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O Rugby brasileiro se despede de 2013 do mesmo jeito que começou. A elite do Seven-a-side nacional se reúne para mais uma edição do BR Sevens, maior (20 clubes masculinos e 16 femininos, contra 18 e 15 em 2012), com novos participantes (10 equipes nunca disputaram o torneio) e nova locação. A cidade de Indaiatuba recebe pela primeira vez um torneio do Rugby nacional, em dois campos simultâneos que receberão mais de quatrocentos atletas de doze estados, números sem precedentes na competição.

São José (SP) e Desterro (SC) defendem seus títulos respectivamente no masculino e feminino, e candidatos ao lugar mais alto do pódio não vão faltar. O BR Sevens vale muito. Além de garantir o Bolsa Atleta para os tr6es melhores colocados em cada categoria, no caso do feminino, as oito primeiras se garantem no Super Sevens de 2014, duas vagas a mais do que nesse ano.

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O Portal do Rugby transmitirá junto com a rádio Brasil FA 44 jogos do BR Sevens! Acesse a rádio e veja quais jogos serão transmitidos nesse link.

 

Veja como foi a edição 2012 do BR Sevens

 

Veja a análise dos grupos! Em parênteses, a posição na última edição.

 

Masculino


No Masculino, teremos vinte times. Classificam-se para a final Ouro/Prata os vencedores de cada grupo e os três melhores segundos colocados

 

Grupo A: Desterro-SC (3o), Pasteur-SP (9o), Rio Rugby-RJ (16o) e Serra-RS (N/D)

O grupo da Morte? Terceiro colocado na última edição do BR Sevens, o Desterro se credencia novamente ao título, com uma equipe parecida com a do começo do ano. Lucas Piero e Marco Cervi fizeram temporadas fantásticas pelo clube catarinense, e são peças chave para reconduzir o time às primeiras posições.

A luta não será nem um pouco fácil no entanto. O Pasteur, uma das grandes forças do Seven Paulista, vai tentar desfazer a má impressão da edição anterior, quando chegou como um dos favoritos mas terminou apenas na nona colocação. O grupo não mudou muito desde então, e nomes como Thiago Maihara, Pedro di Pilla e Beukes Cremer façama diferença.

O Serra estreia em uma competição nacional, e apesar de não ter resultados expressivos no XV, vem com uma bela credencial, conseguindo desbancar o Farrapos na casa do adversário e levando o vice-campeonato gaúcho. O Rio Rugby por sua vez, é uma das forças do Rugby fluminense, e seu domínio no Seven garantiu ao clube o tricampeonato estadual em 2013. No entanto, nunca conseguiu mostrar todo seu potencial na competição nacional, e 2013 é mais uma chance para Max Paixão, Justin e cia mostrarem que conseguem ir além.

Desterro e Pasteur são favoritos para vencer o grupo, mas terão que tomar muito cuidado com Rio e Serra. Um grupo equilibrado também diminui as chances de classificar o segundo colocado, e a batalha pelo primeiro lugar ganha significado ainda maior.

 

Histórico recente de confrontos

Desterro X Pasteur – 3 jogos, 2 vitórias para o Pasteur (última em 2010)

Desterro X Rio Rugby – 1 jogo, 1 vitória para o Desterro, em 2011

 

 

Grupo B: Jacareí-SP (2o), Niterói-RJ (15o), Chapecó-SC (N/D) e Lobo Bravo-PR (N/D)

O vice-campeão nacional é o favorito para vencer o grupo mais uma vez. O filho mais novo do Vale está um ano mais velho, mas mantém um grupo mais jovem que a média dos seus adversários e com a experiência acumulada por passagens pela seleção, como é o caso de Matheus Daniel e Lucas Drudi, este último recém-recuperado de lesão e voltando aos gramados.

O Niterói representa de certa forma, o oposto do Jacareí, e por isso, também pode vencer o grupo, tem tudo para fazer campanha superior à de 2012, quando ficou apenas na 15a colocação. Possui um grupo muito experiente e coeso. David Grael foi um dos nomes do Super 10 em 2013, e ao lado de Daniel Gregg, Robledo Veiga e Pedro Campolina, não podem ser menosprezados.

Chapecó e Lobo Bravo estreiam na competição, mas seus roteiros já são conhecidos. O Chapecó tem trajetória semelhante ao BC Rugby, que fez o papel de segunda força do estado, e mesmo sem favoritismo, conseguiu bater o forte Curitiba e chegou entre os oito melhores clubes do país. O Lobo Bravo por sua vez, lembra o Londrina, que apesar de ficar apenas na 13a posição, chamou atenção da comissão técnica da CBRu com suas boas atuações.

 

Histórico recente de confrontos  

Jacareí X Niterói – 2 jogos, 2 vitórias para o Jacareí (BR Sevens 2012)
 
 
 

Grupo C: São José-SP (1o), SPAC-SP (6o), Itaguaí-RJ (N/D) e Tornados-SP (N/D)

São José e SPAC realizam um duelo à parte no grupo C. As equipes reeditam logo na fase inicial, o duelo final do Lions 2013, uma partida com atuações memoráveis de Carlão, Erick “Putim” e José Vitor, que culminou no triunfo do São José.  O derrotado nesse confronto, ainda deve passar como um dos melhores sgundos colocados. O SPAC também vem forte, com Felipe “Alemão”, Lucas Tranquez, Allan “Careca” e André “Boy” e tem tudo para devolver a derrota em casa.

Tornados e Itaguaí entram como convidados no BR Sevens e estreiam no BR Sevens. O time da casa fez bela campanha no Campeonato Paulista e por muito pouco não alcançou a vaga, e vai tentar dificultar ao máximo a vida dos favoritos, mas está ciente da árdua tarefa que tem pela frente. O Itaguaí por sua vez, é a terceira força do Seven fluminense e o grande azarão do grupo. Deve lutar com o Tornados pela terceira posição.

 

Histórico recente de confrontos

SPAC X São José – 21 jogos, sendo 16 vitórias do São José (última ocorrida no Lions 2013)
 
SPAC X Tornados – 5 jogos, 5 vitórias do SPAC (2012)
 
São José X Tornados 2 jogos, 2 vitórias do São José (Paulista Sevens 2013)

 

 

Grupo D: Curitiba (4o), Alecrim (12o), Varginha (17o) e GRUA (N/D)

Os Touros do Curitiba vem motivados com a conquista de um torneio de Sevens na Argentina semana retrasada e buscam repetir a campanha da última edição do BR Sevens, mas com menos sustos. A equipe começou desatenta na ocasião e terminou na segunda colocação, mesmo com todo favoritismo ao seu lado. Não haverá espaço para vacilos dessa vez, com o Alecrim vindo com ainda mais experiência em relação ao ano passado e credenciado com títulos em todas as competições que jogou esse ano. 

O GRUA é a grande força do Norte já fazem alguns anos, e merecidamente conquistou seu lugar no BR Sevens. O ponto fraco sem dúvida será a inexperiência frente adversários mais forte, mas deve compensar com muita velocidade e raça. O Varginha, maior força do Seven mineiro, não conseguiu repetir as atuações da década passada desde a criação do BR Sevens, e tenta voltar a colocar o Rugby mineiro em destaque. devem lutar com o GRUA pela terceira colocação.

 

Grupo E: Farrapos (5o), União Rugby Alphaville (10o), Cuiabá (N/D) e Uberlândia (N/D)

O Farrapos fez bonito em 2012, terminando o Super 10 e BR Sevens na quinta colocação. Nesse ano, mais uma vez o clube ficou no quase no XV, e o objetivo é ir mais longe no Seven, com um grupo sem surpresas e mais experiente. Guilherme Coghetto ganhou sua primeira convocação para a seleção e é um dos nomes emergentes no Rugby nacional, ao lado de Lucas Mariuzza e Leonardo Scopel. Possui um conjunto muito equilibrado e a força física pura deu lugar a maior agilidade e velocidade. O União Rugby Alphaville deve fazer uma disputa equilibrada com o Farrapos. O perfil de seus jogadores se assemelha ao do rival gaúcho, apostando muito na força física e na velocidade, com um jogo básico e bem feito. Os irmãos Rosa e Marcos Bombonato podem fazer a diferença.

Cuiabá e Uberlândia são mais dois estrantes do total de sete na competição masculina. O time do Cerrado deu uma pequena amostra do que pode fazer no BR Sevens. Alguns integrantes da equipe fizeram parte do combinado Pequi, que levou a Taça Bronze no Lions, duas semanas atrás, fazendo jogos equilibrados com nomes tradicionais do Rugby nacional. É uma equipe a se observar, e que pode abocanhar a segunda colocação do grupo. O Uberlândia ficou de fora da última ediçao por muito pouco, mas o Taurus, que tomou seu lugar, não foi bem. Com pouca experiência, será um forte aprendizado para a equipe, mas com poucas chances de ir além da terceira posição.

 

 

Feminino

No feminino, teremos dezesseis times. Classificam-se para a final Ouro/Prata os dois primeiros colocados de cada grupo.

 

Grupo F: Niterói-RJ (4o), São José-SP (7o), Jacareí-SP (14o) e San Diego (N/D)

Niterói e São José devem realizar um dos grandes duelos da primeira fase. As joseenses amadureceram, com novos talentos emergindo, e Edna se consolidando como a melhor jogadora da temporada em 2013. Será a referência do time contra as rubro-negras, experientes e lideradas por Bárbara Santiago, com um histórico na seleção nacional. O São José mostrou no Lions 2013 (foi vice-campeã, perdendo para o SPAC) que tem tudo para ir mais longe nesse ano.

O Jacareí, apesar do crescimento gradual, ainda é uma equipe em desenvolvimento, e deve lutar com o San Diego, pelo terceiro posto do grupo. As gaúchas estreiam na competição, graçasà segunda colocação no estadual

 

Histórico recente de confrontos

São José X Niterói – 6 jogos, 3 vitórias para o Niterói, um empate
 
São José X Jacareí – 7 jogos, 7 vitórias do São José (2013)
 
Niterói X Jacareí – 3 jogos, 3 vitórias do Niterói (2012)
 
 
Grupo G: Charrua-RS (2o), Bandeirantes-SP (5o), Curitiba-PR (10o) e Toledo-PR (N/D)

O grupo da morte feminino reúne três campeões estaduais! Charrua, Bandeirantes e Curitiba venceram de forma contundente os seus campeonatos, sendo que gaúchas e paulistanas lutaram pelo título do Super Sevens até a última rodada, quando foram ultrapassadas pelo Desterro. Com apenas duas vagas em jogo rumo ao título, as Touritas do Curitiba podem ser o fiel da balança. Um time jovem, mas com uma lista relevante de conquistas, será o torneio em que a equipe paranaense irá mostrar se chegou à maturidade. A equipe de Toledo, estreante em uma competição nacional, está um degrau abaixo das suas concorrentes.

 

Histórico recente de confrontos

Bandeirantes X Curitiba – 2 jogos, 2 vitórias do Bandeirantes
 
Bandeirantes X Charrua – 5 jogos, 3 vitórias do Bandeirantes
 
Curitiba, X Charrua – 4 jogos, 4 vitórias do Charrua
 
Curitiba X Toledo – 4 jogos – 4 vitórias do Curitiba
 

 

Grupo H: Desterro-SC (1o), Rio Branco-SP (8o), Goianos-GO (11o) e Vitória-ES (13o)

O atual campeão nacional teve uma temporada perfeita! A equipe venceu o BR Sevens em janeiro, o Super Sevens, e teve sua capitã, Julia Sardá eleita o destaque do Rugby no prêmio Brasil Olímpico. A motivação vai ser importante para vencer um grupo duro, mas que a equipe deve sair líder.

A briga promete ser mais acirrada pela segunda vaga, com um certo equilíbrio entre Vitória, Goianos e Rio Branco. As capixabas venceram o estadual fluminense, superando o Niterói, em quatro etapas, o que mostra o potencial que o clube possui de ir longe. O Goianos não conseguiu realizar a mesma campanha brilhante do Lions 2012 nesse ano, e resta saber se isso vai se refletir na competição nacional. O Rio Branco por sua vez, sofreu uma leve renovação ao longo do ano, ganhou em experiência ao longo do Paulista, e depois de quase passar para o Super Sevens no ano passado, vai ter que se superar para garantir um lugar na competição de 2014. 

 

Histórico recente de jogos

Desterro X Goianos – 2 jogos, 2 vitórias do Desterro
 
Desterro X Vitória – 3 jogos, 3 vitórias do Desterro
 
Rio Branco X Vitória – 2 jogos, 2 vitórias do Vitória
 
Goianos X Vitória – 2 jogos, 1 vitória do Vitória
 

 

Grupo I: SPAC (3o), BH Rugby (6o), Recife (9o) e Ipatinga (N/D)

SPAC e BH Rugby são as grandes forças do grupo I, e tem tudo para se garantirem na disputa de Taça Ouro. No entanto, as experientes jogadoras do Recife podem dificultar a trajetória das adversárias nessa fase. O SPAC teve um ano atípico, com a conquista apenas do Lions, sendo superada pelo Desterro em duas competições e pelo Bandeirantes no estadual. O clube vem passando por uma transição, revelando novas jogadoras, mas ainda segue com alguns de seus principais nomes no elenco e deve lutar pelo título.

O BH por sua vez fez um bom Super Sevens, e já joga de igual para igual com os clubes mais tradicionais do feminino. Resta saber se vai fazer uma campanha histórica, vencendo o SPAC na primeira fase, um feito que já não pode ser considerado impensável. O Ipatinga, convidado de Minas, não deve conquistar vitórias em sua primeira participação, mas sem dúvida será uma jjornada de grande aprendizado para o clube.

 
Histórico recente de jogos
 
SPAC X BH – 5 jogos, 5 vitórias do SPAC