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O assunto da semana no rugby internacional vem sendo o novo calendário global que a nova direção do World Rugby (Bill Beaumont e Agustín Pichot) querem implementar a partir de 2020, quando se encerrar o atual ciclo da Copa do Mundo de 2019.

 

A discussão sobre a mudança de datas do Six Nations parece ter perdido força nos bastidores. E os British and Irish Lions seguirão sendo formados a cada quatro anos. Mas, qual a necessidade de se alterar o calendário? Alguns motivos se destacam:

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  • – Necessidade de harmonizar as datas que as seleções do Hemisfério Norte e do Hemisfério Sul jogam para reduzir atritos com clubes pela liberação de atletas;
  • – Reduzir o desgaste dos atletas, que já disputam temporadas muito longas;
  • – Abrir espaço para que novas competições que possam ajudar o desenvolvimento do rugby sejam criada: a principal delas pode ser um Mundial de Clubes;

 

Quais medidas poderão ser tomadas? Em reportagem da BBC,

 

  • – Eliminação da série de amistosos internacionais disputada logo após a Copa do Mundo (no caso, junho de 2020), permitindo que as ligas nacionais europeias sejam interrompidas durante o Mundial;
  • – Nos demais anos, os amistosos de junho devem ser transferidos para julho;
  • – Com as seleções ativas até junho, mas ligas europeias deverão começar mais tarde (fim de setembro ou outubro), mas serão jogadas até o fim de junho;
  • – Com os amistosos em julho, o Super Rugby não seria mais interrompido por um mês e poderá se encerrar também em junho, harmonizando seu calendário com o europeu;
  • – Com os calendários europeu e do Hemisfério Sul compatíveis, um Mundial de Clubes poderia ser criado em 2020;

 

Quais os problemas da nova proposta?

  • – Com uma série a menos de amistosos no ciclo de quatro anos, as federações do Hemisfério Sul temem ter suas receitas perigosamente reduzidas;
  • – O Top 14 francês, por ter maior duração que o PRO12 e a Premiership, pode ser obrigado a mudar drasticamente seu formato de disputa para se adequar ao calendário (há rumores da volta a um formato de conferências na França, que existiu até o início dos anos 2000);
  • – Caso o PRO12 seja expandido, sua formula de disputa também deverá ser modificada para se adequar ao calendário novo;

 

O que está em aberto?

  • – Sem as seleções europeias visitando o Hemisfério Sul no ano seguinte ao da Copa do Mundo poderia haver a chance para países da Oceania, Ásia, África e Américas de terem mais chances para enfrentarem Argentina, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. A curto prazo, Japão, Estados Unidos e Canadá podem ser destinos que supram as receitas perdidas vindas da Europa, enquanto Fiji, Samoa e Tonga poderiam ter mais oportunidades. No longo prazo o Brasil poderia se beneficiar também;
  • – O calendário do Rugby Championship não deverá ser alterado, o que significa que atletas dos países participantes que atuem na Europa não seriam beneficiados pela proposta;
  • – O calendário dos British and Irish Lions não foi ainda discutido, mas informações recentes apontam para uma possível redução do tamanho das giras, para reduzir desgaste dos atletas;