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sharks reds

O Super Rugby completou sua quinta semana, com cada equipe começando a mostrar o que pode fazer no campeonato. Sharks e Reds se enfrentaram em Durban, numa partida que terminou com a vitória dos sul-africanos, e mostrou por que o Super Rugby é a competição mais forte do mundo. Blues e Cheetahs perderam mais uma fora de casa, enquanto Lions e Hurricanes conquistaram vitórias importantes jogando em seus domínios. O Crusaders bateu o Rebels, em Melbourne, mas ainda não jogou bem. O Brumbies conquistou uma vitória importante, batendo do Waratahs em Canberra e agora é líder da conferência australiana. Já o Force bateu o Highlanders em Dunedin, na batalha das equipes mais fracas.  

Enquanto, a África do Sul ainda viveu a segunda rodada da Vodacom Cup, com os quenianos do Tusker Simba sofrendo a primeira derrota.

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Sharks vence duelo épico

A torcida compareceu em peso ao Shark Tank em Durban para o jogo mais importante da rodada e não se decepcionou, assistindo o time da casa, o Sharks, bater o poderoso Queensland Reds por 35 a 20. Os sul-africanos apresentaram uma performance excepcional sendo perfeitos em todos os aspectos. Os australianos, mesmo perdendo por 15 pontos, não ficaram atrás, a equipe esteve, também, em um dos melhores dias, mas cometeu alguns erros, e enfrentou um adversário inspirado e que não perdoou nenhum vacilo.

O jogo começou com ambas as equipes se estudando e uma disputa muito forte nos rucks. Na primeira metade do tempo não houve tries. O abertura dos Reds Quade Cooper chutou dois penais aos 2’ e aos 15’ enquanto os sul africanos se aproveitaram da indisciplina dos australianos, que seria decisiva no decorrer da partida, para converter aos 9’, com o centro Francois Steyn, e aos 18’, 23’ e 25’ com o abertura Patrick Lambie. Aos 26’ o Shaks começaria a construir um dos tries mais bonitos do campeonato. A jogada começou com um chute de Lambie que cruzou o campo e terminou nas mãos do ponta JP Pietersen, a linha iniciaria uma boa troca de passes e a jogada terminaria com um pick and go e o asa Williem Albers pondo a bola no chão, o try foi convertido. Fim do primeiro tempo 25 a 6.

O Reds voltou do intervalo decidido a equilibrar a partida, e diminuir o número de penais. A equipe teria sucesso, aos 13’, depois que uma boa troca de passes que terminou com Mike Harris fazendo o try, com conversão. O Sharks responderia, com mais um penal convertido por Lambie, aos 19’. O Reds diminuiria, aos 63’, em uma brilhante corrida do half Will Genia, Cooper converteria. O Reds continuaria atacando, mas esbarraria em uma defesa obstinada, e na sua própria indisciplina, concedendo muitos penais. O time perderia o ímpeto com o amarelo do asa Beau Robinson, aos 27’, que segurou o saltador no line. O Sharks se aproveitaria dessa vantagem e definiria o resultado, em um try do pilar Dale Chadwick, aos 37’, convertido. Fim de jogo, 35 a 20 para o Sharks.

O Sharks fez uma partida quase perfeita e se consolida como um dos favoritos ao torneio e uma das melhores equipes do mundo. O time jogou aproveitando bem suas armas e errando muito pouco. Os forwards fizeram uma grande partida e mostraram por que o scrum sul-africano é o mais forte do mundo. O time agora viaja até Pretória, enfrentar o Bulls, e repitir essa atuação quase perfeita.

O Reds fez uma excelente partida, mas errou mais que o adversário, principalmente nos passes. Alem de cometer muitos penais na disputa de ruck. O time tem potencial e com certeza está no caminho certo, mas ainda não está pronto, precisando melhorar em alguns aspectos. A equipe enfrenta o Lions na próxima semana, um time fraco, mas que atravessa um bom momento, sendo uma boa oportunidade para corrigir os erros e conquistar uma vitória em terras africanas.

 

Crusaders conquista segunda vitória seguida

O Crusaders viajou até Melbourne para enfrentar o Rebels, buscando a segunda vitória seguida. O time da casa vinha de uma derrota fora de casa contra o Force e buscava se recuperar no campeonato. No final, os neozelandeses venceram 25 a 19, mas ainda não apresentaram um rugby convincente.

O primeiro tempo foi muito equilibrado, mas sem tries. O Crusaders consegui passar mais tempo no campo de ataque, sendo recompensado com um maior número de penais possíveis de serem convertidos. O abertura neozelandês Tom Taylor converteu quatro vezes, aos 7’, 13’, 21’ e aos 27’, enquanto seu rival, o fullback Jason Woodward converteu apenas três, aos 3’, 10’ e aos 40’. Fim do primeiro tempo, 12 a 9 para os visitantes.

O segundo tempo começou com mais um penal convertido por Taylor, aos 2’. O Crusaders continuou a dominar a partida, mas não transformava a superioridade em tries. O abertura do Rebels, Bryce Hegarty, responderia com outro penal, aos 10’. O primeiro try ocorreria apenas aos 15’, depois que o Crusaders concentrou o time do rebels em um dos lados do campo, e correu a bola rapidamente até o hooker Benn Funnel, try convertido.  Taylor ampliaria a vantagem, aos 29’, chutando outro penal. O Rebels conquistaria seu ponto bônus defensivo com um try do asa Scott Fuglistaller, aos 38’, convertido. Fim de jogo, 19 a 25 para o Crusaders.

O Rebels fez um bom jogo contra uma equipe muito superior, o time alterna bons momentos, com apagões totais. Caso consiga se tornar mais constante pode ameaçar a maioria das equipes que joga o torneio. O time tem agora outra missão muito difícil, vencer o Waratahs em Sydney.

O Crusaders é famoso por começar os campeonatos devagar, porém nesta temporada até o mais fanático dos torcedores está com dificuldades para acreditar na equipe, principalmente se comparada com o espetáculo apresentado por Sharks e Reds nessa rodada. O time venceu seus dois últimos jogos, contra equipes de menor porte, porem, se considerarmos o número de All Blacks na equipe, foram vitórias vazias. O ataque não consegue finalizar, tendo de se contentar apenas com penais. A defesa não é tão segura como costumava ser, principalmente sem Richie McCaw. A equipe descansa na próxima semana e terá tempo para resolver os problemas.

 

Brumbies vence clássico australiano

Brumbies e Waratahs fizeram, em Canberra, o clássico regional da rodada, que valia também a liderança da conferência australiana. As equipes brindaram a torcida que compareceu ao estádio com um grande espetáculo. No final, os donos da casa, o Brumbies venceu por 28 a 23 e agora descansa como melhor equipe australiana do torneio.

O jogo começou com os times se estudando e uma disputa de chutes. O abertura dos visitantes, Bernard Foley converteu duas vezes, aos 3’ e aos 12’. O Brumbies respondeu com o scrum-half Nick White chutando aos 6’. Os donos da casa, aos poucos, assumiriam o controle, chegando ao primeiro try aos 15’, com White, que se aproveitou de um descuido do poste do Waratahs para entrar no in-goal, convertido. Aos 19’ seria a vez do fullback Jesse Mogg, que chutou e correu atrás para fazer o try, convertido. Foley responderia com mais um penal convertido, aos 27’, enquanto White manteria a diferença, chutando aos 39’. Fim do primeiro tempo, 20 a 9 para o Brumbies.

O segundo tempo começou com mais um try do Brumbies, não convertido, aos 14’, com o segundo centro Tevita Kuridrani, que correu mais que seus marcadores.  O jogo parecia decidido, porem a indisciplina dos donos da casa, que levaram dois amarelos no segundo tempo, acabou por equilibrar a partida. A reação do Waratahs começou aos 23’, com o asa Michael Hooper, que atropelou seus marcadores para fazer o try, convertido. Os visitantes ainda teriam tempo de fazer mais um, aos 34’,  em uma brilhante corrida do fullback Israel Folau. Mas não seria suficiente e White selaria o placara, em mais um penal convertido. Fim de jogo, 28 a 23.

O Brumbies, aos poucos, volta a jogar o rugby que o levou as finais ano passado. Um jogo eficiente, correndo poucos riscos e controlando a partida. Agora a equipe se prepara para enfrentar o Stomers, em Canberra, e precisa de mais uma vitória para voltar a figurar entre os favoritos.

O Waratahs sofreu a primeira derrota da temporada e não pode deixar o resultado abalar a confiança da equipe, que tem um grande potencial. Para recuperar a confiança o time recebe o Rebels na próxima semana e precisa de uma vitória com muitos tries para mostrar seu potencial.

 

Chiefs conquista vitória tranquila

O Chifes mostra que, mesmo depois de dois anos no topo, não pretende deixar o posto. O time continua a jogar, indiscutivelmente, o melhor rugby do mundo. As vítimas da vez foram os sul-africanos do Stormers, que tinham a missão quase impossível de bater os atuais campeões na Nova Zelândia, no final a história se manteve, com uma vitória tranquila do time da casa por 36 a 20.

O Chiefs, apesar do placar, não foi seriamente ameaçado. O Stormers, entretanto, teve um bom momento, na primeira metade do segundo tempo quando reduziu uma diferença de 24 a 6 para 24 a 20, mas viu o time de Waikato ampliar logo depois.

Os atuais campeões começam na próxima semana seu tour pela Austrália e África do do Sul. O primeiro adversário será o Western Force, em Perth. Mesmo jogando fora de casa o Cheifs é franco favorito, com o Force precisando de uma atuação histórica para vencer.

O Stormers viaja agora para Austrália, enfrentar o Brumbies, a equipe joga bem, mas está claramente um nível abaixo das grandes forças do Super Rugby. Em Canberra, a equipe tem mais uma chance, jogando contra um adversário mais forte, de mostrar que pode ser um dos favoritos ao torneio.

 

Hurricanes conquista primeira vitória

O Hurricanes recebeu Cheetahs em Wellington, em jogo contra as últimas colocações. A equipe neozelandesa vinha de uma série de oito derrotas seguidas e procurava a primeira vitória do ano, enquanto os visitantes tinham uma série de derrotas fora de casa e precisavam vencer para não ver seu tour pela Oceania se tornar um grande fracasso. O que aconteceu nem o mais fanáticos dos torcedores no estádio poderia prever, uma vitória do Hurricanes por 60 a 27, a mais elástica do campeonato até agora.

O Cheetahs, que nunca foi favorito, conseguiu se manter no jogo durante todo o primeiro tempo, que terminou 29 a 20 para os donos da casa. A situação se deteriorou quando, aos 2’ do segundo tempo o fullback sul-africano, Willie Le Roux, recebeu um cartão amarelo. Os donos da casa, com um homem a mais, foram ao ataque, e durante os dez minutos de vantagem ampliaram a vantagem para 43 a 20. Mesmo em igualdade o Cheetahs não conseguiria se organizar novamente e continuaria sofrendo pontos. Fim de jogo, 60 a 27.

Confiança é fundamental para qualquer equipe, e uma vitória dessa magnitude pode ser o empurrão que faltava para o hurricanes entrar na briga por uma vaga nas finais. O time, que tem um bom elenco, ainda não havia jogado bem esse ano. O próximo compromisso agora é fora de casa, contra o fraco Highlanders, mais uma boa oportunidade para uma vitória maiúscula e se consolidar de vez na parte de cima da tabela.

O Cheetahs faz um tour péssimo, perdeu todas as partidas que fez na Oceania, pontos que podem fazer muita falta no fim da temporada. A equipe não consegue jogar no mesmo nível do ano passado e depende muito da liderança de Le Roux. O próximo compromisso é contra o Blues, que vem de um tour muito fraco na África do Sul, e não faz uma boa temporada. Um jogo que deve ser muito equilibrado. A equipe ocupa atualmente a ultima posição do campeonato e cada vez corre mais risco de ter que jogar a temida partida da promoção da conferencia sul-africana.

 

Force conquista vitória fora de casa

O Highlanders recebeu o Western Force no duelo entre a menor franquia neozelandesa e a menor australiana. As equipes, apesar da boa popularidade, não têm recursos, econômicos e humanos, para brigar com as irmãs mais ricas dos grandes centros. O Highlanders vinha de uma série de 5 derrotas seguidas contra o Force e esperava reverter o quadro jogando em casa. No final, os visitantes foram vitoriosos por 31 a 29.

O jogo foi muito disputado, mas com o Force dominando a partida durante a maior parte do tempo. Os australianos chegaram a abrir uma vantagem de 13 pontos, aos 15’ do segundo tempo, mas relaxaram e quase deixaram o Highlanders virar. Os neozelandeses só não saíram com um empate porque o abertura reserva Hayden Park errou uma conversão, aos 40’ do segundo tempo.     

O Highlanders perdeu peças importantes e não conseguiu repor a altura. O time, nos melhores dias, consegue rivalizar com as equipes intermediárias, mas não tem condições de buscar nada alem de não ficar com a lanterna. O time recebe um empolgado Hurricanes na próxima rodada e precisa jogar melhor se não quiser sofrer outra derrota em casa.

O Western Force não tem uma grande equipe, mas joga um rugby eficiente e de muita disposição. A equipe teve um bom inicio de temporada, acumulando duas vitórias em quatro jogos ( na temporada passada ela venceu quatro vezes). O time agora recebe o poderoso Chiefs e, caso esteja inspirada, pode complicar um pouco as coisas para os atuais bicampeões.     

 

Lions conquista terceira vitória

O Lions, recentemente uma das piores equipes da competição, vem se consolidando cada vez mais como a grande surpresa do ano, e com boas chances de chegar as finais. A equipe da maior cidade sul-africana ocupa atualmente a quarta posição, com três vitórias em cinco jogos. As vítimas dessa vez foram os neozelandeses do Blues, de Auckland, derrotados por 39 a 36 em Joanesburgo.

O Blues, mais uma vez mostrando a sua instabilidade, foi massacrado no primeiro tempo, perdendo no intervalo por 17 a 0. Na segunda etapa os visitantes melhoraram bastante e passaram a dominar o jogo marcando 36 pontos, contra 22 dos donos da casa. Mas no final a atuação na primeira etapa foi fundamental e o Lions venceu por 39 a 36.

O time do Lions faz uma grande temporada, sendo cada vez mais candidato a disputar uma vaga nas finais. A equipe deve esse bom momento a atuação do seu abertura Martin Boshoff.  O jogador, de apenas 25 anos, que faz sua estreia no Super Rugby neste ano, tem feito a diferença, com seus chutes e pensamento rápido. O time se prepara agora para enfrentar, em casa, a equipe do Reds, e caso vença entra de vez na briga por uma vaga nas finais.

O Blues continua a sofrer com velhos problemas, a inconstância da equipe. Em um campeonato tão disputado como é o Super Rugby, nenhuma equipe pode ser competitiva jogando apenas um tempo. Na próxima semana, o time da maior cidade neozelandesa tem mais uma chance de fazer uma apresentação completa, de 80 minutos, contra o fraco Highlanders. Uma derrota nesse ponto seria desastrosa para as pretensões da equipe no campeonato.

 

Escrito por: Diego Gutierrez

 

super rugby

Super Rugby – Liga da África do Sul, Austrália e Nova Zelândia

Chiefs 36 x 20 Stormers, em Hamilton

Rebels 19 x 25 Crusaders, em Melbourne

Hurricanes 60 x 27 Cheetahs, em Wellington

Highlanders 29 x 31 Force, em Dunedin

Brumbies 28 x 23 Waratahs, em Canberra

Lions 39 x 36 Blues, em Joanesburgo

 

PRC copy copy

Copa do Pacífico

ACT A 18 x 17 Samoa A

Queensland M20 40 x 26 Junior Japan

Waratahs A 21 x 29 Tonga A

NSW M20 24 x 49 Fiji Warriors

 

vodacom cup 2013 copy

Vodacom Cup

Boland Cavaliers 20 x 28 Free State XV, em Malmesbury

Tusker Simba 7 x 51 SWD Eagles, na Cidade do Cabo

Limpopo 10 x 71 Leopards, em Polokwane

Eastern Province 60 x 6 Border Bulldogs, em Porto Elizabeth

Pumas 22 x 20 Blue Bulls, em Nelspruit

Sharks XV 25 x 7 Western Province, em Durban

Griquas 20 x 12 Griffons, em Kimberley

Golden Lions 23 x 22 Falcons, em Joanesburgo