inglaterra frança 2015

Tempo de leitura: 18 minutos

 inglaterra frança 2015

O melhor Le Crunch de todos os tempos? Para o torcedor irlandês, certamente! Em Londres, Inglaterra e França fizeram uma partida monumental e emocionante até o segundo final. Precisando vencer por diferença improvável de 26 pontos, a Inglaterra fez a partida de sua vida contra uma aguerrida seleção francesa que, se não fosse a péssima forma nos chutes a gol, poderia ter complicado ainda mais a partida. No fim, a vitória por 55 x 35 deu esperanças ao torcedor inglês de uma Copa do Mundo inglesa, mas serviu para dar o título do Six Nations à Irlanda, que comemorou seu 13º título da competição e chegou ao segundo título consecutivo, o que os irlandeses não faziam desde 1948-1949.

O clássico começou a mil por hora. Logo no primeiro scrum do jogo, a França falhou, levou o turnover, a Inglaterra jogou rápido, Luther Burrell avançou pela ponta e serviu Ben Youngs para cravar o o primeiro try do jogo logo a 2′, para fazer ferver ainda mais a disputa pelo título.

- Continua depois da publicidade -

O primeiro tempo se provou alucinante. Aos 5′, Ford perdeu um penal e a França deu logo o troco, reduzindo com penal aos 10′, de Plisson. Aos 13′, Courtney Lawes errou e entregou uma bola gratuita na mão de Tillous-Borde, que arrancou livre, sem cobertura inglesa, para virar o placar para os Bleus, 8 x 7. Plisson perdeu a conversão, mas a Inglaterra acusou o nocaute.

Aos 17′, Nakaitaci arrancou pela ponta com liberdade e produziu uma pixotada épica que, contudo, não teve consequência. O fijiano naturalizado francês pisou fora de campo na hora da definição e quase perdeu o contato de sua mão com a bola, mas o TMO validou o try de forma polêmica. Por milímetros, Nakaitaci fez o try e a França abria 15 x 7.

A vantagem dos tricolores poderia aumentar, mas Plisson errou dois penais em sequência, aos 21′ e aos 29′, vivendo verdadeiro pesadelo agravado por um tackle brutal – mas legal – que o abertura recebeu de Lawes. E quem não faz, leva. A Inglaterra voltou a ter sua chance e não desperdiçou. Ford reduziu com penal aos 26′ e, aos 30′, Ben Youngs arrancou, levou a Rosa às 22 e contou com outro vacilo de Nakaitaci, que desarrumou o ruck e devolveu a bola para os ingleses. Haskell, com um passe magistral por entre as pernas, deixou com Watson, que finalizou o try da virada.

Os minutos finais antes do intervalo foram dos ingleses. Aos 34′, a França quase conseguiu seu try, mas a Inglaterra deu um troco fulminante. Ford teve seu chute bloqueado e Fickou quase arrancou para o try. Mas, a bola se perdeu pela lateral e a Inglaterra cobrou rápido, com Jonathan Joseph disparando de dentro das 22 de defesa até o campo ofensivo. Mike Brown manteve a bola viva e Ben Youngs caiu para o terceiro try dos donos da casa, fazendo 24 x 15.

Antes do intervalo, Ford ampliou com novo penal para os ingleses, 27 x 15. Entretanto, se o primeiro tempo acabou a favor da Inglaterra, o segundo tempo começou francês. Aos 43′, a França pressionou nas 22 e Guirado desferiu um brilhante offload para Mermoz cravar o try, reduzindo para 27 x 22.

A Inglaterra sentiu o golpe? De jeito nenhum. Ben Youngs, aos 46′, tirou um coelho da cartola, achou o espaço entre a defesa azul e serviu George Ford para o quarto try inglês. Kockott respondeu com penal para a França chorado, que triscou a trave, mas a Inglaterra foi com tudo para cima e Jack Nowell recebeu na ponta, aplicou uma bela finta e cravou o quinto try da Inglaterra, que passou a enxergar a taça mais próxima. 41 x 25.

Aos 56′, Haskell levou amarelo e a França contra-golpeou. Nakaitaci arrancou pela ponta e o pilar Debaty acompanhou a jogada toda para cravou um belo try que devolveu as esperanças aos Bleus na partida. Plisson perdeu a conversão e o placar ficou em 41 x 30. A Inglaterra voltou imediatamente a atacar mesmo com um a menos e seus forwards corresponderam. Mako Vunipola rompeu a defesa e cravou o sexto try da Rosa, também polêmico, por ter perdido o controle da bola na definição.

O try de Vunipola deixou a Inglaterra a apenas 8 pontos do título. E o que os Bleus fizeram? O troco imediato. A França ganhou penal, colocou a bola para a lateral e emplacou um devastador maul, finalizado por Kayser. Mais uma vez, contudo, Plisson jogou mais uma conversão para fora, e o placar foi a 48 x 35.

O roteiro do mais magnífico de todos os Le Crunches ganhou ainda mais drama aos 75′, quando Nowell achou o espaço entre a defesa francesa e cravou o sétimo try inglês, 55 x 35, estabelecendo um novo recorde de pontos marcados por uma equipe no confronto entre ingleses e franceses. A essa altura, a Rosa precisava de um try convertido para ser campeã. Os tricolores não se renderam, foram para cima e mantiveram o jogo aberto. A um minuto do fim, a Inglaterra arrancou um penal no scrum e pôs a bola para a lateral, emplacou o maul e a França defendeu os centímetros finais para dar o título a Irlanda.

Fim de jogo! Um clássico épico! A Inglaterra venceu, 55 x 35, mas não conseguiu o tão esperado título. A Irlanda vibrou até o fim pela França e comemorou o título do Six Nations 2015! Final de torneio colossal em ano de Copa do Mundo! 221 pontos em 3 jogos, para arrepiar! Que venha o Mundial!

 

  inglaterra novo55versus copiar35frança logo copy copy

Inglaterra 55 x 35 França, em Londres

Árbitro: Nigel Owens (Gales)

Inglaterra

Tries: Ben Youngs (2), Nowell (2), Watson, Ford e Mako Vunipola

Conversões: Ford (7)

Penais: Ford (2)

15 Mike Brown, 14 Anthony Watson, 13 Jonathan Joseph, 12 Luther Burrell, 11 Jack Nowell, 10 George Ford, 9 Ben Youngs, 8 Billy Vunipola, 7 Chris Robshaw (c), 6 James Haskell, 5 Courtney Lawes, 4 Geoff Parling, 3 Dan Cole, 2 Dylan Hartley, 1 Joe Marler.

Suplentes: 16 Tom Youngs, 17 Mako Vunipola, 18 Kieron Brookes, 19 Nick Easter, 20 Tom Wood, 21 Richard Wigglesworth, 22 Danny Cipriani, 23 Billy Twelvetrees.

França

Tries: Tillous-Borde, Nakaitaci, Mermoz, Debaty e Kayser

Conversões: Plisson (2)

Penais: Plisson (1) e Kockott (1)

15 Scott Spedding, 14 Yoann Huget, 13 Gaël Fickou, 12 Maxime Mermoz, 11 Noa Nakaitaci, 10 Jules Plisson, 9 Sébastian Tillous-Borde, 8 Loann Goujon, 7 Bernard le Roux, 6 Thierry Dusautoir (c), 5 Yoann Maestri, 4 Alexandre Flanquart, 3 Nicolas Mas, 2 Guilhem Guirado, 1 Vincent Debaty.

Suplentes: 16 Benjamin Kayser, 17 Rabah Slimani, 18 Uini Atonio, 19 Romain Taofifenua, 20 Damien Chouly, 21 Rory Kockott, 22 Rémi Talès, 23 Mathieu Bastareaud.