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Diretamente do cerrado do Centro-Oeste para as Highlands escocesas! Muitos brasileiros tentam a sorte jogando no exterior, seja como real objetivo de se firmar no alto nível praticado em países tradicionais, ou mesmo como parte complementar de uma atividade já programada. É esse o caso de Lucas “Preazin” Correa, 21 anos, jogador do Goianos.

O jogador, estudante de engenharia, chegou à Universidade de Glasgow em julho desse ano, por meio do programa do governo federal chamado Ciência sem Fronteiras, um programa de intercâmbio universitário que oferece vagas no ramo de engenharia e tecnologia. “Não somente a universidade em si me interessou, mas o Rugby teve papel decisivo na minha escolha, já que aqui poderia conciliar uma excelente experiência internacional no estudo da engenharia elétrica, com umas das escolas mais tradicionais de Rugby, a Escócia”.

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Veja o depoimento da experiência do Lucas até agora!

 

Ao chegar a minha universidade procurei e me informei sobre os esportes, e entrei em contato com o “clube” de Rugby dentro da mesma, porém fui informado que os treinos só começariam a partir da segunda semana de setembro. Logo, procurei uma academia, para me exercitar e me preparar, pois saberia que teria de “comer muita grama” para conseguir um espaço no time.

Após meu primeiro mês a academia da universidade, eu notei varias pessoas usando camisetas de times variados de Rugby, mas sempre com certa prevalência pelo Glasgow Warriors logicamente, o time mais famoso da cidade. Nesse cenário vi a oportunidade de conhecer jogadores, que pensava serem somente da universidade e também praticar meu inglês.

Em umas dessas conversas que conheci um jogador do Glasgow Hawks (time da primeira divisão amadora do Rugby escocês), e me informei sobre os treinos – logicamente me auto convidando – e, também a possibilidade de me juntar ao grupo.

Na terça-feira seguinte estava no local dos treinamentos, a High School of Glasgow – um choque de realidade para ser exato – quatro campos oficiais com gramado impecável, algo muito distante da realidade que vivia no Brasil. Então, conheci um dos técnicos do time e o mesmo me direcionou para treinar com outro time que dividia o
mesmo espaço o GHK Rugby Football Club (GHK RFC), um time da segunda divisão do Rugby escocês fundado em 1884.

Entrei em contato com dois dos três técnicos do time, pois aqui temos técnicos para linha, para os fowards e um head coach. Após alguns minutos de conversa, explicando um pouco do esporte no Brasil, há quanto
tempo jogava posição, fui convidado a participar de um amistoso contra um time um pouco mais fraco, dentro da pré-temporada, a fim de dar ritmo de jogo a atletas que não jogavam dentro do time principal. Joguei os quatro tempos de vinte minutos, aproveitando para mostrar tudo que sabia. Findado o jogo, recebi elogios pelos tackles
baixos e também pelo cardio – por ter jogado todos os tempos – juntamente com um convite para me juntar ao grupo. Na quinta, treinei novamente, conheci outros jogadores, e dessa vez ao final do treino recebi um convite do head coach para compor o banco de reservas do time principal em outro amistoso.

Desde então, venho treinando ativamente com o grupo. Na última semana de agosto começou a temporada efetivamente. Já possuo dois jogos como titular e um try, e na terceira rodada do campeonato enfrentaremos o 1o
colocado.

Tudo pronto para o jogo, inclusive para o terceiros-tempos: camisa branca, calça social, e claro a Gravata do Time!
Vamos que vamos GHK !!!
Let’s go LIONS !!!