Tempo de leitura: 5 minutos

1fnb

FNB Stadium abarrotado para apoiar os Springboks no duelo final com os All Blacks pelo Rugby Championship. Mas nem o apoio dos mais de 80 mil torcedores sul-africanos e a vontade dos Boks no inicio do jogo serviram para tirar a invencibilidade da Nova Zelândia.Foram 6 jogos e 6 vitórias no mais forte campeonato anual de seleções do mundo! Após passarem ilesos pela Copa do Mundo e pelos tests de junho, os All Blacks ganharam de forma invicta o Rugby Championship!

Sedentos por carimbar a faixa dos All Blacks e por impedir a 17ª vitória consecutiva do arquirrival, os Springboks entraram em campo com muita gana, impondo um ritmo pesado ao jogo, sempre em busca do jogo de contato. A estratégia inicial deu certo, e os Boks tiveram ampla vantagem na posse de bola (quase 75%) e no ganho territorial. Nas formações, o início neozelandesa foi muito ruim, perdendo ¼ de seus rucks e deixando escapar um lateral favorável. A pressão sul-africana levou os neozelandês a cometerem penais no início, porém Johan Goosen, que substituía Morné Steyn como abertura, não teve um dia feliz, desperdiçando suas duas primeiras oportunidades.

- Continua depois da publicidade -

A superioridade dos Boks foi premiada após um lateral. Os sul-africanos trabalharam rapidamente a bola, e a confusão defesa negra permitiu que Alberts levantasse a bola para Jean de Villiers, que encontrou Habana pelo meio, servindo o ponta que correu para o primeiro try da partida, convertido por Goosen. 7 x 0.

Aos 20′, o tackle perigoso de Retallick foi punido com penal, que Goosen, enfim, não desperiçou, fazendo 10 x 0. E pouco depois, com um turnover no contra-ruck sobre McCaw, a torcida verde-e-ouro foi ao delírio. Contudo, quando parecia que o jogo seguiria premiando o amplo domínio dos Springboks, os All Blacks mostraram sua capacidade de definição, mesmo quando desfrutam de pequena posse de bola. O contra-ataque neozelandês se mostrou letal. A rápida inversão do jogo para a ponta, encontrou o segunda linha Sam Whitelock, que mostrou a velocidade do rugby moderno (que é necessária mesmo aos avançados) e atropelou a retaguarda sul-africana, para cravar o primeiro try dos visitantes no jogo, não convertido por Carter.

Os All Blacks começaram a se acertar nos rucks, e quando tinham a posse de bola, eram muito mais efetivos. Aos 33′, Carter e Gear armaram o contra-ataque que encontrou Aaron Smith, que correu para o segundo try neozelandês. A conversão de Carter virou o placar, 12 x 10. Mas os All Backs ficaram por pouco tempo na frente. O jovem abertura Elton Jantjes entrou em campo e teve duas oportunidades de pontuar com penais. E foi efetivo. A primeira marcou seus primeiros pontos com a camisa verde-e-ouro, e o segundo foi um monstruoso arremate do meio campo, no último minuto, levando o jogo para o intervalo em 16 x 12 para a África do Sul. E muita expectativa para o segundo tempo, já que os Boks seguiam com maior posse de bola e território, e os All Blacks seguiam cometendo muitos penais.

A ilusão sul-africana durou pouco. Os All Blacks iniciaram o segundo tempo com tudo, a fim de provar sua condição de melhor equipe do planeta. E foram capazes de dar tal prova logo no primeiro lance. Retallick voou para apanhar o kick-off de Carter, os All Blacks fizeram rápida troca de passes até Kieran Read, que encontrou Ma’a Nonu, anotando o terceiro try dos Homens de Preto. Monumental. E a conversão de Carter elevou o placar para 19 x 16.

Os Springboks conseguiram segurar o furacão negro no início da partida, e arrancaram um penal no meio campo, de 55m, mas Jantjes não obteve sucesso no arremate. O jogo ficou quente, com as duas equipes tendo bons momentos com o avanço de seus packs. No entanto, o momento era dos All Blacks, e o quarto try não tardou. Após o scrum no campo de ataque, Conrad Smith encontrou com faclidade o buraco na defesa verde. Carter converteu o tento, fazendo 26 x 16.

Os All Blacks conseguiram boa vantagem nas formações na segunda etapa, e seguiramlevando mais perigo. Carter teve nova chance com penal após colapso de scrum sul-africano, mas o chute do meio campo não foi bom. Com apenas 1/4 de jogo pela frente, os Springboks foram para a pressão, e conseguiram um penal em boa posiçãopara chute. Porém, optaram pelo lateral, para buscar a pressão dentro das 22. A jogada foi boa, e encontrou Habana em velocidade pela ponta, mas o ponta não conseguiu controlar a bola. Os sul-africanos seguiram com a pressão, mas perderam a bola com knock-on

A resposta neozelandesa foi muito inteligente e precisa. Aos 63′, Dan Carter não teve dúvidas. Com a posse de bola no ataque, arrematou com precisão um drop goal que deu 29 x 16 para os All Blacks. Na hora certa.

As chances voltaram a se abrir pros Boks quando Israel Dagg cometeu penal e recebeu amarelo aos 66′. Os Boks optaram pelo lateral, e foram para a pressão, no pick and go. Porém, Staruss perdeu o controle da bola por conta de tapa ilegal de McCaw. O árbitro Alain Rolland, contudo, deu posse de bola para os neozelandeses, que se safarm. A África do Sul seguiu pressionando, mas a Nova Zelândia conseguiu deter bem as investidas dos anfitriões, e contra-golpeou com perigo. Não bataram os 10 minutos com um homem a mais para os Boks diminuírem a desvantagem. Se já não bastasse a inefetividade no ataque da casa, os visitantes mataramo jogo com mais um penal, de Carter, aos 71′.

No fim, Cruden ainda teve a chance de chutar mais um penal, mas errou. Fim de jogo, vitória dos All Blacks por 32 x 16! E triunfo com ponto-bônus na casa do segundo melhor time no ranking mundial. Campanha perfeita, com 6 vitórias em 6 jogos. Indiscutivelmente, os melhores do mundo!

 

The Rugby Championship copiar

The Rugby Championship

springbok-logo1632all blacks

África do Sul 16 x 32 Nova Zelândia, em Soweto

 

 

 

África do Sul:

Try: Habana

Conversão: Goosen (1)

Penais: Goosen (1) e Jantjes (2)

 

15 Zane Kirchner, 14 Bryan Habana, 13 Jaco Taute, 12 Jean de Villiers (c), 11 Francois Hougaard, 10 Johan Goosen, 9 Ruan Pienaar, 8 Duane Vermeulen, 7 Willem Alberts, 6 Francois Louw, 5 Andries Bekker, 4 Eben Etzebeth, 3 Jannie du Plessis, 2 Adriaan Strauss, 1 Tendai Mtawarira.

Suplentes: 16 Tiaan Liebenberg, 17 Coenie Oosthuizen, 18 Flip van der Merwe, 19 Marcell Coetzee, 20 Elton Jantjies, 21 Juan de Jongh, 22 Pat Lambie.

Técnico: Heyneke Meyer

 

Nova Zelândia:

Tries: Whitelock, Aaron Smith, Nonu e Conrad Smith

Conversões: Carter (3)

Penal: Carter (1)

Drop Goal: Carter (1)

 

15 Israel Dagg, 14 Cory Jane, 13 Conrad Smith, 12 Ma’a Nonu, 11 Hosea Gear, 10 Daniel Carter, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read, 7 Richie McCaw (c), 6 Liam Messam, 5 Sam Whitelock, 4 Brodie Retallick, 3 Owen Franks, 2 Andrew Hore, 1 Tony Woodcock.

Suplentes: 16 Keven Mealamu, 17 Ben Franks, 18 Luke Romano, 19 Adam Thomson, 20 Piri Weepu, 21 Aaron Cruden, 22 Tamati Ellison.

Técnico: Steve Hansen

 

Árbitro: Alain Rolland (Irlanda)