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ARTIGO COM VÍDEO – Diante de 87 mil torcedores no estádio neutro de Melbourne, o State of Origin 2018 teve sua largada nesta quarta na Austrália. Trata-se do maior evento do Rugby League (o rugby de 13 jogadores) australiano, envolvendo as seleções dos dois estados mais fortes do esporte, Nova Gales do Sul e Queensland.

E quem largou na frente foi Nova Gales do Sul, que após perder a série nos últimos 3 anos, vencendo o jogo 1. A partida começou eletrizante, mas sem pontos, com o placar sendo aberto apenas aos 17′ com penal de James Maloney para os Blues de Nova Gales do Sul. Foi aos 21′ que saiu o primeiro try, em contra ataque dos Blues finalizado por James Tedesco. Valentine Holmes respondeu logo com try para os Maroons de Queensland, em interceptação fulminante, dando a impressão de que o momento seria do time do norte. E o segundo tempo começou mesmo assim, com Dane Gagai virando o placar para Queensland. Mas os Blues provaram que são um time diferente para este ano e retomaram a ponta com dois tries seguidos, de Latrell Mitchell e Tom Trbojevic, apanhando chute longo com classe. O suspense permaneceu no jogo com chances para os dois lados e o golpe final foi dos Blues, aos 68′, pelas mãos de Addo-Carr. Inspiradores 22 x 12, placar final.

O segundo e decisivo jogo será no dia 24 de junho, em Sydney, casa dos Blues, que só precisam da vitória para serem campeões de 2018. O terceiro jogo será em Brisbane, casa dos Maroons, no dia 11 de julho.

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State of Origin Logo

NSW Blues 22 x 12 Queensland Maroons, em Melbourne

Blues

Tries: Tedesco, Mitchell, T Trbojevic e Addo-Carr

Conversões: Maloney (2)

Penais: Maloney (1)

1 James Tedesco, 2 Tom Trbojevic, 3 Latrell Mitchell, 4 James Roberts, 5 Josh Addo-Carr, 6 James Maloney, 7 Nathan Cleary, 8 David Klemmer, 9 Damien Cook, 10 Reagan Campbell-Gillard, 11 Boyd Cordner, 12 Tyson Frizell, 13 Jack De Bellin;

Interchange: 14 Paul Vaughan, 15 Jake Trbojevic, 16 Angus Crichton, 17 Tyrone Peachey;

Maroons

Tries: Holmes e Gagai

Conversões: Holmes (2)

1 Michael Morgan, 2 Valentine Holmes, 3 Greg Inglis, 4 Will Chambers, 5 Dane Gagai, 6 Cameron Munster, 7 Ben Hunt, 8 Dylan Napa, 9 Andrew McCullough, 10 Jarrod Wallace, 11 Gavin Cooper, 12 Felise Kaufusi, 13 Josh McGuire;

Interchange: 14 Josh Papalii, 15 Coen Hess, 16 Jai Arrow, 19 Anthony Milford;

 

O que é o Rugby League?

O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes e organizada por entidades distintas do Union. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union que reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França, onde segue bem abaixo do Union.

Quais as principais diferenças do League para o Union?

  • O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo;
  • No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
  • Não é usado sistema de pontos bônus nas tabelas de classificação. A vitória vale 2 pontos, o empate 1 e a derrota 0;
  • Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
  • Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derruba, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
  • Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
  • Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
  • Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
  • Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
  • Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
  • A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;