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Dubai viveu mais um grande torneio de sevens. As 15 melhores seleções do mundo estiveram nos Emirados Árabes Unidos para as disputas da segunda etapa da temporada 2014-15 da Série Mundial de Sevens Masculina. E, como o 16º time, a equipe convidada foi o Brasil, que  teve campanha memorável, provando ter plenas condições de fazer boa figura no Rio 2016. Os Tupis, como se imaginava, saíram de campo sem vencer, mas fizeram jogos parelhos contra Argentina, França, Portugal e Quênia e, inclusive, arrancaram um try sobre o líder da temporada Fiji.

O título da etapa ficou com a África do Sul, que superou Nova Zelândia e Austrália para triunfar pela primeira vez na temporada e assumir a vice-liderança geral. Fiji segue na ponta, após derrotar os All Blacks – decepcionantes – na disputa pelo 3º lugar.

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Brasil mostra que está entre os grandes

O Brasil arrancou elogiou de todos com uma campanha muito honrosa, que mostrou o potencial dos Tupis em jogarem entre os grandes do mundo. A estreia dos Tupis nos Emirados foi de alto nível, apertando um jogo contra a Argentina que, em outros tempos, não teria emoção. O Brasil teve chances de vitória até o fim, conseguiu um try com Tanque, mas perdeu por 17 x 5.

O segundo desafio foi contra Fiji e, apesar do belo try de Martin, que não desistiu depois de receber tackle e cravou no in-goal fijiano, Fiji mostrou o por que de sua fama e aplicou 36 x 5. Mostrando grande evolução defensiva e sem medo de atacar, o Brasil fechou o dia com uma partida exuberante contra a França. Os Bleus se viram constantemente pressionados pelos Tupis, que abriram o placar com uma arrancada impressionante de Juliano Fiori, o inglês de pai brasileiro que veste agora a camisa verde-e-amarela. A França se recuperou e virou o jogo para 12 x 5 antes do intervalo e, no segundo tempo, anotou outros dois tries. No fim, Rambo ainda fez lindo try para o Brasil pela ponta, dando números finais ao jogo em 24 x 12.

No segundo dia, o Brasil teve como primeiro desafio Portugal, e começou o jogo em igualdade, até Fiori receber cartão vermelho por tackle perigoso. Com um a menos, o Brasil não segurou os lusos e perdeu por 19 x 0, mostrando que, mesmo com um a menos, sua evolução defensiva garantiu um jogo mais igual. Fechando o dia, os Tupis duelaram com o Quênia e, novamente, mostraram potencial, assustando os africanos. O Brasil levou o primeiro try, mas virou o placar com try de David Harvey, o australiano de mãe brasileira que agora defende o Brasil. Porém, o cansaço abateu os Tupis no fim e a força física queniana prevaleceu, encerrando a partida em 22 x 7.

 

All Blacks decepcionam, Boks se sobressaem, mas é Fiji quem lidera

A segunda etapa do circuito premiou África do Sul e Fiji, e puniu a Nova Zelândia, que já se vê a 10 pontos da liderança. O primeiro dia de jogos produziu apenas uma surpresa. A vice-campeã da primeira etapa, Samoa, sofrer duro golpe no Grupo B ao ser superada pela ascendente Escócia, de Colin Gregor, que assegurou o segundo lugar no grupo. Os neozelandeses não tiveram problemas para acabar na ponta, aplicando sonoros 41 x 0 sobre os samoanos na última rodada.

No Grupo A, grupo do Brasil, Fiji fez jus a seu favoritismo, vencendo a Argentina e massacrando por 54 x 7 a apática França. Os franceses ainda caíram diante da Argentina, dos bons Javier Rojas e Fernando Luna, 26 x 21, apesar dos esforços de Terry Bouhraoua, que voltou a jogar bem com a camisa azul. Já no Grupo C, a Austrália se impôs sobre a Inglaterra, mas ambos passaram com vitórias sobre EUA e Quênia. No Grupo D, a África do Sul foi a força dominante, enquanto Gales, Portugal e Canadá empataram em pontos, com vantagem no saldo aos galeses.

Nas quartas-de-final, a África do Sul  impressionou com 40 x 0 sobre a Argentina, com direito a hat-trick de Senatla, enquanto Fiji não teve problemas com Gales, 31 x 17. Com Curtis e Webber inspirados, os All Blacks passaram bem pela Inglaterra, 29 x 7, enquanto apenas a Austrália sofreu, penando para passar por 22 x 17 pela Escócia, em jogo de 4 tries para os aussies e 3 para os scots.

A semifinal foi de tirar o fôlego. Fiji e Austrália produziram um jogo épico, que terminou em 24 x 24, graças ao try salvador de Clark no apagar das luzes. Na prorrogação, Jeloudev achou o espaço e carimbou o passaporte da Austrália à final. No outro jogo, a África do Sul deu uma verdadeira surra na Nova Zelândia, dominando por completo os rucks e a posse de bola e sendo implacável nos tackles sob pressão. O resultado foi uma Nova Zelândia sem alternativas e 4 tries dos Boks, com direito a 3 da sensação Kwagga Smith.

Nas finais menores, a emoção foi grande. O Canadá conquistou o Shield, virando o placar para cima do Quênia no fim, 19 x 12. No Bowl, deu Samoa sobre a França, em jogo cheio de alternativas e pontos, 31 x 21. Já no Plate prevaleceu a Argentina sobre a Escócia, 26 x 12, com direito a 2 tries de Tuculet. Por fim, no 3º lugar, Fiji assegurou a liderança do circuito com vitória sobre a Nova Zelândia, 26 x 12, em jogo que os All Blacks largaram na frente, com try de Baker, mas mostraram incomum fragilidade e inconsistência e permitiram a Fiji abrir vantagem com tries de Katonibau, Kolinisau duas vezes, e Kunatani.

A vitória sobre os All Blacks deu embalo aos Boks, que fizeram uma final irrepreensível contra os Thunderbirds australianos. Os Boks novamente souberam controlar os espaços e jogando com os pés com muita inteligência para explorar sua velocidade nas pontas asseguraram uma grande vitória. 33 x 7, com Cecil Afrika, Branco du Preez e Senatla infernizando os australianos de todos os modos. Sentala fez dois tries, Smith, Sneyman e Nel anotaram um try cada. Nota também para a atuação de Werner Kok, dominante nas disputas. Boks campeões em Dubai!

 

Dubai Sevens copy copysevens world series

Dubai Sevens  – 2ª etapa da Série Mundial de Sevens Masculina 2014-15

Sexta-feira, dia 05 de dezembro

África do Sul 36 x 0 Portugal

Gales 14 x 19 Canadá

Fiji 54 x 7 França

Argentina 17 x 5 Brasil

Samoa 14 x 21 Escócia

Nova Zelândia 36 x 0 Japão

Inglaterra 19 x 10 Estados Unidos

Austrália 29 x 12 Quênia

África do Sul 24 x 12 Canadá

Gales 26 x 21 Portugal

Fiji 36 x 5 Brasil

Argentina 26 x 21 França

Samoa 38 x 12 Japão

Nova Zelândia 43 x 0 Escócia

Inglaterra 38 x 0 Quênia

Austrália 26 x 10 Estados Unidos

Portugal 26 x 07 Canadá

África do Sul 12 x 5 Gales

França 24 x 14 Brasil

Fiji 33 x 21 Argentina

Escócia 47 x 0 Japão

Samoa 0 x 41 Nova Zelândia

Estados Unidos 26 x 17 Quênia

Inglaterra 5 x 12 Austrália

Melhores momentos do 1º dia

 

Sábado, dia 06 de dezembro

Quartas-de-final menores

França 42 x 19 Canadá

Estados Unidos 14 x 12 Japão

Portugal 19 x 0 Brasil

Samoa 40 x 5 Quênia

 

Quartas-de-final maiores

Fiji 31 x 17 Gales

Austrália 22 x 17 Escócia

África do Sul 40 x 0 Argentina

Nova Zelândia 29 x 7 Inglaterra

 

Semifinais Estímulo (Shield)

Canadá 29 x 14 Japão

Brasil 7 x 22 Quênia

 

Semifinais Bronze (Bowl)

França 24 x 15 Estados Unidos

Portugal 14 x 19 Samoa

 

Semifinais Prata (Plate)

Gales 7 x 31 Escócia

Argentina 21 x 19 Inglaterra

 

Semifinais Ouro (Cup)

Fiji 24 x 29 Austrália – prorrogação

África do Sul 28 x 0 Nova Zelândia

 

Final Estímulo (Shield)

Canadá 19 x 12 Quênia

 

Final Bronze (Bowl)

França 21 x 31 Samoa

 

Final Prata (Plate)

Escócia 12  x 26 Argentina

 

3º lugar Ouro (Cup)

Fiji 26 x 12 Nova Zelândia

 

Final Ouro (Cup)

Austrália 7 x 33 África do Sul

 

 

Brasil:
Allan Josefh Martins (SPAC/SP)
Andre Luiz Nascimento Silva (SPAC/SP)
Arthur Bomfim Bergo (SPAC/SP)
David Harvey (Greater Sydney Rams/Austrália)
Felipe Claro Sant´Ana (SPAC/SP)
Fernando Portugal (São José/SP)
Gustavo Barreiros Albuquerque (Curitiba/PR)
Juliano Ernani Fiori (Richmond/Inglaterra)
Lucas Domingues(São José/SP)
Lucas Duque (São José/SP)
Martin Schaefer(SPAC/SP)
Matheus da Cruz Daniel (Jacareí/SP)
Moises Duque (São José/SP)