Urutu x Paulistânia 2012

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Urutu x Paulistânia 2012

No último fim de semana, foram disputadas as finais ao Campeonato Paulista de Acesso de 2012, que contou com a participação de 6 agremiações da Grande São Paulo. Quem compareceu para assistir e torcer, presenciou 3 grandes jogos proporcionados pelas equipes que disputaram do 6º ao 1º lugares. Alto Tietê (Mogi das Cruzes) e Tatuapé jogaram pelo 5º posto, ABC (Santo André) e Tigres (FMU) duelo pelo 3º lugar, e Paulistânia e Urutu (ambos da capital) disputaram a grande final. Os jogos foram realizados no Clube Campestre, em Ribeirão Pires.

 

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A disputa contra a colher-de-pau: ATR x Tatuapé

O primeiro jogo foi o embate para decidir as 6ª e 5ª colocações, no qual a equipe do Alto Tiête Rugby enfrentou a equipe do Tatuapé. O jogo começou com domínio da equipe do ATR que teve a oportunidade abrir o placar, logo aos 2 min, em um penal próximo as 22m de seu ataque, porém desperdiçado. A equipe do Tatuapé conseguiu equiparar as ações, porém abusava de erros nas finalizações das jogadas, desperdiçando assim oportunidades de começar ganhando.

O jogo prosseguiu com oportunidades para ambas as equipes, porém nada de iniciar o marcador. A quantidade de knock-on e penais cometidos pelas equipes ajudaram na tarefa de tornar o jogo truncado, no entanto com leve predomínio do Tatuapé. Após 20 minutos de jogo pausa para hidratação dos atletas, tendo em vista o forte calor do dia. Tal pausa foi benéfica para o Tatuapé, que logo no reinicio do jogo abriu o placar em um penal, próxima as 22m e um pouco a direita de seu ataque, convertido pelo scrum-half Américo Barbosa Monteiro. Tal pontuação acalmou os atletas do Tatuapé que conseguiram trabalhar melhor suas jogadas, utilizando a força do seu scrum e a velocidade de sua linha. E logo aumentou o placar em mais um penal, dessa vez frontal aos postes, também convertido por Américo.

Próximo ao término do 1º tempo, a equipe do Tatuapé aumentou sua vantagem em um belo try de seu fullback que recebeu a bola próxima ao meio de campo na sua direita, fintou e driblou a defesa do ATR e finalizou a jogada mais a sua esquerda anotado o primeiro try do jogo, que não foi convertido. No entanto, logo após o reinicio do jogo a equipe do ATR pressionou seus adversários e conseguiu anotar seu try através de seus forwards, try também não convertido. Encerrando a primeira etapa em 11×5 para a equipe da zona leste.

A segunda etapa iniciou com forte presença da equipe azul e rosa (Tatuapé) em seu campo de ataque, conseguindo intercalar jogadas entre seu scrum e sua linha. Não tardou para ampliar a vantagem que veio em um try em uma saída de scrum direto para os backs, finalizado pelo ponta da equipe, try não convertido. E após alguns minutos em um ataque da equipe do ATR, o jogador do Tatuapé interceptou a bola e saindo do seu campo de defesa, correu toda a extensão do campo até anotar seu try, numa bela corrida, try convertido.

O que se observou no decorrer da partida foi o cansaço de ambas as equipes, que intercalavam a posse da bola em vista dos erros de seus adversários. Após os 30 min a equipe azul e rosa ampliou a vantagem em mais 2 tries em jogadas trabalhadas por toda equipe. Aos 36 min os forwards da equipe preta (ATR) impuseram sua força física sob os adversários e conseguiram anotar seu try depois de pressão na defesa adversária através de pick-n-go. No entanto, tal pressão não durou até o final do jogo, no qual a equipe do Tatuapé aumentou sua vantagem anotando um penal e um try, convertido, nos minutos finais de jogo. Colocando assim o placar final de 43×10 para a equipe do Tatuapé, que encerrou sua participação em 5º, enquanto o ATR encerrou sua participação em 6º.

 

Tatuapé 43 x 10 Alto Tietê

 

Tigres x ABC pelo 3º lugar

A segunda partida do dia foi o embate pela conquista do 3º lugar, disputado entre a equipe do Tigres e do ABC. Logo no inicio do jogo ficou claro a supremacia do time do Tigres frente a equipe do ABC, time bastante aguerrido, mas que não conseguiu transformar essa garra em superioridade técnica e tática no decorrer da partida.

O começo de jogo foi morno, as equipes alternavam boas jogadas, porém sem contundência para ganhar a linha de vantagem do adversário. Mas logo ficou evidente a superioridade da equipe do Tigres, com um scrum mais pesado que a equipe do ABC, soube usar esse fato para almejar sua vitória. Além disso, a linha do Tigres também levava superioridade frente a linha adversária. Logo aos 7 min o Tigres conseguiu seu primeiro, numa jogada com algumas fases a bola passeou de um lado para o outro até chegar ao in-goal adversário, try não convertido.

O Tigres seguiu pressionando, mas o ABC mostrou-se com uma defesa bem feita, valendo se de tackles de toda sua equipe para evitar que o time adversário chegasse em seu in-goal. Porém, aos 17 min os centros do Tigres conseguiram furar a linha de vantagem e chegaram ao segundo try do jogo,convertido. Logo depois, o Tigres chegou a mais um try na partida, apostando nos jogadores de seu scrum, try não convertido. Próximo aos 30 min a equipe do ABC pressionou e quase chegou ao seu primeiro try, conseguiram um scrum na 5 adversária, porém não souberam aproveitar a chance, cometendo um penal e dando a chance ao time do Tigres para despachar a bola para longe.

Próximo ao final da primeira metade do tempo o Tigres chegou a mais um try, dessa vez convertido. As equipes foram para o intervalo no placar de 24×0 para o Tigres.

No segundo tempo, o panorama permaneceu o mesmo da primeira etapa, a equipe do Tigres pressionando e o ABC em grande parte do tempo na defensiva, evitando que invadissem seu campo. Levando vantagem nas formações fixas o Tigres aproveitaram sua superioridade e logo após 8 min jogados na segunda etapa já tinham anotado mais um try, com conversão.

O jogo se manteve sem muitas novidades nas ações do ABC que não conseguiam mostrar suas jogadas, muitas vezes neutralizadas pelos adversários O Tigres ampliou sua vantagem em um penal chutado para os postes. A equipe do ABC deu sinal de que dificultaria o jogo próximo aos 30 min quando em uma jogada de insistência de seus forwards e backs culminou em diversos rucks, que foram finalizadas em um try para a equipe do ABC, porém não convertido. No entanto, foi apenas isso, o Tigres ampliaram sua vantagem em mais um try, com conversão, dando números finais ao jogo: 41×5 para o Tigres, que terminaram em 3º, enquanto o ABC ficou em 4º.

 

Tigres 41 x 5 ABC

 

Urutu campeão!

O jogo mais esperado do dia começou logo após o apito final da disputa do 3º colocado. As equipes do Paulistânia e do Urutu entraram em campo para decidir quem se sagraria campeão do torneio. Logo no inicio a equipe do Urutu demonstrou que viria forte e não toleraria o placar do primeiro confronto entre as duas equipes (durante o campeonato ambas as equipes se enfrentaram em um jogo duro onde o Paulistânia saiu vitorioso).

Logo no primeiro minuto, numa saída de scrum para o Urutu um chute foi dado para o ponta da equipe, porém nada concretizado uma vez que o jogador cometeu um knock-on ao tentar pegar a bola. O Urutu demonstrou nos minutos iniciais estar mais acordado do a equipe amarela e vermelha. Aos 5 min um penal para o Urutu colocou os primeiros pontos no placar, 3×0 em cobrança feita por Felipe Andres Arriagada Marambio, o abertura da equipe.

A pressão continuava por parte da equipe vermelha e branca, em uma saída de lateral, bem executado pelos forwards do Urutu, a jogada foi finalizada no primeiro try do jogo, feito pelo 8º, Paulo Cesar Fernandes Júnior, com conversão feita pelo abertura Felipe, um dos destaques do jogo. Após o try, o Paulistânia conseguiu equiparar as ações e conter o ímpeto do Urutu, a equipe rubro-amarela fez jogada apoiada em seus forwards, porém a bola foi roubada e a linha adversária trabalhou muito bem a bola até chegar a mais try feito pela fullback Eduardo com mais uma conversão de Marambio.

A pressão seguiu, a equipe do Paulistânia acordou para o jogo, porém não de maneira efetiva. Conseguiam segurar os forwards do Urutu, mas os backs alvi-rubros continuavam levando vantagem. Aos 24 minutos, um penal por impedimento colocou mais 3 pontos na conta do Urutu, cobrança feita pelo 1º centro J.P (12). A entrada de Wayne Cowden na equipe rubro-amarela deu ânimo para o time, aumentando a pressão por parte do time do Paulistânia. Aos 30 min um chute mal dado pela equipe amarela e vermelha caiu nas mãos do ponta adversário (14), que fez bela recepção e correu driblando a linha adversária até chegar a mais um try com conversão de Marambio.

O Urutu nos minutos finais ainda sofreu pressão, porém o Paulistânia abusava de erros, perdendo rucks e com uma linha que não conseguia impor seu jogo sob o adversário, destaque para o belo trabalho de contra-ataque da equipe alvi-rubro. As equipes foram para o intervalo em 27×0 para o Urutu.

A segunda etapa iniciou de maneira mais parelha. O Intervalo ajudou o Paulistânia que entrou focado em parar o adversário e tentar reverter o placar. No entanto, a linha do Urutu permanecia levando vantagem, com jogadas em profundidade e em alta velocidade conseguiam confundir o adversário e avançar na linha de vantagem.

Logo aos 10 min um drop goal do abertura do Urutu colaborou para recolocar o time no caminho certo. 5 min depois um penal frontal também colocou mais 3 pontos para a equipe branca e vermelha, cobrança de J.P. O time do Paulistânia apostava nas jogadas de seu scrum para surpreender o adversário, em um maul bem executada pelos forwards rubro-amarelos acabou em try para eles, try feito pelo Wayne Cowden, porém não convertido, aos 20 min.

O jogo permaneceu equiparado, talvez a larga vantagem conquistada pelo Urutu colaborou para baixar o ritmo intenso que a equipe apresentou durante boa parte do jogo, de tal forma que a equipe do Paulistânia se mantinha na defensiva de maneira aguerrida não deixando que os adversários chegassem ao seu campo de defesa. Próximo aos 30 minutos, a linha do Urutu trabalhou mais uma vez de maneira eficaz, culminando no último try do jogo feito pelo número 14, Guilherme Ribeiro Aguiar, e colocando números finais a partida, try não convertido.

O que se viu nos últimos 10 minutos foi um embate entre defesa e ataque, enquanto a equipe do Urutu atacava o Paulistânia defendia. Nos 2 últimos minutos o Paulistânia pressionou, um sucessão de penais cometidos pelo Urutu, parecia que acabaria bem para a equipe rubro-amarela, o scrum seguia pressionando, porém o bandeira chamou o juiz, avisou de uma penalidade cometida pelo time ofensivo, culminando em um penal para o Urutu, que só teve o trabalho de chutar a bola para a fora e comemorar a inédita conquista.

Destaque do jogo: a linha do Urutu que jogava em velocidade e em profundidade variando as jogadas.

 

Placar final: Urutu 38 x 5 Paulistânia

 

Urutu

Penais: Felipe Marambio (1), JP Fabi (2)

Conversões: Felipe Marambio “Sallas” (3)

Drop-Goals: Felipe Marambio (1)

Tries: Guilherme Aguiar (2), PC Fernandes (1), Eduardo Silva (1)

 

Paulistânia

Try: Wayne Cowden

 

Escrito por: Fernando Zemann

Colaboração: Bruno Serminaro