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O final de semana foi recheado de grandes jogos por todo o mundo, com vitória de Nova Zelândia, Austrália, Irlanda, França e Escócia nos embates entre gigantes do rugby mundial. Mas, muito mais rolou pelo planeta oval.

Jogando em casa, a Itália voltou a ter uma vitória convincente, superando a boa Samoa. Outros mandando, no entanto, não tiveram dias bons. A Geórgia decepcionou seu torcedor e foi dominada por Tonga, ao passo que a Romênia foi superada também em casa pelos Estados Unidos. Já o Japão deixou escapar no último minuto aquela que seria uma histórica vitória sobre o New Zealand Maori, a segunda seleção neozelandesa.

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Itália sorri em Ascoli

Os Azzurri reencontraram o caminho das vitórias nesse sábado ao receberam Samoa, ranqueada cinco posições acima da Itália. Os italianos acumulavam nove derrotas consecutivas e estavam sem vencer desde o ano passado. Mas, a seca enfim se esgotou, com triunfo por 24 x 13, apenas o segundo na história sobre os samoanos.

A Itália abriu o placar com penal batido pelo debutante Haimona (neozelandês naturalizado) aos 10′, mas Samoa igualou com Tusi Pisi respondendo na mesma moeda aos 26′. Os polinésios cresceram e superaram os italianos no pack para cravar em maul o primeiro try, aos 32′, com Jack Lam.

Os italianos reagiram no segundo tempo, com novo penal de Haimona aos 43′. Com mais confiança, os donso da casa provaram a força de seu pack e cravaram seu try aos 47′, também com devastador maul, finalizado por Favaro. Pisi e Haimona ainda trocaram penais e foi apenas aos 65′ que a Itália abriu vantagem consistente, com Haimona desferindo mágico chute sobre a defesa samoana para Parisse apanhar e cravar o try. Samoa não se levantou mais e, aos 73′, Haimona somou o penal da vitória italiana. 24 x 13.

A Itália recebe no próximo sábado a Argentina, enquanto Samoa enfrenta o Canadá na sexta.

 

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Itália 24 x 13 Samoa, em Ascoli

Árbitro: Steve Walsh (Austrália)

 

Japão perde chance de vitória épicaPor Leandro Vieira

Chegou ao fim no último sábado a gira dos Maori All Blacks à Ásia com nova vitória sobre o Japão, 20 x 18. Com a proposta de jogo mais agressivo do treinador do Japão, Eddie Jones, a partida foi de alto nível e mostrou a capacidade japonesa de jogar contra as melhores equipes do mundo.

O Japão ainda aposta muito nos chites do fullback Ayumu Goromaru, que teve sua primeira chance no começa a partida com penal, mas não obteve sucesso. Aos 17′, após pressão Maori, Pryor passou para Taylor, que encontrou espaço entre três japoneses e ficou livre para o seu primeiro try atuando pelo selecionado.

O Japão tinha uma postura agressiva: marcava alinhado tentando pressionar as decidas dos neozelandeses, porém a capacidade individual dos visitantes era um fator determinante para o coletivo, pois, mesmo sem espaço, a técnica prevalecia, com toda superioridade. Após 5 minutos, mais um try kiwi surgiu a partir de um lance de inteligência do scrum-half Chris Smylie, que habilitou quatro companheiros do lado oposto da defesa japonesa, deixando o setor direito aberto para o fullback Skudder mergulhar para o try.

Uma mudança de postura era necessária para que os donos da casa não saíssem com mais uma derrota mastodôntica, mas o que se viu foi o Japão equiparar o jogo. No final do primeiro tempo, os Brave Blossoms fizeram um try muito parecido com o de Skudder, no momento em que os Maoris defendiam em linha. Male Sau colidiu com Ngatai na direita do ataque e, com duas aberturas de fases bem envolventes, Goromaru encontrou o ponta Akihito Yamada, que com velocidade passou pelo fullback preto na ponta esquerda. Final da primeira etapa, Maori All Blacks 15, Japão 5.

O segundo tempo foi recheado de surpresas. O scrum Japonês funcionou bem, estranhamente muito superior ao dos maoris, o que lhes rendeu um try penal, aos 48′. Ihaia West errou um penal aos 57′ e o jogo entrou em um período de quase 20 minutos de placar estático, com boas ações japonesas. Goromaru, aos 63′ colocou o Japão na frente e parecia que mais uma vitória histórica da equipe de Eddie Jones surgiria. A torcida, eufórica, via os Brave Blossoms inteiros e prevalecendo nas formações de scrum e line-outs.

A jogada derradeira da partida aconteceu devido a capacidade imensurável dos neozelandeses de tirar proveito até mesmo das suas próprias deficiências. Os Maoris, vendo seus sérios problemas no scrum, trataram de colocar a bola rapidamente em jogo, mas Akihito Yamada fez seu papel recuperando a posse após chute perigoso. Contudo, o ponta foi ejetado para fora, perto do in-goal. Após a cobrança rápida de lateral, que cruzou toda a linha das 22, os neozelandeses mantiveram a bola viva, exploraram a desorganizada defesa nipônica, Ngatai deixou com Pryor e o try da virada foi feito já nos acréscimos, chocando a torcida presente no Estádip Príncipe Chichibu. Placar final: Maori All Blacks 20, Japão 18.

 

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Japão 18 x 20 Maori All Blacks, em Tóquio

Árbitro: Angus Gardner (Austrália)

 

Tonga se impõe sobre Geórgia

As expectativas do torcedor georgiano eram altas para os Lelos receberem Tonga no primeiro dos tests de novembro. Contudo, a Geórgia decepcionou e foi dominada pelo visitante, que se impôs no segundo tempo.

A primeira etapa acabou em vantagem curta de 9 x 6 para os polinésios, mas o segundo tempo foi desequilibrado. O scrum-half Taniela Moa entrou no jogo e deu novo ritmo a Tonga, que criou muito mais e chegou logo a dois tries justamente marcados por Moa. No fim, Vungakoto Lilo fechou o placar com o terceiro try, sepultando qualquer reação da Geórgia. 23 x 9 contundentes. Os georgianos terão no domingo seu grande desafio do ano visitando a Irlanda, enquanto Tonga enfrenta os Estados Unidos.

 

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Geórgia 9 x 23 Tonga, em Tbilisi

Árbitro: Paul Gauzère (França)

 

Canadá vence, mas não convence

Canadá e Namíbia abriram a sequência de amistosos duelando na cidade galesa de Colwyn Bay. E a vitória, como esperado, coube ao Canadá, mas sem qualquer domínio e deixando muitas dúvidas ao torcedor.

Os Canucks sofreram para bater os Welwitschias, liderados pelo excelente Jacques Burger, que deu muito trabalhos aos canadenses nos rucks. Com um primeiro tempo fechado, o Canadá foi ao intervalo com apenas 9 x 6 de frente. Foi somente aos 57′ que os norte-americanos passaram pela defesa africana, com Nanyak Dala fazendo o try canadense aos 57′. Porém, a Namíbia seguiu forte e foi premiada com try de Burger aos 74′, mas já era tarde. Vitória por 17 x 13 dos Canucks, que enfrentam na sexta-feira Samoa. Já a Namíbia enfrenta no mesmo dia os Barbarians Franceses.

 

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Canadá 17 x 13 Namíbia, em Colwyn Bay (Gales)

Árbitro: Stuart Berry (África do Sul)

 

Estados Unidos cresce na Europa

Depois de ser atropelado em Chicago pelos All Blacks, os Estados Unidos viajaram a Bucareste para duelarem com a Romênia, e se reergueram muito bem. Foi um primeiro tempo inspirados das Águias, que marcaram dois tries, com Ngwenya, logo a 3′, e Stanfill, aos 29′. Mas, os romenos reagiram na segunda etapa com a força de seu scrum. Aos 43′, o penal try deu vida à Romênia, mas o certeiro e inteligente drop goal de Mike Petri, aos 58′, esfriou a reação da casa. E, aos 66′, Niua anotou o terceiro try americano. Foi apenas aos 68′ que os romenos chegaram ao segundo try, com o oitavo Daniel Carpo, mas o tempo era curto e a vitória ficou com os EUA: 27 x 17.

A Romênia receberá o Japão no sábado, dia 15, ao passo que os EUA enfrentam Tonga em solo inglês.

 

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Romênia 17 x 27 Estados Unidos, em Bucareste

Árbitro: Leighton Hodges (Gales)

 

Rússia se reergue na Ásia

Após perder para o Uruguai sua vaga na Copa do Mundo, a Rússia embarcou para a Ásia para dois amistosos contra Hong Kong. E começou muito bem, aplicando 31 x 10 sobre os Dragões, com direito a três tries e atuação muito mais sólida do que contra os Teros. Os dois times se reencontram no próximo sábado.

 

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Hong Kong 10 x 31 Rússia, em Hong Kong

Árbitro: Akisha Aso (Japão)

 

Tchecos vencem mais uma e moldavos começam com tudo

O sábado contou ainda com quatro jogos válidos pelo Europeu de Nações. Pela 1ª Divisão B, a segunda divisão da competição, Moldávia e Ucrânia fizeram um grande duelo de vizinhos e rivais, que comprovou o melhor momento dos moldavos, que se impuseram com seu poderoso pack e fizeram cinco tries nos ucranianos, para emergirem vitoriosos pelo placar de 29 x 15.

Pela 2ª Divisão A, a terceira divisão, a República Tcheca somou sua segunda vitória bonificada ao bater Malta por 27 x 13. O bônus ofensivo foi obtido aos 60′, levando ao relaxamento dos tchecos, que cederam dois tries somente nos minutos finais. Além desse jogo, a Croácia recebeu e venceu Israel por inspirados 31 x 20, assumindo a vice-liderança da divisão, atrás dos tchecos.

Por fim, pela 2ª Divisão C, Luxemburgo alcançou sua segunda vitória em dois jogos ao vencer a Áustria, 18 x 13.

 

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1ª Divisão B do Europeu de Nações – 2ª divisão da Rugby Europe

Moldávia 29 x 15 Ucrânia, em Chisinau

 

 

2ª Divisão A do Europeu de Nações – 3ª divisão da Rugby Europe

República Tcheca 27 x 13 Malta, em Praga

Croácia 31 x 20 Israel, em Split

 

2ª Divisão C do Europeu de Nações – 5ª divisão da Rugby Europe

Luxemburgo 18 x 13 Áustria, em Luxemburgo