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Em maio, a Série Mundial de Sevens entra em sua reta final, com as disputas das duas última etapas da temporada 2011-12, definindo o campeão do circuito. Nos dias 5 e 6, após mais de um mês interrompida, a Série Mundial de Sevens retorna com a etapa da Escócia, o novo Glasgow Sevens!
Até o ano passado, o torneio escocês era disputado na cidade de Edimburgo, no monumental estádio de Murrayfield, casa da Seleção Escocesa de Rugby e do Edinburgh, semifinalista da Heineken Cup neste ano. Para 2012, a União Escocesa de Rugby optou por mudar a etapa para a maior cidade do país, Glasgow, capital do futebol escocês, uma vez que a cidade receberá os Jogos da Commonwealth em 2014, a Olimpíadas do Antigo Império Britânico. O objetivo da entidade é de promover o rugby sevens na cidade, para garantir o sucesso do torneio de rugby de 2014. O palco do Glasgow Sevens será muito mais humilde que Murrayfield: o remodelado Scotstoun Stadium, com deverá comportar 15 mil tocedores, será a futura casa do Glasgow Warriors, equipe local que disputs o RaboDirect Pro12 e a Heineken Cup.
Depois do Glasgow Sevens, as seleções vão à Inglaterra para a última etapa da temporada: o London Sevens, no estádio de Twickenham, nos dias 12 e 13, que contará também com um torneio feminino (do qual o Brasil participará).
Escócia: o berço do sevens
Se os ingleses inventaram o rugby, os escoces deram ao nobre esporte sua vertente reduzida. A modalidade do Rugby Sevens nasceu na Escócia, na pequena cidade de Melrose (hoje com 1,600 habitantes), em 1883, quando o Melrose RFC, um dos clubes mais antigos do mundo, organizou o primeiro torneio com número reduzido de jogadores.
Melrose se localiza na região da Scottish Border, área predominantemente rural da Escócia onde o rugby supera qualquer esporte em popularidade. Porém, por conta do número reduzido de habitantes de suas pequenas cidades, os clubes locais desde cedo sofreram com a falta de jogadores aptos a ingressarem em suas equipes de 15 jogadores. Em 1883, Ned Haid e David Sanderson, do Melrose RFC, conceberam a modalidade para a realização de um evento para arrecadar fundos para o clube. Nasceu assim o Melrose Sevens, disputado até hoje.
Glasgow Sevens 2012
O primeiro Glasgow Sevens já será absolutamente decisivo. Com duas etapas para o fim, Nova Zelândia e Fiji estão separados por somente 6 pontos, e o título será decidido entre os dois gigantes da modalidade. Vale lembrar que o título de cada etapa vale 22 pontos, o vice-campeonato 19, o terceiro lugar 17, o quarto posto 15 e o título do Plate (5º lugar) 13 pontos.
A Nova Zelândia caiu no Grupo B, ao lado de França, Espanha e de um indesejável rival: Samoa, campeã da etapa dos Estados Unidos e vice-campeã do torneio passado, no Japão, tendo eliminado nas semifinais justamente os neozelandeses. A disputa com Samoa terá uma grande dose de imprevisibilidade, e poderá produzir um duelo com cara de final contra Fiji nas quartas. Isso porque os fijianos caíram no Grupo C, e estão sensivelmente acima de seus oponentes: Argentina, Portugal e Zimbábue. O campeão do Grupo C duelará nas quartas-de-final com o vice-campeã do Grupo D. Com isso, caso a Nova Zelândia caia diante de Samoa, o confronto entre neozelandeses e fijianos poderá ter valido tanto a liderança da temporada a Fiji como na prática o título para a Nova Zelândia, que abriria uma vantagem que só poderia ser tirada na última etapa com um verdadeira desastre. A matemática mais simples para Fiji tirar 6 pontos já em Glasgow seria o título combinado com a Nova Zelândia de fora das semifinais da Cup. Isto é, derrotada nas quartas-de-final. E os neozelandeses sabem que chegar a Londres com uma vantagem superior a 6 pontos seria quase a certeza do título.
Campeã da etapa de Tóquio, a Austrália caiu no Grupo A, e terá pela frente a Inglaterra como principal concorrente. Os australianos sabem que não terminarão a temporada entre os 5 melhores, mas lutam por um final memorável e inspirador, já pensando em 2012-13. Já a Inglaterra luta para encerrar a temporada com a terceiro lugar e, sobretudo, em alta. Estados Unidos e Quênia completam o grupo e batalham para não terminarem a temporada como as piores seleções centrais.
O Grupo D, por sua vez, conta com a África do Sul, País de Gales, Rússia e a anfitriã Escócia. A África do Sul é única das 6 melhores seleções do circuito que ainda não conquistou nenhuma etapa, e necessita de um título para não passar em branco. O objetivo é encerrar a temporada com o terceiro lugar. Já os galeses, campeões da Copa do Mundo de Sevens de 2009, ocupam o sétimo posto, e sonham com um título para voltarem a ser tidos como protagonistas no seven-a-side, e não mais como meros coadjuvantes. A Escócia, por sua vez, quer fazer bonito em casa e, sobretudo, se safar da última posição da temporada entre as seleções centrais.
Glasgow Sevens – 8ª etapa da Série Mundial de Sevens
Grupo A: Austrália, Inglaterra, Estados Unidos e Quênia
Grupo B: Samoa, Nova Zelândia, França e Espanha
Grupo C: Argentina, Fiji, Portugal e Zimbábue
Grupo D: País de Gales, África do Sul, Escócia e Rússia
