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Nessa 3ª feira, dia 03 de Abril às 15h, dez cadeiras de rodas desenvolvidas especialmente para a prática de rugby entre crianças e adolescentes de 7 a 16 anos serão entregue na Escola Municipal Paulo Freire, em Niterói (RJ). O resultado faz parte do projeto Desenvolvimento de equipamentos para massificação do Rugby a partir da inclusão do esporte na Rede Pública de Ensino, coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), tendo como parceiros as secretarias municipais de Educação e de Esportes de Niterói, a Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), o Niterói Rugby Football Clube e a empresa Alphamix.

Desenvolvidas por profissionais da área de Desenho Industrial do INT, as cadeiras específicas para crianças são inéditas no mundo e levam em conta as dimensões e as necessidades específicas do grupo elegível para o esporte, que são pessoas com comprometimento em pelo menos três membros, incluindo tetraplégicos, amputados e portadores de paralisia cerebral. Em dezembro do ano passado, durante o 1º. Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão de Rugby em Cadeira de Rodas, o equipamento foi avaliado como adequado aos padrões internacionais pelo coordenador de arbitragem da Federação Internacional da modalidade (IWRF) para as Américas, Gilles Brière.

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Incluído nas Olimpíadas de 2016, que serão disputadas no Rio de Janeiro, o rugby começa a ser popularizado nas escolas públicas, resultado da atuação da rede de parcerias articulada pelo INT. A campanha “Eu jogo rugby. E você?”, que tem como piloto o município de Niterói, promove a inovação tecnológica para massificação do esporte a partir de métodos, equipamentos e capacitação de treinadores. Além da escola Paulo Freire, que servirá como polo para a prática em cadeira de rodas, cinco outras escolas já têm o rugby convencional incluído entre suas práticas de educação física.

O projeto

As atividades do projeto Desenvolvimento de equipamentos para massificação do Rugby começaram em agosto de 2010. Como resultados, além das novas cadeiras de rodas, já foram apresentados os protótipos de dois equipamentos: a baliza “H”, utilizada para a marcação dos tries (que correspondem ao gol do futebol), aprimorada para melhor transporte e adaptação aos campos; e o contact pad, escudo de proteção almofadado usado nos treinos, que recebeu melhorias.

Os dados para o desenvolvimento das cadeiras de rodas foram obtidos pela equipe do Laboratório de Ergonomia do INT, que realizou a medição antropométrica de alunos com dificuldade motora da Escola Municipal Mestre Fininha e de outras três escolas localizadas no entorno.
 
Para a implantação do esporte na rede pública de ensino de Niterói como atividade regular, os professores de educação física foram capacitados a conduzir atividades de prática de rugby convencional e também de rugby em cadeira de rodas. O curso foi ministrado por atletas de rugby tradicional e em cadeira de rodas (jogadores, ex-jogadores e treinadores da Seleção Brasileira), responsáveis também pela realização de atividades com crianças na primeira fase do projeto. A partir disso, os professores capacitados passam a atuar como multiplicadores.

Os pais de alunos foram sensibilizados em reuniões com a equipe do projeto, especialmente para incluir os alunos com deficiência nas atividades.  Para isso, eles passaram por avaliação física pela equipe de fisioterapia da ABRC. 

“A fase atual do projeto é dedicada a estabelecer a prática do rugby com os alunos durante as aulas regulares de educação física, nas das escolas públicas da rede de ensino de Niterói e também continuar o desenvolvimento de equipamentos no INT”, explica a coordenadora do projeto, Maria Carolina Santos, do Núcleo de Desenvolvimento Social do INT.

* Estarão presentes à cerimônia de entrega do equipamento a secretária municipal de Educação, Maria Inês Azevedo de Oliveira, e o presidente da Fundação Municipal de Educação de Niterói, Luiz Fernandes Braga; o presidente da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas, Eduardo Mayr, e, pelo INT, as coordenadoras de Articulação e Representação Institucional, Andréa Lessa, e de Engenharias, Ieda Caminha.