Foto: Super Rugby

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Emocionante, épico e… tudo por decidir em quem vai estar na fase-final do Super Rugby AU, pois os Waratahs derrotaram os Rebels e deixaram a decisão final para a última ronda, dependendo agora se a Western Force conseguirá aguentar uns aflitos Rebels! Por seu lado, os Brumbies confirmaram que vão estar na final em meados de Setembro depois de uma vitória bem conseguida, mas que só aconteceu na segunda parte na recepção à Western Force.

“Ups”: White pode valer título aos Brumbies

Os Brumbies entraram francamente mal para o seu penúltimo jogo da fase regular do Super Rugby AU, dando espaço de manobra e confiança ao Western Force para tentar a sua sorte que acabou com estes a adiantarem-se no resultado quando ainda não estavam cumpridos dez minutos de jogo. Uma atitude pesarosa e lenta tanto no que toca às movimentações das linhas atrasadas (valeram Thomas Banks e Bayley Kuenzle) ou na saída das fases estáticas ou espontâneas, permitindo à Western Force sonhar com uma surpresa no campo dos Brumbies.

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Porém, aos 48 minutos entrou em campo o dínamo que mudou o encontro por completo: Nic White! O formação jogou o seu segundo neste regresso à Austrália e foi ele a chave para os Brumbies cavalgarem no sentido da vitória, adornando o ataque com uma série de apontamentos geniais que criaram problemas totalmente indefensáveis para a franquia de Perth, virando o sentido de jogo a seu bel-prazer, impondo uma velocidade intensa e incentivando os seus colegas a assumir as despesas de dominar o encontro, e nesses 30 minutos finais assistiu-se exatamente isso.

Os Brumbies viriam a fazer três tries, todos com direta influência do formação dos Wallabies, ultrapassando o possível susto e a garantir uma vitória que lhes oferecer desde já a ida até à final do Super Rugby AU (o 1º lugar da fase regular passa para a final, enquanto o 2º e 3º jogam uma meia-final para decidir o segundo finalista), final essa que vai ser decidida por quem tem não só o estilo de jogo mais eficiente e equilibrado mas também pelas soluções que dispõe dentro do elenco, duas situações minimamente controladas pelos Brumbies neste momento.

Com jogadores como Nic White (conseguirá ser titular nos dois jogos finais da competição?) a sair do banco para fazer a diferença, a verdade é que uma situação crítica e perigosa pode sofrer uma reviravolta e voltar ao equilíbrio e domínio, sem esquecer a influência de nomes como Thomas Banks (excelente exibição), Will Miller, Pete Samu ou Irae Simone.

Na mesma lógica, os Waratahs garantiram uma vitória fundamental para as aspirações em chegar à fase final do Super Rugby AU graças à influência direta de jogadores como Michael Hooper, Jack Dempsey, Harry Johnson-Holmes (enorme exibição do pilar internacional australiano, que tanto no trabalho defensivo ou de ataque foi espetacular) e Ned Hanigan, empurrando a equiea em direção de uma vitória essencial que não lhes garante ainda o apuramento para a meia-final frente aos Queensland Reds.

O bloco de 8 avançados moveu-se com um passo sempre assertivo, tentando impor um certo domínio territorial e nas formações fixas que lhes valeu uma primeira parte de relativo controlo, obtendo os pontos suficientes para obter uma vantagem importante.

Durante “largas” jornadas, os avançados dos ‘tahs pareciam um corpo disfuncional com graves problemas em conseguir aparecer no jogo corrido, ficando demasiado expectantes, imersos numa apatia nociva para dar outra dimensão à franquia de Sydney, surgindo agora em força, compactos e com outra solidez em todas as medidas. O try de Jack Dempsey foi um claro exemplo de como o pack dos Waratahs quis surpreender, com o terceira linha a sair disparado pelo eixo do ruck quando ninguém assim o esperava, com uma postura mais agilizada e dinâmica, algo que foi impossível de defender para uns “adormecidos” Melbourne Rebels. Contudo, ficam a depender de um resultado menos bom da franquia de Melbourne, que joga todas as suas fichas contra ao Western Force…

O try de Jack Dempsey (00:50)

“Downs”: Rebels adormeceram quando não podiam

Era o jogo da época dos homens de David Wessels e, apesar de terem realizado uma segunda parte de qualidade, acabaram por quase deitar tudo a perder, com uma derrota que não era totalmente esperada até porque mostravam um crescimento sistemático nas últimas jornadas, sendo apanhados desprevenidos em diferentes jogadas no encontro ante os Waratahs.

Seja o try de Jack Dempsey ou aquela jogada através do alinhamento que permitiu Jake Gordon a sair disparado pelo meio do alinhamento, foram algumas demonstrações de como os Rebels “adormeceram” e relaxaram na atitude defensiva nos momentos críticos, com claras descompensações defensivas ou táticas a surgir especialmente a meio da primeira-parte e início da segunda. O tackle até revelou-se eficaz e altamente dominante, com uns espetaculares 93% de eficácia, mas expuseram a linha de defesa em demasia nos pontapés, oferecendo oportunidades aos Waratahs para respirar e até criar oportunidades para marcar tries.

Aquele pontapé final de Max Deegan (realizou até um jogo de qualidade) bloqueado foi outra demonstração da apatia e do adormecer da franquia que melhor rugby joga nas linhas atrasadas, mas que cai constantemente no erro da inexperiência, falta de resposta quando estão sob pressão e no risco excessivo, quando podiam optar por estagnar e desacelerar a velocidade da bola.

Os craques: Banks, Lee-Warner, Koroibete e Johnson-Holmes

O defesa completou 115 metros com a oval em seu poder, foi responsável por um dos tries, somando ainda três quebras de linha e seis defesas batidos, ocupando os espaços nas costas da equipe com visão e segurança, pulsando um jogo ao pé já mais completo do que até aqui tinha demonstrado.

O asa do Western Force é uma das referências desta franquia de Perth e realizou um penúltimo grande jogo na competição, seja pelas 15 tackles encaixadas (zero falhadas e duas delas acabaram em turnovers), o try e os 4 tackle busts que registrou frente aos Brumbies.

Dois tries, vários tackle busts, três defesas batidos e uma quebra de linha, Marika Koroibete continua a ser uma das melhores armas de ataque (e até defesa) dos Melbourne Rebels, conseguindo sempre impor uma intensidade física decisiva.

O pilar dos Waratahs conseguiu ser um problema para os Melbourne Rebels durante todo o encontro, seja a forma voraz como se atirou ao breakdown (dois turnovers e uma penalidade conquistada), o trabalho junto aos rucks ou o trabalho exaustivo e de excelência no scrum e lateral.

Os números

Mais pontos marcados: Matt To’omua (Rebels) – 17 pontos
Mais tries marcados: Isi Naisarani (Rebels) – 2
Mais quebras de linha: Tom Banks (Brumbies) – 3
Mais tackles: Fergus Lee-Warner (Force) – 15 (15 efetivos)
Mais turnovers: Henry Stowers (Force) e Harry Johnson-Holmes (Waratahs) – 2
Mais defensores batidos: Tom Banks (Brumbies) – 5
Melhor da Jornada: Nic White (Brumbies)

A boa assistência de White passados 3 minutos de ter entrado (2:49)