Tempo de leitura: 12 minutos

odriscoll italia

Passada a ressaca do Carnaval, é hora de decisão de emoção no Six Nations, com a quarta (a penúltima) rodada do torneio mais antigo do mundo! Entre sábado e domingo, as grandes seleções da Europa entrarão em campo valendo o caneco mais prestigiado do Velho Continente. Após 3 rodadas, nenhum equipes tem mais invencibilidade, inviabilizando a possibilidade de um Grand Slam. São nada menos que 4 seleções empatadas na primeira colocação: a Irlanda leva vantagem no saldo e está em primeiro, seguida de Inglaterra, Gales e França.

Nesse final de semana, a Irlanda tem tarefa mais tranquila, recebendo a Itália, ao passo que a França vai duelar com a Escócia fora de casa, deixando para Inglaterra e Gales o temível confronto direto (que vale a Tríplice Coroa para os ingleses). Por outro lado, na última rodada, Gales recebe a Escócia, enquanto a Inglaterra visita a Itália, deixando o indesejável confronto direto para França e Irlanda, que jogam em Paris.

- Continua depois da publicidade -

Com esse quadro, a vantagem será de quem vencer o duelo entre Inglaterra e Gales, pois chegará à última rodada plenamente ciente do resultado que terá que obter contra Itália ou Escócia, seleções mais fracas. Já França e Irlanda terão menor controle sobre o placar que precisarão para serem campeões, por conta do acirrado duelo direto. Contudo, para amenizar a situação de irlandeses e franceses, o jogo de Paris da última rodada será o último do campeonato, com as cartas já colocadas sobre a mesa.

Clique aqui para conferir a grade de transmissões dos jogos do Six Nations.

 

O’Driscoll se despede de Dublin

No sábado, o Aviva Stadium será tomado pela emoção, com a despedida do ídolo máximo do rugby irlandês, que fará seu último jogo de sua carreira com a camisa da seleção em solo irlandês. Brian O’Driscoll dará seu adeus à torcida, completando seu 140º jogo internacional, somando partidas com a Irlanda e com os Lions (132 pela Irlanda e 8 pelos Lions), para superar a marca do australiano George Gregan e se tornar o maior jogador da história em número de partidas entre seleções. O’Driscoll, no entanto, ainda deverá defender a Irlanda na última partida do Six Nations, em Paris, contra a França (BOD, no entanto, não deverá viajar em junho com a Irlanda para a Argentina).

A despedida de O’Driscoll tem peso redobrado para a Irlanda, que ocupa no momento a liderança do Six Nations por conta de seu saldo de pontos (de +42) superior aos de Inglaterra (+21), Gales (+6) e França (+1). Com isso, o duelo contra o lanterna da competição impõe ao Trevo a necessidade de vencer com a maior diferença possível de pontos, para chegar à última rodada contra a França, concorrente direta, com boas chances de levantar a taça mesmo em caso de derrota.

A Irlanda não contará com seu asa sensação Peter O’Mahony, mas sua perda será menos sentida, uma vez que Jacques Brunel, técnico da Itália, optou por poupar o líder Sergio Parisse, preservando o atleta para buscar uma histórica vitória em casa sobre a Inglaterra (único europeu que a Itália jamais derrotou) o que, por tabela, enfraquece a terceira linha italiana, que sempre foi uma de suas maiores armas. Assim, Heaslip e O’Brien deverão controlar os rucks e, com a bola em mãos, a linha irlandesa deverá ser fatal, ainda mais com BOD querendo se despedir de forma perfeita dos torcedores. O perigo para a Irlanda está na primeira linha poderosa dos Azzurri, mas, dona de uma também poderosa primeira linha, a Irlanda deverá vencer sem problemas os azuis, que sofreram um duro revés após derrota para a Escócia em Roma na rodada passada. Para a Itália, a esperança está em um começo forte, para tentar somar pontos o quanto antes e desestabilizar o Trevo, que estará, de qualquer maneira, com a pressão da vitória obrigatória.

 

França alterada para dar volta por cima

Ainda no sábado, a França terá pela frente a Escócia, em jogo de vida ou morte para os Bleus em Murrayfield. Após cair de forma desastrosa contra Gales, a França escorregou para a quarta posição e tem uma séria desvantagem no saldo com relação a seus concorrentes. Para tirar a diferença e chegar ao jogo final contra a Irlanda com chances reais de título, a França necessitará atropelar os escoceses para fazer um saldo de pontos elevado. Hoje, com saldo de +1, a França se preocupa com os expressivos +42 que tem a Irlanda e com os +21 da Inglaterra, que terá a Itália pela frente na última rodada.

Com Fofana, Nyanga (que vinha brilhando) e Szarzewski lesionados, e Picamoles sendo punido por indisciplina, a França perdeu quatro de seus titulares certos. Além disso, Saint-André não aprovou as últimas atuações do scrum-half Doussain, apostando na entrada de Machenaud, dando nova carecterística ao setor criativo francês, que ganha em velocidade. Médard e Memoz voltaram a ganhar chances entre os titular do XV de France e terão a missão de mostrar que podem ser primeira opção do treinador caso deslanchem em Edimburgo. A França precisa somar pontos e precisará de uma terceira linha dominadora – mesmo com as perdas de Picamoles e Nyanga – e de uma parelha abertura/scrum-half elétrica e inspirada. Com isso, o trio Chouly, Lapandry e Vahaamahina, e a dupla Machenaud e Plisson, ganharão os holofotes, com a missão de municiarem a habilidosa linha, do matador Yoann Huget – a grande esperança de tries dos Galos.

Apesar da vitória no fechar das cortinas contra a Itália, a Escócia não convence e deverá sofrer nas mãos da França caso os visitantes estejam inspirados. A equipe parece mais forte com os retornos de Kelly Brown e David Denton, e o abertura Duncan Weir certamente ganhou confiança após ser decisivo diante dos italianos, crescendo na companhia de Laidlaw. A Escócia certamente exercerá muita pressão no jogo de contato, mas ainda não provou que pode transformar momentos de domínio em pontos e terá que mostar muita evolução para convencer diante dos franceses. O jogo terá um forte componente emocional para os dois lados, revelando a real qualidade dos dois lados na reta final de preparação para o Mundial.

 

Rivalidade à flor da pele

No domingo, Twickenham vai estremecer com o embate entre os dois maiores campeões da história do Six Nations/Five Nations/Home Nations Championship. Os arquirrivais Inglaterra e Gales duelam em Londres de olho na primeira colocação do torneio e na manutenção das chances de títulos. Confronto de vida ou morte que tem equilíbrio absoluto em seu histórico, com igualdade plena de vitórias para cada lado: 56. A centralidade da partida às aspirações de ambos poderá resultar no fator nervosismo. Gales é o atual bicampeão do Six Nations e busca o que ninguém jamais conseguiu em mais de 100 anos de história do torneio: três títulos plenos seguidos. Já para a Inglaterra, é a pressão por voltar a ser campeã às vésperas do Mundial em casa que vem aumentando e o elenco ainda tem que provar do que é capaz – e não ficar só na promessa.

A vitória inglesa contra a Irlanda colocou a Rosa em vantagem para o duelo, com melhor saldo que Gales e com o mando de jogo. Os ingleses apostaram na base da equipe que se impôs contra o Trevo, tendo apenas uma alteração: Ben Morgan entrando de oitavo no lugar do lesionado Vunipola. Já Gales sofreu de última hora a perda de Luke Charteris, lesioando, que dará lugar ao segunda linha Jake Ball.

A Rosa põe muita fé na qualidade de sua linha, tanto que o retorno de Manu Tuilagi ao elenco não significou sua relação para a partida. Owen Farrell ainda tem que elevar o seu desempenho na seleção, mas com Danny Care inspirado, Mike Brown ascendente e com os jovens Burrell, May, Nowell e Twelvetrees correspondendo, os ingleses podem jogar de igual para igual com a forte linha galesa, que contará com o importante retorno de Jonathan Davies. O problema para Gales está na criação, com a dupla Rhys Webb e Rhys Priestland longe de convencer, fator que pode ser determinante para uma vantagem anglo-saxônica.

A batalha determinante se dará na terceira linha, como é praxe no rugby moderno. Chris Robshaw de um lado, Sam Warburton de outro. Ben Morgan contra Toby Faletau. E Tom Wood versus Dan Lydiate. O jogo de contato no ruck vai pegar fogo. Na primeira linha, o equilíbrio é grande, enquanto a Inglaterra aparece com leve vantagem na segunda linha, por conta da perda de Charteris, colocando Ball na fogueira contra Lawes e Launchbury. A experiência de Alyn Wyn Jones será determinante para o sucesso do lateral galês.

Para a Inglaterra, a vitória significará a conquista da Tríplice Coroa (a 24ª na história), que não poderá ser conquistada por Gales (derrotado pela Irlanda).

 

6N copy copy

RBS Six Nations Championship 2014 – Seis Nações

*Horários de Brasília

4ª rodada

Sábado, dia 8 de março

irlandaversus copiaritalia 

11h30 – Irlanda x Itália, em Dublin

Árbitro: Nigel Owens (Gales)

Irlanda: 15 Rob Kearney, 14 Andrew Trimble, 13 Brian O’Driscoll, 12 Gordon D’Arcy, 11 Dave Kearney, 10 Jonathan Sexton, 9 Conor Murray, 8 Jamie Heaslip, 7 Chris Henry, 6 Iain Henderson, 5 Paul O’Connell (c), 4 Devin Toner, 3 Mike Ross, 2 Rory Best, 1 Cian Healy.

Suplentes:16 Sean Cronin, 17 Jack McGrath, 18 Martin Moore, 19 Rhys Ruddock, 20 Jordi Murphy, 21 Eoin Reddan, 22 Paddy Jackson, 23 Fergus McFadden.

Itália: 15 Luke McLean, 14 Angelo Esposito, 13 Michele Campagnaro, 12 Gonzalo Garcia, 11 Leonardo Sarto, 10 Luciano Orquera, 9 Tito Tebaldi, 8 Robert Barbieri, 7 Paul Derbyshire, 6 Joshua Furno, 5 Marco Bortolami (c), 4 Quentin Geldenhuys, 3 Martin Castrogiovanni, 2 Leonardo Ghiraldini, 1 Alberto de Marchi

Suplentes: 16 David Giazzon, 17 Michele Rizzo, 18 Lorenzo Cittadini, 19 Antonio Pavanello, 20 Manoa Vosawai, 21 Edoardo Gori, 22 Tommaso Allan, 23 Andrea Masi.

Histórico: 22 jogos, 18 vitórias da Irlanda e 4 vitórias da Itália. Último jogo: Itália 22 x 15 Irlanda.

 

escocia logoversus copiarfrança logo

14h00 – Escócia x França, em Edimburgo

Árbitro: Chris Pollock (Nova Zelândia)

Escócia: 15 Stuart Hogg, 14 Tommy Seymour, 13 Alex Dunbar, 12 Matt Scott, 11 Sean Lamont, 10 Duncan Weir, 9 Greig Laidlaw, 8 Dave Denton, 7 Kelly Brown (c), 6 Johnnie Beattie, 5 Jim Hamilton, 4 Richie Gray, 3 Geoff Cross, 2 Scott Lawson, 1 Ryan Grant

Suplentes: 16 Ross Ford, 17 Moray Low, 18 Euan Murray, 19 Tim Swinson, 20 Ryan Wilson, 21 Chris Cusiter, 22 Duncan Taylor, 23 Max Evans.

França: 15 Brice Dulin, 14 Yoann Huget, 13 Mathieu Bastareaud, 12 Maxime Mermoz, 11 Maxime Médard, 10 Jules Plisson, 9 Maxime Machenaud, 8 Damien Chouly, 7 Alexandre Lapandry, 6 Sébastian Vahaamahina, 5 Yoann Maestri, 4 Pascal Papé, 3 Nicolas Mas, 2 Brice Mach, 1 Thomas Domingo

Suplentes: 18 Guilhem Guirado, 17 Vincent Debaty, 18 Rabah Slimani, 19 Alexandre Flanquart, 20 Antoine Claassen, 21 Jean-Marc Doussain, 22 Remi Tálès, 23 Gaël Fickou.

Histórico: 86 jogos, 49 vitórias da França, 34 vitórias da Escócia e 3 empates. Último jogo: França 23 x 16 Escócia.

 

Domingo, dia 9 de março

RFU logoversus copiargales

12h00 – Inglaterra x Gales, em Londres

Árbitro: Romain Poïte (França)

Inglaterra: 15 Mike Brown, 14 Jack Nowell, 13 Luther Burrell, 12 Billy Twelvetrees, 11 Jonny May, 10 Owen Farrell, 9 Danny Care, 8 Ben Morgan, 7 Chris Robshaw (c), 6 Tom Wood, 5 Courtney Lawes, 4 Joe Launchbury, 3 David Wilson, 2 Dylan Hartley, 1 Joe Marler.

Suplentes: 16 Tom Youngs, 17 Mako Vunipola, 18 Henry Thomas, 19 David Attwood, 20 Tom Johnson, 21 Lee Dickson, 22 George Ford, 23 Alex Goode

Gales: 15 Leigh Halfpenny, 14 Alex Cuthbert, 13 Jon Davies, 12 Jamie Roberts, 11 George North, 10 Rhys Priestland, 9 Rhys Webb, 8 Taulupe Faletau, 7 Sam Warburton (c), 6 Dan Lydiate, 5 Jake Ball, 4 Alun Wyn Jones, 3 Adam Jones, 2 Richard Hibbard, 1 Gethin Jenkins

Suplentes: 16 Ken Owens, 17 Paul James, 18 Rhodri Jones, 19 Andrew Coombs, 20 Justin Tipuric, 21 Mike Phillips, 22 Dan Biggar, 23 Liam Williams.

Histórico: 124 jogos, 56 vitórias da Inglaterra, 56 vitórias de Gales e 12 empates. Último jogo: Gales 30 x 3 Inglaterra.