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julia sarda

Júlia Sardá, capitã da seleção brasileira feminina e atleta do Desterro, é a entrevistada da vez de Gustavo Gaiofato para o Falando de Rugby! Sardá comentou sobre a Série Mundial de Sevens Feminina, o momento da seleção, o rugby feminino nacional e seu clube, campeão do Super Sevens!

 

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– Como foi a preparação para essa etapa da Série Mundial? Quais os aprendizados tirados das etapas passadas?

Desde abril deste ano algumas meninas da seleção foram convidadas a fazer parte de um programa centralizado em SP. A CBRu contratou profissionais qualificados para trabalharem nossa preparação física e dois ótimos treinadores (Youssef Driss e Chris Neil). O trabalho coletivo diário é desgastante, mas está trazendo resultados muito bons. Nas etapas passadas começamos a sentir que estamos evoluindo e que ninguém é imbativel, mas que ainda nos falta consistência. 

– O Brasil fez um ótimo primeiro tempo contra a Austrália, deixou a vitória escapar contra o Canadá no fim e marcou primeiro contra a Nova Zelândia. Como você vê esse encurtamento da distância entre o Brasil e as seleções de maior destaque do circuito? Qual a sua visão sobre esses resultados expressivos?

Estes resultados são fruto de muito trabalho dentro e fora de campo e não só das 12 jogadoras convocadas. Vai desde os staffs da CBRu, que lutam para que tenhamos local para treinar e patrocínio para bancar viagens e treinos, da equipe médica, dos nossos treinadores, que estudam muito os adversarios e passam noites em claro definindo a tática que vamos utilizar, bem como as 34 jogadoras que hoje fazem parte da seleção. Mas temos o pé no chão e sabemos que ainda temos um longo caminho pela frente. Porém, temos certeza que possuímos um grupo muito competente para nos guiar e ajudar.

– E sobre a grande vitória sobre a França? O que o Brasil mostrou de mais importante nessa partida?

A vitória contra a França mostrou que acima de tudo, este grupo tem coração e luta para defender as cores do Brasil até o final.

– Qual a sua expectativa para jogar em casa, em Barueri? Você acha que pode haver um grande público para prestigiar o evento, considerando que a seleção feminina começa a ganhar mais destaque na mídia?

A expectativa é a melhor possível. O grupo já esta contando os dias para a etapa. Acredito que o calor e o publico podem fazer a diferença. Esta é a chance dos apaixonados pelo rugby mostrarem para o IRB que o Brasil é capaz de sediar competições importantes no Brasil. Espero que o público compareça.

– Sobre o Super Sevens, com a vitória, você espera que venha mais suporte não só para o Desterro como também para o crescimento do Rugby feminino no Brasil?

O rugby vem crescendo muito no Brasil. Em termos de clube ainda temos algumas dificuldades, mas acredito que o esporte esteja atraindo pessoas e empresas. O Desterro por exemplo, embora não tenha sede ou campo próprio, tem empresas parceiras como a Funcional Sports (academia), a Funcional Life (fisioterapia) e a Soul Rugby (uniforme).

– E sobre o Desterro? Como você analisa o título no Super Sevens? Quais foram os maiores méritos da equipes?

O titulo foi resultado do trabalho coletivo. Todas as jogadoras “compraram” o desafio e se dedicaram muito. Acredito que o maior mérito da equipe foi crescer e aprender com os erros. Começamos o circuito em quinto lugar e lutamos muito para alcançar o título.

– Qual a expectativa sua para o Brasil Sevens?

Tenho certeza que vai ser um campeonato muito disputado. Os times estão tão fortes que não da para prever quem chegará nas finais. Não terá jogo fácil, quem estiver mais disposto a lutar pela vitória sairá campeão.

– Como será a preparação do Brasil para os torneios do ano que vem?

Acabamos de chegar de Dubai e já estamos treinando forte. O grupo treina junto até 19 de dezembro, depois somos liberadas para as festas de final de ano, mas com planilha de treino físico para cumprir e nos apresentamos novamente dia 6 de janeiro para treinos diários.