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ARTIGO COM VÍDEO – Amanhã é dia de Tupis, amanhã é dia de ir à Arena Barueri para torcer pelo Brasil em seu primeiro jogo em casa no inaugural Americas Rugby Championship, o Campeonato das Américas! Brasil e Uruguai entrarão em campo às 20h00, com transmissão ao vivo da ESPN, em partida válida pela segunda rodada do torneio, opondo as duas equipes que saíram derrotadas da jornada de abertura. A entrada é franca e a CBRu disponibilizará ônibus ao valor de 15 reais saindo do Shopping Eldorado, em São Paulo (clique aqui para saber mais).

 

A história é rica, mas os jogos em solo brasileiro são raros

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O Uruguai é favorito e tem vencido os Tupis com folga nos últimos confrontos, mas o Brasil provou evolução em Santiago, caindo contra o Chile (que bateu o Uruguai no último Sul-Amerciano) por apenas 25 x 22, em partida de 3 tries para cada lado. Na história, o Brasil já triunfou sobre os Teros em três oportunidades, a última em 1964, por 15 x 8, no SPAC, no primeiro Campeonato Sul-Americano realizado em São Paulo. Desde então, a vitória não veio mais, com o Uruguai crescendo e se firmando como a segunda potência do continente.

 

No Sul-Americano de 2015, o triunfo foi uruguaio por 48 x 9, em partida disputada em Montevidéu, ao passo que em 2014, na última vez que os dois países duelaram no Brasil, a vitória no Sul-Americano ficou com os Teros por 34 x 9, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Em solo paulista, o último duelo se deu em 1993 (há 23 anos), no SPAC, com vitória uruguaia por 55 x 5. No total, foram apenas 5 jogos entre os dois países em território brasileiro, sendo que as outras duas partidas também foram em São Paulo. Em 1973, o SPAC recebeu Uruguai 16 x 6 Brasil, pelo Sul-Americano daquele ano, enquanto em 1962 o velho campo de Pirituba da São Paulo Railway foi o palco para o primeiro jogo em solo brasileiro entre os dois lados, com o Brasil vencendo por 13 x 5, em amistoso. A primeira partida entre os dois países foi um amistoso em 1950 em Montevidéu, vencido pelos uruguaios por 8 x 6.

 

Equipes escaladas e fortes para o embate

Para o jogo de 2016, Rodolfo Ambrosio, técnico argentino do Brasil, apostou na base do time que se destacou em Santiago na primeira rodada, mantendo 10 dos jogadores que começaram aquela partida. Foram duas mudanças nos forwards, com o hooker Nativo, capitão contra o Chile, ficando no banco e dando lugar a Yan Rosetti, que atua na Argentina, e com Cléber Dias, do Wallys, de Louveira/SP, ganhando a vaga de Nick na terceira linha, também poupado e começando no banco. Cléber “Gelado” ficará com a 7 e Ige, o novo capitão do Brasil, será o oitavo.

 

Na linha, três mudanças, começando com a camisa 9, que será de Tanque, fazendo dupla com Harvey, que segue como 10. A nova combinação de scrum-half e abertura criará grande expectativa, sendo uma aposta interessante de Ambrosio. Beukes não foi relacionado para o jogo. Nas pontas, Lucas Muller e Coghetto entram nos postos de Zé, que também não foi relacionado, apesar do bom jogo no Chile (no qual fez um dos tries brasileiros), e Stefano Giantorno, igualmente de fora do embate. Os irmãos Sancery seguem firmes entre os titulares, depois de se destacarem diante dos Cóndores.

 

No banco, Caique, radicado na Argentina, é opção na primeira linha pela primeira vez no torneio, enquanto o centro Estrela também ganha sua primeira escalação no ARC. A novidade foi a convocação do 3/4s Yan Machado, do Curitiba, que, ao contrário de Caique e Estrela, não estava no elenco preliminar anunciado antes da viagem ao Chile.

 

No Uruguai, nenhum jogador que atue no exterior foi chamado, mas 11 atletas escalados jogaram a Copa do Mundo, sendo que 9 deles começarão como titulares contra os Tupis. O grupo do técnico argentino Esteban Meneses é forte e treinou com os Jaguares, nova equipe argentina do Super Rugby, antes do torneio começar. O pack forte dos Teros, comandado pelo capitão Alejandro Nieto, tem 6 nomes que foram ao Mundial e deverá impor grandes dificuldades ao Brasil, mesmo após uma forma tão boa do pack dos Tupis no ano passado. Contra o Chile, o Brasil mostrou algumas deficiências nas formações, ao contrário do apresentado contra a Alemanha, e as falhas certamente não seriam perdoadas pelos Teros. O lateral pode se tornar um problema real, com o segunda linha Lamanna tendo arrancado elogios da imprensa internacional no ano passado.

 

A linha passa por testes maiores, com nomes importantes do sevens – e bem conhecidos pelos brasileiros – figurando na formação. O maior destaque, no entanto, está no banco: é o jovem scrum-half Santiago Arata, que espantou a todos no último Troféu Mundial Junior sendo um dos grandes nomes da campanha dos Teritos – que derrotaram ninguém menos que Fiji e Tonga no ano passado no M20. Mas, se o Brasil ficará de olho na qualidade dos Teros nos 3/4s, certamente o contrário será recíproco, ainda mais após o Brasil mostrar uma grande forma na linha contra o Chile, em especial dos irmãos Sancery, que trouxeram sua qualidade ganha no Albi, da França, para os Tupis. O fullback Daniel, em especial, será uma arma letal para o Brasil tentar furar a defesa celeste.

 
Em sua largada no Americas Rugby Championship, o Uruguai caiu diante do Canadá fora de casa, 33 x 17, em derrota que já era aguardada. Os Teros, porém, mostraram um ataque definidor e forte nas jogadas de forwards, cruzando três vezes o in-goal, com Nieto, Leivas e um penal try em scrum (atenção, Brasil!), mas cedeu o bônus ofensivo aos Canucks e tardou a embalar na partida, tendo dificuldades na criação contra um oponente claramente superior, apesar de renovado.

 

Se o pack brasileiro apresentar a forma que apresentou contra a Alemanha no scrum, crescer no breakdown, não se comprometer no lateral, e se a dupla Tanque e Harvey funcionar, com os irmãos Sancery tendo espaço para jogarem, o que não ocorre há mais de 50 anos poderá ocorrer na Arena Barueri, mesmo palco onde o Brasil fez história em 2014 derrotando o Chile pela primeira vez na história. A tarefa é difícil e a tendência é uma vitória sem sustos para os Teros, muito mais fortes, experientes e vindos de uma preparação de gala. Mas, o desempenho dos dois times na primeira rodada abre uma luz de esperança aos Tupis. Quem sabe? Acima de tudo, sair de campo com um placar apertado já seria uma conquista, e um bônus defensivo conquistado teria sabor de vitória.

 

Auxiliares brasileiros para a partida

A partida também terá destaque para a arbitragem, com os experientes Henrique Platais e Xavier Vouga como auxiliares do árbitro argentino Damian Schneider. Será a primeira participação brasileira na arbitragem nesse torneio. Não haverá TMO (árbitro de vídeo).

 

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Dia 12/02, 20h00 – Brasil x Uruguai, em Barueri

Árbitro: Damian Schneider (Argentina) / Auxiliares: Henrique Platais e Xavier Vouga (Brasil)

 

Brasil: 1 Wilton Rebolo “Nelson” (São José), 2 Yan Rosetti (CUBA, Argentina), 3 Jardel Vettorato (San Diego), 4 Lucas Piero Moraes “Bruxinho” (Desterro) 5 Luiz Gustavo Vieira (Oyonnax, França), 6 Mark Jackson “Wacko” (Desterro) 7 Cleber Días “Gelado” (Wallys)  8 João Luiz Da Ros (Desterro) (c) 9 Lucas Duque “Tanque” (São José), 10 David Harvey (NSW Country Eagles, Austrália), 11 Lucas Muller (Desterro), 12 Moisés Duque (São José), 13 Felipe Sancery (Albi, França), 14 Guilherme Coghetto (Farrapos), 15 Daniel Sancery (Albi, França).

Suplentes: 16 Daniel Danielewicz “Nativo” (Desterro), 17 Caique Silva (CUQ, Argentina), 18 Vitor Ancina (Curitiba), 19 Felipe Tissot (Curitiba), 20 Nicholas Smith “Nick” (SPAC), 21 Mateus Tavares Estrela (Niterói), 22 Laurent Bourda-Couhet (Band Saracens), 23 Yan Machado (Curitiba).

 

Uruguai: 1 Mateo Sanguinetti (Los Cuervos), 2 Carlos Arboleya (Trébol Paysandú), 3 Juan Echeverría (Old Christians), 4 Franco Lamanna (Carrasco Polo), 5 Diego Magno (Montevideo Cricket), 6 Gonzalo Soto (Carrasco Polo), 7 Matías Beer (Old Christians), 8 Alejandro Nieto (Champagnat) (c), 9 Guillermo Lietjenstein (Trébol Paysandú), 10 Rodrigo Silva (Carrasco Polo), 11 Federico Favaro (Old Christians), 12 Andrés Vilaseca (Old Boys), 13 Pedro Deal (Old Boys), 14 Leandro Leivas (Old Christians), 15 Santiago Martínez (Carrasco Polo).

Suplentes: 16 Germán Kessler (Los Cuervos), 17 Facundo Gattas (Lobos), 18 Ignacio Secco (Trébol Paysandú), 19 Ignacio Dotti (Los Cuervos), 20 Lukas Lacoste (Trébol Paysandú), 21 Santiago Arata (PSG), 22 Martín Secco (Los Curvos), 23 Alberto Román (PSG).

 

Histórico: 22 jogos, 19 vitórias do Uruguai, 3 vitórias do Brasil. Último jogo: Uruguai 48 x 9 Brasil, em 2015 (Sul-Americano).

 

EquipePJVED4+-7PPPCSP
Argentina XV2254104020799108
Estados Unidos1552123217711067
Canadá1453022019213953
Uruguai14530211123131-8
Brasil6510402107175-68
Chile551040173215-142

Brasil 9 x 34 Uruguai, em 2014

 
Foto: Brasil x Uruguai, 2014. Fotojump