cinquenta jogadores treinando. Pretendemos continuar este trabalho que certamente vai fortalecer o time principal quando os selecionados estiveram fora. Queremos voltar ao topo inclusive no campeonato estadual.” Realidade similar à encontrada no Pasteur, com quem os ingleses fizeram uma grande final no ano passado. “A cada ano novos atletas vão aparecendo, mas todo jovem atleta deve ter muito cuidado para ser lançado. O Youssef (treinador) observou todos e está programando para que eles entrem e façam a diferença. A quantidade de jogadores nos ajudou a enfrentar dificuldades com os que foram convocados pela seleção, com contusão ou com problemas rotineiros de atletas amadores nesse país e tem que ficar entre o trabalho, vida pessoal e os treinos e jogos.”, afirma Márcio Dualibi, manager do clube.

Com dois vice-campeonatos nos principais torneios do ano, ele resume bem o que foi 2013:“Só faltou ganhar (a equipe foi vice nas duas competições ano passado). Mas estamos buscando seguir em frente dialogando, treinando e nos superando a cada dia. O Pasteur vem recuperando um tempo perdido, melhorando, modernizando e desenvolvendo não só o time, mas o clube e as pessoas que trabalham, jogam e torcem pelo Pasteur. Com um trabalho de categorias de base com mais de dez anos de trabalho ininterrupto (completos em 2013), o Pasteur seguiu a mesma filosofia que norteou o São José desde o princípio de sua fundação, e vem colhendo frutos desde então, sendo essa uma de suas grandes forças.

 

Bandeirantes busca o título com apoio do Saracens

Quando o assunto é regularidade nos campeonatos, o Band Saracens não pode reclamar. A equipe tem a capacidade de apresentar bons resultados mesmo quando não está no seu auge, como foi o caso do ano passado. Em meio uma reformulação, o clube acabou na terceira colocação estadual, e na segunda metade do Super 10, arrancou nas últimas rodadas para se garantir nas finais, deixando para trás equipes que estiveram na ponta o torneio inteiro, como Farrapos e Curitiba. O lendário Ramiro Mina, ex-pilar da seleção e atual head coach do clube atribui isso ao estilo Band Saracens e ao comprometimento da equipe. “O grupo de jogadores de 2013 foi muito parecido com o de 2012, sem muitas estrelas, mas esteve mais unido e comprometido por um objetivo comum. O auge do Bandeirantes sempre é alcançado com muito trabalho, suor e comprometimento e estamos trabalhando muito para atingí-lo.

No final do ano passado, mesmo sem títulos, o Band foi responsável por uma das grandes notícias do Rugby no país. O clube assinou uma parceria com o Saracens, um dos melhores clubes da Inglaterra. “A parceria vai render frutos no nosso jogo a médio/longo prazo, com o aporte técnico que receberemos e que se iniciará ainda no primeiro semestre deste ano. O estilo Bandeirantes continua e nunca morrerá, pois é passado através das gerações de novos jogadores, e com certeza casa muito bem com a filosofia do Saracens, pois foi um importante fator para a escolha do Bandeirantes como parceiro internacional do Saracens. Nada de novo, a receita básica é dedicação, companheirismo e muita raça, dentro e fora do campo.”, conclui Mocho.

 

Rio Branco corre atrás do tempo perdido para voltar ao topo

O Rio Branco de certa forma passa por uma fase semelhante aos bandeirantinos e Pasteur, buscando resgatar seus valores, apoio dos veteranos e investindo nas categorias de base, um dos grandes fatores para a estagnação do clube. O técnico Giuliano Passini, comenta a atual fase do clube: “Esperamos o Rio Branco continuando a evolução que apresentamos ao longo do ano passado. A renovação está acontecendo e temos a felicidade de contar com novos atletas dedicados e muito motivados. Entraram e já são verdadeiros Pelicanos, que defendem as cores e a camisa com muita honra e orgulho. Esperamos compromisso e trabalho duro, os resultados são apenas consequência disso.” Sobre o novo formato da competição, ele conclui que “será importante para o desenvolvimento do esporte e oportunidade para outros clubes mostrarem seu trabalho.”

 

Novatos, mas já experientes e ambiciosos

Entre os novatos, a expectativa é grande. A Poli retorna à elite estadual depois de décadas, em um cenário completamente diferente de quando disputou ponto a ponto com os principais clubes do país, o Wallys estreia na elite estadual no ano em que completa dez anos de existência, uma trajetória sólida que resultou em três títulos no Paulista do Interior, enquanto o Jacareí, credenciado pelo título da segunda divisão paulista em 2013, finalmente chega à maioridade, coroando sua trajetória calcada na juventude de seus jogadores, que estão desde a fundação do clube e já tem presença garantida nas seleções adultas e juniores. “Acreditamos que idade possa a vir a atrapalhar no processo de preparação, hoje temos um grupo muito grande de pessoas que estão em seus processos de estruturação pessoal e profissional, tendo que dedicar tempo a faculdade, trabalho, família e o rugby, e isto nos limita em algumas fases da preparação.” Diz o jovem, porém experiente Júlio César, capitão da equipe. “Quanto ao fator jogo, temos jogadores que têm diferentes experiências, de jogos internacionais, de Super 10 e de seleções, e acreditamos que isto não venha a ser mais uma barreira.”

Ele lista os desafios da equipe com confiança: “No ano de 2014 temos um grande desafio para a categoria adulta, como em 2013 o Paulista B foi uma novidade, em 2014 não será diferente, além do Paulista A, participaremos do Brasileiro 2º Divisão. Nossas expectativas para o campeonato é de conseguimos nos consolidar entre as grandes equipes do Estado, estamos ciente que será um caminho árduo, visto que para se manter entre os melhores é muito mais difícil do que chegar até eles. A consolidação da equipe adulta também é uma das metas, visto que dentro de um clube é o espelho para os mais novos. Porém continuaremos como carro  chefe de trabalho, o desenvolvimento das categorias de base, onde é o suporte para a categoria adulta.”

Guilherme Zaparoli, capitão do Wallys, está empolgado com a possibilidade de enfrentar alguns dos melhores clubes do país. “Esse é o principal sonho de um clube de rugby no Brasil, mas para isso há um longo caminho a ser percorrido e acho que esses anos que jogamos o torneio do interior nos foram muito válidos para a formação do nosso clube. Nós crescemos junto com o crescimento do rugby no interior de SP. Eu acho que crescemos de forma bem rápida, pois começamos realmente do zero em 2004. Aprendemos muito com o Campeonato Paulista do Interior nos primeiros anos, mas após os títulos de 2011 e 2012 no Paulista do Interior, decidimos dar um passo em direção à elite do rugby paulista disputando a 2ª divisão no ano passado. Antes do início do campeonato havia muitas dúvidas sobre nossa participação e nível de jogo, mas mostramos que temos um bom nível, perdendo apenas 2 jogos dos 14 disputados e isso nos fortaleceu ainda mais, pois percebemos que o trabalho que está sendo feito dentro do clube está dando ótimos resultados.” Mesmo diante dos desafios à frente, ele não deixa o otimismo de lado. “No Paulista desse ano, vamos buscar uma vaga entre os 4 melhores times. Com certeza será muito difícil pois temos os 5 clubes de muita tradição no rugby brasileiro que por muitos anos jogaram esse campeonato, mas achamos que temos condições.”

Um pouco mais comedido, André Gallina, o capitão da Poli conhecido por “Andrezão”, acredita que o maior desafio será se manter na elite, e projeta se igualar aos demais clubes, principalmente fora das quatro linhas. “Hoje temos um projeto dentro do nosso clube de reestruturação da equipe, mas estamos atrasados se comparados aos outros sete clubes que tem uma categoria de base e um plantel muito maior que o nosso. Dentro desse projeto, convidamos uma lenda dentro do rugby nacional, Diego Padilla, para nos auxiliar na parte técnica. Essa parceria já vem rendendo frutos pois aumentamos o número de atletas e experiência que uma pessoa como o Diego nos passa é algo fundamental para a formação de um grupo. A Poli é um clube com mais de 40 anos de história. Somos um time formado dentro da Escola Politécnica da USP, e sempre tivemos atletas das outras unidades da USP. A nossa história tem sim  uma origem universitária mas também por diversas oportunidades, atuamos na categoria denominada “adulto”. Contudo desde de 2003  não participávamos de nada fora da esfera universitária, voltando a atuar em 2010 quando fomos convidados a participar da serie B do campeonato paulista. Fomos Bi campeões(2011 e 2012) e ficamos com o vice em 2013.

 

Abaixo, um breve histórico dos jogos entre as equipes, desde 2007 (e alguns de 1985). Alguns resultados podem estar faltando.

 

São José X Bandeirantes – 19 jogos, 17 vitórias do São José, 2 do Bandeirantes (último confronto: São José 57 X 15 Bandeirantes – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: Bandeirantes 03 X 54 São José – Paulista 2010

Menor diferença de pontos: São José 07 X 06 Bandeirantes – Paulista 2007

 

São José X Pasteur – 17 jogos, 15 vitórias do São José, 2 vitórias do Pasteur (último confronto: São José 25 X 30 Pasteur – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: São José 55 X 03 Pasteur – Paulista 2008

Menor diferença de pontos: São José 10 X 07 Pasteur – Paulista 2012

 

São José X Rio Branco – 17 jogos, 17 vitórias do São José (último confronto: São José 73 X 03 Rio Branco – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: São José 73 X 03 Rio Branco – Super 10 2013

Menor diferença de pontos: São Paulo 11 X 15 Rio Branco – Paulista 2007

 

São José X SPAC – 22 jogos, 20 vitórias do São José, 1 vitória do SPAC, 1 empate (último confronto: SPAC 21 X 18 São José – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: SPAC 00 X 88 São José – Paulista 2010

Menor diferença de pontos: SPAC 08 X 09 São José – Super 10 2013

 

São José X Jacareí – 1 jogo, 1 vitória para o São José, por 40 a 5.

São José X Poli e Wallys – Sem registro de confrontos 

 

SPAC X Bandeirantes – 20 jogos, 7 vitórias do SPAC, 11 vitórias do Band e 2 empates (último confronto: SPAC 10 X 15 Bandeirantes – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: Bandeirantes 65 X 05 SPAC

Menor diferença de pontos: Bandeirantes 16 X 15 SPAC e Bandeirantes 15 X 14 SPAC

 

SPAC X Pasteur – 22 jogos, 8 vitórias do SPAC, 12 vitórias do Pasteur, 2 empates ( último confronto: SPAC 22 X 18 Pasteur – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: SPAC 00 X 80 Pasteur – Paulista 2013

Menor diferença de pontos: Pasteur 11 X 10 SPAC – 2010

 

SPAC X Rio Branco – 16 jogos, 9 vitórias do SPAC, 7 vitórias do Rio Branco (último confronto: SPAC 52 X 03 Rio Branco – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: SPAC 52 X 03 Rio Branco – Super 10 2013

Menor diferença de pontos: Rio Branco 22 X 20 SPAC e SPAC 17 X 15 Rio Branco

 

SPAC X Poli – 3 jogos, 3 vitórias do SPAC (último confronto: SPAC 55 X 15 Poli – 2012)

Maior diferença de pontos: SPAC 55 X 15 Poli – 2012

Menor diferença de pontos: SPAC 11 X 06 Poli – 1985

 

SPAC X Jacareí e SPAC X Wallys – Sem registro de jogos

 

Pasteur X Bandeirantes – 25 jogos, 16 vitórias do Pasteur, 9 vitórias do Bandeirantes (último confronto: Pasteur 39 X 15 Bandeirantes – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: Bandeirantes 48 X 03 Pasteur – Super 10 2011

Menor diferença de pontos: Pasteur 26 X 23 Bandeirantes e Pasteur 10 X 07 Bandeirantes

 

Pasteur X Rio Branco – 16 jogos, 10 vitórias do Pasteur, 4 vitórias do Rio Branco, 2 empates (último confronto: Pasteur 64 X 12 Rio Branco – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: Pasteur 70 X 07 Rio Branco – Paulista 2013)

Menor diferença de pontos: Rio Branco 13 X 12 Pasteur e Pasteur 11 X 10 Rio Branco

 

Bandeirantes  X Rio Branco – 17 jogos, 10 vitórias do Bandeirantes, 7 vitórias do Rio Branco (último confronto: Bandeirantes 53 X 05 Rio Branco – Super 10 2013)

Maior diferença de pontos: Bandeirantes 62 X 08 Rio Branco – 2009

Menor diferença de pontos: Rio Branco 16 X 15 Bandeirantes – 2007

 

Bandeirantes X Poli – 3 jogos, 1 vitória do Bandeirantes, 2 vitórias da Poli (último confronto: Bandeirantes 32 X 24 Poli – repescagem do Paulista 2012)

Maior diferença de pontos: Poli 34 X 13 Bandeirantes – 1985

Menor diferença de pontos: Bandeirantes 32 X 24 Poli – repescagem do Paulista 2012)

 

Bandeirantes X Jacareí e Bandeirantes X Wallys – Sem registro de jogos

 

Pasteur X Poli – 2 jogos, 2 vitórias do Pasteur (último confronto: Pasteur 9 X 0 Poli – 1985)

Maior diferença de pontos: Pasteur 9 X 0 Poli – 1985

Menor diferença de pontos: Pasteur 19 X 11 Poli – 1985

 

Pasteur X Jacareí e Pasteur X Wallys – sem registro de jogos

 

Rio Branco X Poli – 2 jogos, 2 vitórias do Rio Branco (último confronto: Rio Branco 44 X 00 Poli – repescagem do Paulista 2011)

Maior diferença de pontos: Rio Branco 65 X 03 Poli – repescagem Paulista 2010

Menor diferença de pontos: Rio Branco 44 X 00 Poli – repescagem do Paulista 2011io 

 

Rio Branco X Wallys e Rio Branco X Jacareí – sem registro de jogos

 

Poli X Jacareí – 2 jogos, 2 vitórias do Jacareí (último confronto: Jacareí 16 X 06 Poli – Paulista 2013)

Maior e menor diferença de pontos: Jacareí 16 X 06 Poli e Poli 31 X 21 Jacareí – Paulista 2013

 

Poli X Wallys – 3 jogos, 2 vitórias da Poli, 1 vitória do Wallys (último confronto: Poli 13 X 14 Wallys – Paulista 2013)

Maior diferença de pontos: Wallys 15 X 29 Poli – Paulista 2013

Menor diferença de pontos: Poli 13 X 14 Wallys – Paulista 2013

 

Jacareí X Wallys – 2 jogos, 1 vitória para o Jacareí, 1 vitória para o Wallys (último confronto: Wallys 10 X 25 Jacareí – Paulista 2013)

Maior diferença de pontos: Wallys 10 X 25 Jacareí – Paulista 2013

Menor diferença de pontos: Jacareí 13 X 27 Wallys – Paulista 2013