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Foto: Denys Flores

O campeonato Paulista dá a largada nesse mês, no dia 28, com quatro jogos. Conforme informamos anteriormente, o formato será ligeiramente diferente do ano passado, disputado em turno único e eliminando as semifinais e disputa pelo quinto lugar, mas mantendo o rebaixamento direto para o último colocado e com disputa entre o penúltimo e campeão da Série B.

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Isso tudo coloca ainda mais pressão nos clubes, que podem não ter uma segunda chance em caso de tropeço e a briga pelo título será intensa desde a primeira rodada. Em véspera de Jogos Olímpicos e com a intensificação na preparação do Seven e XV, São José, Pasteur e SPAC devem sofrer os maiores desfalques ao longo da competição e o plantel mais do que nunca será decisivo. As mudanças fora de campo também são o destaque, com cinco novos treinadores iniciando os trabalhos ou retornando às suas funções.

Compartilhamos com os leitores do Portal do Rugby, o que esperar de cada um dos clubes, e entrevistas com membros do clube.

Abrimos a prévia com Jacareí, Poli, Tornados e Rio Branco. Na próxima semana, finalizaremos com os quatro finalistas do ano passado, então fique ligado e deixe a sua opinião nos comentários!

 

Veja a tabela completa de jogos e se programe para apoiar o seu clube! 

 

Band Saracens e Jacareí querem surpreender

Foto: Adriano Matos

O Band Saracens não veio de uma campanha memorável em 2014. Depois de um início fulminante no Paulista, a equipe caiu de rendimento na reta final terminando na quarta colocação e seguiu irregular no Super 10, ficando longe da classificação. Para voltar aos eixos e levar a franquia inglesa ao topo, conta com reforços neozelandeses. Jake Mangin, treinador do clube na época do último título nacional do Band volta ao clube que lhe abriu as portas no país, depois de uma experiência no Corinthians. Jake afirma que seu objetivo é “desenvolver o talento que nosso grupo já tem. desafiando os jogadores mais experientes e apoiando os jovens que estão entrando no clube.”

Historicamente, o Band propõe um jogo muito físico e seu maior reforço vem para comprovar sua história. Para que o plano de Jake dê certo, ele conta com o compatriota Josh Reeves, que estreou no Rugby brasileiro no ano passado, também no Corinthians. O jogador que também treina o time feminino do Band, foi um dos destaques da segunda divisão, com chutes precisos e comando total da equipe, atuando como abertura. Tem muita experiência no pré-jogo, e deve levar essa cultura para o clube. Fará uma dupla e tanto com o half Laurent, sempre perigoso e se entrosar com JP no centro e Japinha no fundo, vai deixar a linha bandeirantina ainda mais temida.

 O Jacareí estreou ano passado na elite estadual, e mostrou as deficiências que a juventude pode trazer. Um ímpeto em resolver o jogo rapidamente frequentemente levavam o time a liderar seus jogos na primeira etapa, só para levar a virada no segundo tempo. A indisciplina e nervosismo também foram evidentes nos rostos de seus jogadores em boa parte da competição.

Ainda assim, o time cresceu na hora certa, venceu seus dois jogos na fase final e terminou em 5o. No segundo semestre, o auge da história do Jacareí, que venceu a Taça Tupi em uma trajetória disputada ponto a ponto com a Poli na fase de classificação e garantiu sua vaga primeira divisão nacional em 2015. Tudo isso dá muita moral para os Jacarés nesse ano, mais maduros e com novo técnico, pronto para lapidar ainda mais seus jovens talentos.

Paulo Gonçalves, que comandou o São José em 2014, comanda agora o time da cidade vizinha e encara sua nova fase como um desafio. “O Jacareí é um time com um grande potencial e o Paulista vai servir para acertar as coisas para o Brasileiro. Os garotos ainda não tem a experiência dos outros clubes para tantos jogos competitivos e seguidos mas acredito que tem a vontade de se manter na nata do rugby nacional. Estamos cientes da importância que o Paulista terá na nossa preparação já que para continuarmos no Super 8 da próxima época, algum dos clubes mais consagrados terá que sair. Considero que mais importante do que a classificação no Paulista, será a consolidação de rotinas e modelo de jogo. Com uma equipe motivada, poderemos surpreender alguns que estejam mais distraídos.”

Alguns jogadores estão em temporada na Argentina, e a base vem subindo para manter o Jacareí em sua ascendente no cenário nacional. Matheus Cruz, jogador do ano no M19 faz sua estreia no adulto e é a grande aposta para a linha, um dos candidatos a revelação do campeonato.

 

Rio Branco quer retomar o caminho da vitória

O ano de 2014 foi trágico para o Rio Branco. Depois de uma campanha apenas regular no Paulista (6o colocado) o tradicional clube acabou rebaixado no Super 10 com uma campanha muito ruim e repetindo os erros do passado. Com a pequena, mas significativa mudança no formato, tem que redobrar a atenção para não cair esse ano. Ainda assim, a equipe tem bons jogadores em diversas posições, mas precisa estar com físico em dia e sair do esquema de jogo previsível, que tem sido facilmente anulado pelos adversários nos últimos anos. Vai precisar de muito comprometimento dentro e fora do clube, algo que não tem acontecido ao longo do ano.

O capitão André Vinícius, é otimista quanto ao momento do clube. “Acabamos de adquirir uma nova sede própria onde já temos um treinador inglês full time, e potencial para novos jogadores com possibilidade de alojamento junto ao clube. Esse ano já temos uns cinco atletas subindo do junior para o adulto, o que não acontecia há algum tempo no Rio Branco e graças ao trabalho que tem sido feito na diretoria para ênfase na base, vamos começar a colher os frutos logo, logo. Com tudo isso, nosso foco esse ano não é não cair no Paulista, mas sim voltar de maneira gloriosa a 1ª divisão do Brasileiro.

 

Poli e Tornados revivem rivalidade na elite estadual

Sétima colocada em 2014, a Poli viveu altos e baixos ao longo da competição, alternando bons desempenhos sobretudo de seus forwards, muito fortes, com os outras demonstrações muito irregulares. Tem raça e grupo para fazer uma campanha melhor do que ano passado, sem dúvida, tendo batido o Rio Branco, Jacareí (na Taça Tupi) e o histórico equilíbrio com o Tornados, que debuta. Esse aliás deve ser uma atração à parte na competição, independente se estejam na ponta de cima ou de baixo da tabela. O clube é mais um a contar com novo comando. É Maurício Carli, que deverá continuar o trabalho de Diego Padilla, que se desligou recentemente. Além do destaque nos forwards, cometer um penal contra os politécnicos pode ser fatal. Marcelo Orefice fez uma grande temporada, sendo um dos poucos jogadores do país a anotar mais de 100 pontos ao longo do ano, boa parte dele em penais certeiros.

Pedro Mantovani, capitão e um dos destaques da equipe, acha que o novo formato será favorável para o clube, mas o plantel preocupa. “Planejamos nossas atividades com resultados de médio e longo prazo e podemos evoluir ao longo do semestre. A formação de jogadores da Poli é um ponto crítico, uma vez que nossas peças de reposição normalmente são poucas, pois ainda não temos uma categoria de base bem definida e dependemos dos ingressantes do vestibular na USP. Estamos nos organizando para ampliar a base de atletas juvenis e infantis, buscando parcerias com escolas na região da USP ainda este ano.”

 

Tornados estreia, mas tem experiência de veterano

Um dos clubes mais antigos do interior paulista, o Tornados Indaiatuba finalmente estreia na primeira divisão paulista, mesmo sem ter vencido a segunda divisão. A ascensão do clube se deu pela desistência do Lechuza que preferiu ficar na segunda divisão. Mas isso não tira o mérito da equipe, que já tem até título da Taça Tupi em seu currículo. Seu conjunto de forwards deve dar aindamais trabalho com os reforços para a temporada, e a linha, comandada por Alcino Amato, um dos maiores pontuadores do ano passado, não fica atrás.

Para encarar o grande desafio do ano, a equipe buscou reforços em outros clubes do interior e com passagens por clubes de primeira divisão. Integram o elenco Marcelo Danesin, um dos remanescentes do Raça Ribeirão, com passagens pela seleção, Alejandro Jhonston (Templários São Bernardo), Alan Wagner Gabriel (Piratas Americana), Euclides Cestari (Cavalos Fernandópolis), Danilo Catini (ESALQ e Rio Branco) e Flávio Henrique (Jaguares Jaguariúna)

Os irmãos Marcelo e Rubens Amato (ainda tem o terceiro membro da família, Alcino) um dos fundadores do clube, comentam o momento do clube. “A oportunidade de participar da 1a divisão deixa a todos os integrantes muito entusiasmados e ansiosos ao mesmo tempo. Para estrear jogando bem e de forma competitiva sabíamos que o primeiro passo seria nos estruturar dentro e fora de campo. A busca por patrocínios foi a primeira meta, na sequência decidimos expandir nosso plantel, não só em número e qualidade, mas também em diversidade. Temos seis atletas oriundos de outras cidades e desenvolvemos um projeto que visa recebê-los de forma adequada, com boas condições de pousada e transporte nos dias não só de jogos, mas treinos também. O intuito principal é alcançarmos um padrão de jogo competitivo. Jogo a jogo buscar aumentar a qualidade e experiência de nossos jogadores, formar um grupo coeso, que jogue com entrosamento e garra, para então buscar com todas as forças as vitórias.”