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Sábado e domingo decisivos para o rugby sevens masculino internacional. A Série Mundial de Sevens retorna com a oitava e penúltima etapa da temporada, definindo seu campeão e seu rebaixado. A vez é da Escócia, berço do seven-a-side, receber o circuito com o Glasgow Sevens, no pequeno mas aconchegante Scotstoun Stadium, casa do Glasgow Warriors (com 15 mil lugares). Nos dias 10 e 11 de maio, Londres receberá a etapa final da temporada.
Em julho e agosto, Glasgow sediará os Jogos da Commonwealth, a Olimpíada do Antigo Império Britânico, que terá rugby sevens nos dias 26 e 27 de julho. Com isso, o torneio da Série Mundial de Sevens abre a prepara a maior cidade escocesa para receber mais um grande evento internacional.
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As finais do torneio serão exibidas em VT pelo BandSports às 19h00 de domingo.
All Blacks com a mão no 12º título
A Nova Zelândia está muito próxima de garantir seu 12º título do circuito mundial – o 4º seguido. Os All Blacks chegam à Escócia com 7 pontos de frente sobre os sul-africanos, o que significa que sequer necessitam ser campeões nos dois últimos torneios para serem campeões mundiais novamente, precisando de no máximo dois vices. Os neozelandeses caíram no Grupo A e enfrentarão justamente a África do Sul na fase de grupos. O grupo é duro e ainda conta com a irregular e imprevisível Samoa, que pode roubar pontos preciosos dos dois favoritos, além de Portugal, que quer com uma rodada de antecedência já afastar por completo o risco de rebaixamento.
Os All Blacks não contarão com Tomasi Cama novamente, mas têm DJ Forbes em fase exuberante, Tim Mikkelson como o segundo maior anotador de tries do circuito, Sherwin Stowers voando baixo e Scott Curry adicionando ainda mais qualidade ao time. Campeã do último torneio, o Hong Kong Sevens, a Nova Zelândia tem o histórico todo a seu favor, tendo vencido a África do Sul em 39 das 56 vezes que duelaram na Série Mundial de Sevens, incluindo a vitória por 21 x 0 na decisão do torneio de Wellington no início deste ano.
Os Boks, por sua vez, sabem que Glasgow representa a última chance de título. Reduzir a diferença antes de Londres é obrigatório caso a África do Sul ainda se enxergue na briga pelo título. E esse é o discurso dos atleta dos dos Blitzboks, que já se preparam mentalmente para os dois desafios, não podendo contar, contudo, com o capitão Kyle Brown e com o astro Cecil Afrika. O reforço fica por conta do retorno de Chris Dry, recuperado de lesão.
A África do Sul torcerá pelo quase impossível: a queda da Nova Zelândia ainda na fase de grupos, o que jamais ocorreu. Para tal, além de ter que derrotar os All Blacks, os Boks torcerão por uma vitória de Samoa. Os samoanos têm no currículo 14 vitórias em 49 partidas contra os Homens de Preto, o que é muito honroso, tendo derrotado os vizinhos pela última vez em 2012. Desde então, Samoa experimentou um declínio com a renovação de seu elenco, incluindo dois pífios resultados nos dois últimos torneios, quando Samoa foi relegada ao Shield, em Tóquio, e ao Bowl, em Hong Kong.
O único outro time com chances de título é Fiji, mas na prática o título da temporada é carta fora do baralho fijiano, 24 pontos abaixo dos neozelandeses. Fiji caiu no Grupo C e tem boas chances de fazer uma grande campanha, tendo pela frente Gales, Argentina e Quênia, que ocupam posições intermediárias na classificação geral. Setefano Cakau é o grande desfalque do time de Ben Ryan, que ainda depende muito dos pontos de Benito Masilevu e Samisoni Viriviri, artilheiro da temporada com incríveis 40 tries.
O favoritismo fijiano é inequívoco, deixando a briga mais quente pelo segundo lugar, completamente em aberto. Gales teve melhor campanha na Ásia, terminando em sexto lugar em Hong Kong mostrando um bom rugby, liderado por Gareth Williams. Já Argentina e Quênia não deixaram saudades da Ásia, mostrando muito pouco. Os Pumas do técnico Santiago Gómez Cora não terão o capitão Nicolas Bruzzone, ao passo que o Quênia teve uma adição especial: o veterano Humphreys Kayange.
Espanha quase rebaixada
Enquanto a briga está fervendo pelo título, o rebaixamento também atrai as atenções no Glasgow Sevens. O último colocado da temporada dará lugar ao Japão em 2014-15, promovido à elite pelo Torneio Qualificatório de Hong Kong. Os espanhois estão a 14 pontos do vice-lanterna Portugal, com um pé no rebaixamento. Qualquer chance dos Leões passa por uma grande campanha em Glasgow, e o grupo os ajudou. A Espanha está no fraco Grupo D, que tem a Austrália como favorita e é completado por Estados Unidos, 13º colocado, e Escócia, 12ª.
Em 2013-14, a Espanha não ficou nenhuma vez acima do 13º lugar em um torneio e precisa quebrar o jejum e ir ao menos ao Bowl. As chances são pequenas e o descenso poderá ser logo mais confirmado. Enquanto isso, a Escócia busca fazer uma grande campanha defronte seu torcedor, com dois veteranos do XV confirmados no time: Nick De Luca e Richie Vernon, que podem trazer ânimo e força nova ao time. Já os EUA mostraram imensa evolução em Hong Kong e, sem Carlin Isles, parecem mais fortes do que antes, brigando seriamente com os escoceses pelo segundo lugar. O primeiro posto, no entanto, está mais próximo da Austrália, que fez as semifinais em Hong Kong e já vinha de 2 títulos seguidos do Plate.
Por fim, o Grupo B tem como principal força a Inglaterra, de Marcus Watson, Tom Mitchel, Phil Burgess e Dan Norton. Os ingleses foram vice-campeões em Hong Kong, mostrando seu melhor desempenho no ano. Jogando no Reino Unido, a Inglaterra tem um só objetivo: não sair sem títulos de etapas nesta temporada.
A briga pelo segundo lugar do grupo deverá se dar entre França e Canadá. Os Canucks tiveram pesadas baixadas, com as lesões de Nanyak Dala e Nathan Hirayama, mas terão os ótimos retornos de Adam Kleeberger e Connor Braid, ao passo que a França vem fazendo um fraco ano de 2014, acumulando 3 disputas seguidas de Bowl, e esperam reverter a série ruim com as duas pernas europeias.
Correndo por fora, mas sem dúvidas com chances de avançar, vem o Japão, novo promovido ao circuito, que recebeu o direito de ser o time convidado nas duas últimas etapas. Os japoneses sobraram em Hong Kong na segunda divisão e chegam embalados, sedentos por um grande desempenho entre os grandes. Em Tóquio, os Blossoms já tinham dado trabalho aos grandes e podem ser ainda mais perigosos após o último título. Henry, Lilidamu, Lemeki e Tuqiri garantem força física a um time de habilidosos e velozes japoneses.
Glasgow Sevens – 8ª etapa da Série Mundial de Sevens 2013-14 – em Glasgow, Escócia
Grupo A: Nova Zelândia, África do Sul, Samoa e Portugal
Grupo B: Inglaterra, Canadá, França e Japão
Grupo C: Fiji, Gales, Argentina e Quênia
Grupo D: Austrália, Estados Unidos, Escócia e Espanha
Sábado, dia 3 de maio – 6h30 às 15h40 (hora de Brasília)
Fiji x Argentina
Gales x Quênia
Inglaterra x França
Canadá x Japão
Nova Zelândia x Samoa
África do Sul x Portugal
Austrália x Escócia
Estados Unidos x Espanha
Fiji x Quênia
Gales x Argentina
Inglaterra x Japão
Canadá x França
Nova Zelândia x Portugal
África do Sul x Samoa
Austrália x Espanha
Estados Unidos x Escócia
Fiji x Gales
Argentina x Quênia
Inglaterra x Canadá
França x Japão
Samoa x Portugal
Nova Zelândia x África do Sul
Austrália x Estados Unidos
Escócia x Espanha
Domingo, dia 4 de maio – 6h30 às 15h20 (hora de Brasília)
Finais
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