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O Super Rugby como conhecemos pode acabar em 2016. As três federações envolvidas na SANZAR – União Neozelandesa de Rugby, a NZRU, União Australiana de Rugby, a ARU, e União Sul-Africana de Rugby, a SARU – estão negociando o futuro do Super Rugby, a liga que envolve atualmente 15 franquias de Nova Zelândia, Austrália e África do Sul (5 de cada). Com os contratos de TV expirando em 2015, o Super Rugby só poderá sofrer alterações a partir de 2016, e muita especulação circunda o futuro do campeonato.

O principal problema hoje do Super Rugby está na África do Sul: o país possui 6 equipes, mas conta com somente 5 vagas, tendo deixado 1 equipe (o Lions, de Joanesburgo) de fora do torneio de 2013. O país quer mais do que nunca a expansão do Super Rugby, mas neozelandeses e australianos não aceitam que os sul-africanos contem com mais equipes no certame. Porém, com algumas equipes apresentando baixas médias de público e audiência televisiva e com as finanças longe do ideal, australanos e neozelandeses têm dúvidas sobre a viabilidade de contarem com 6 equipes cada.

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Outra especulação muito forte é a expansão do Super Rugby para outros países, como Japão e Estados Unidos, que podem acrescentar muito em termos de investimentos e público à competição. Mas, o principal candidato a ingressar com alguma representação na liga é a Argentina, que já faz parte do Rugby Championship, o torneio de seleções da SANZAR. Em todos os cenários de expansão para novos países, o Super Rugby esbarra em cinco problemas:

1 – os custos das distâncias, com a necessidade de mais viagens intercontinentais de longa duração, que encarecem sobremaneira o campeonato;

2 – o bem-estar dos atletas, que terão que realizar muitas viagens de longa distância, aumentando seu desgaste, sobretudo entre aqueles que já têm compromissos por suas seleções nacionais, que têm anualmente viagens longas tanto para os amistosos na Europa como para o Rugby Championship;

3 – o calendário, que atualmente conta com 19 rodada para o Super Rugby e já está sobrecarregado;

4 – o fuso horário muito variado, que atrapalha as transmissões de TV e prejudica o público, que não acompanha jogos em horários pouco usuais (como a madrugada);

5 – as negociações quanto ao equilíbrio do número de equipes em cada país, que implicam nas divisões das cotas de TV e podem levar a mudanças no formato do campeonato.

 

Entre as soluções que foram levantadas para o futuro do Super Rugby, uma propõe inclusive a divisão da liga em duas ligas separadas e independentes: uma para os países do Pacífico (Austrália e Nova Zelândia) e outra para o Atlântico (África do Sul). Tal divisão do Super Rugby em duas ligas já é defendida por neozelandeses e australianos, que poderiam gerir uma liga do Pacífico sem os custos das viagens à África do Sul, sem as diferenças de fuso horário, com mais dérbis (que aumentam o interesse do público) e podendo inclusive pensar em expandir o torneio para o mercado asiático. Já os sul-africanos, que têm média de público nos estádios e audiência de TV superior a de australianos e neozelandeses poderiam se aproximar das Américas (sobretudo da Argentina) e talvez até da Europa, que tem um fuso horário mais atraente.

Nenhuma das soluções que poderão ser adotadas para o Super Rugby colocarão em risco o Rugby Championship.