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O Super Rugby chegou à quinta rodada nesse fim de semana, tendo já quase 30% do campeonato completo. Na rodada dos donos da casa, nenhum visitante venceu nesta semana, e os dois últimos invictos caíram. O Sharks foi derrotado jogando em Pretória, contra o Bulls enquanto o Chiefs foi surpreendido em Perth por um Force muito dedicado. Os australianos do Waratahs e Brumbies continuam imparáveis batendo, dessa vez, Rebels e Stormers. Enquanto o Highlanders consolidou a boa fase ao bater um desesperado Hurricanes em dérbi neozelandês. Em uma situação atípica no rugby, dois jogos tiveram arbitragens polêmicas: em Auckland, casa do Blues, o Cheetahs pôs a derrota na conta do juiz, enquanto em Joanesburgo o Reds atribui a quarta vitória do Lions ao número excessivo de penais. Na tabela de classificação nenhuma equipe conseguiu disparar, com apenas 5 pontos separando o primeiro colocado, Sharks (19 pontos), do sétimo, Force (14 pontos).
Force encerra fase invicta do Chiefs
O Chiefs, líder invicto do campeonato, foi surpreendido em Perth pelo Force e acabou derrotado por 18 a 15. O Force fez sua melhor partida no ano, jogando um rugby agressivo, que proporcionou aos espectadores alguns dos contatos mais fortes da competição, enquanto os bicampeões, que não jogaram bem, acabaram surpreendidos, em um jogo considerado fácil.
O Force começou dominando a partida e, logo aos 12’, foi recompensado com um try do asa Matt Hogson, em um maul que entrou no in-goal, sem conversão. O jogo seria muito truncado, com ambos os times defendendo agressivamente e destruindo todas as jogadas dos adversários, fazendo as equipes se contentarem apenas com penais. O abertura sul-africano do Force, Sias Ebersohn, converteria aos 25’, enquanto o também abertura Aaron Cruden chutaria aos 18’, 30’ e aos 39’. Fim do primeiro tempo, 9 a 8 para o Chiefs.
O segundo tempo começaria com mais um penal convertido do Chiefs, aos 3’, dessa vez pelo fullback Gareth Anscombe. Os neozelandeses teriam pouco tempo para aproveitar a vantagem e, logo aos 5’, Hodgson atropelaria a defesa entrando no in-goal, dessa vez com conversão. O Force continuaria melhor e, aos 17’, ampliaria a vantagem em outro penal de Ebersohn . O Chiefs seguiu parando sempre em uma defesa muito forte do time de Perth, tendo apenas mais um penal, convertido por Cruden, aos 22’. Fim de jogo, 18 a 15 para os donos da casa.
O Force é uma das equipes menos badaladas da competição, mas joga um rugby eficiente, focado no conjunto e na disciplina tática. O time, com esse resultado, soma três vitórias seguidas e começa a sonhar com a possibilidade de uma vaga na próxima fase da competição. Na próxima semana a equipe descansa.
O Chiefs não jogou bem. A equipe deixou muito a desejar e acabou derrotada sem fazer um único try. O desempenho fraco pode ser consequência da longa viajem até Perth, primeiro jogo do tour na Austrália e África do Sul que fazem os neozelandeses. Ou pode ser a primeira mostra de que a equipe não é tão forte quanto todos pensavam. Na próxima semana o time enfrenta o Bulls, em Pretória, e precisa de uma vitória para mostrar que não perdeu o gás.
Waratahs atropela Rebels
O Tahs conquistou mais uma grande vitória e se consolida com uma das principais forças do Super Rugby nesta temporada. A vítima da vez foi o Rebels, derrotado pelo placar de 32 a 8, em embate das duas maiores cidades da Austrália, Sydney e Melbourne. O time de Sydney dominou completamente o jogo não dando chances aos rivais. O grande destaque da partida foi, novamente, o fullback Israel Folau, que marcou dois tries e agora soma 8 tries em quatro jogos e se consolida, cada vez mais, como um dos grandes nomes do rugby mundial.
O Waratahs viaja agora para a África do Sul para enfrentar o Sharks, no que deve ser um dos jogos mais interessantes da temporada. Uma batalha entre dois estilos muito diferentes: de um lado, a força física do scrum sul-africano, e do outro jogo rápido de troca de passes dos australianos.
O Rebels soma mais uma derrota no campeonato e parece perder fôlego. O time agora recebe a equipe do Brumbies, que vem jogando muito bem. Uma vitória do time de Melbourne seria uma surpresa, já que os atuais vice campeões encontraram o bom rugby.
Sharks sofre primeira derrota
O Sharks foi até Pretória enfrentar o Bulls, no clássico sul-africano da vez, tentando manter a invencibilidade na competição. No final o Bulls mostrou que evoluiu muito em relação à equipe que estreiou perdendo para o Sharks em Durban, por 27 a 9. Desta vez, o time azul conquistou uma vitória suada por 23 a 19.
O Sharks teve sua dose de falta de sorte nessa partida. O time perdeu aos 9’ o abertura Patrick Lambie e aos 15’ o scrum-half Cobus Reinach, deixando a equipe desorganizada. Mesmo assim, os visitantes conseguiram abrir o placar, aos 9’, com o asa Willem Albers, que aproveitou um contra ataque da sua equipe para fazer o try, convertido. O primeiro tempo foi muito brigado, com ambas as equipes apostando muito, como não podia deixar de ser, no jogo de base e de contato. Nenhum time conseguiu entrar no in-goal adversário com a pontuação sendo alterada apenas nos chutes. O Bulls pontuou com o abertura Jacques Louis Potgieter batendo um penal aos 14’ e um drop goal aos 22’. O Sharks responderia em dois penais, batidos de muito longe, pelo centro Francois Steyn, aos 36’ e 40’.
O segundo tempo começou muito truncado e a situação só se alteraria aos 7’, quando o asa Jacques du Plessis recebeu quase no meio campo, quebrou vários tackles e entrou livre no in-goal, try com conversão. O tento renovaria o ânimo do Bulls que iria ao ataque, entrando novamente no in-goal adversário aos 13’, quando o ponta JJ Engelbretch recebeu um belo passe longo de Potgieter para fazer o try, convertido. O Sharks tentaria equilibrar a partida, mas pararia sempre na forte defesa do Bulls, tendo de se contentar apenas com dois penais, batidos por Steyn, aos 27’ e aos 30’. O abertura reserva dos donos da casa Handre Pollard fecharia o placar, aos 38’, cobrando outro penal. Fim de jogo, 23 a 19 para o Bulls.
O Bulls perdeu suas grandes estrelas para a Europa na janela de transferências deixando muitas dúvidas se seria capaz de substituir a altura. A resposta, aos poucos, está sendo dada em campo. O time enfrenta o Chiefs, em Pretória, na próxima rodada e busca uma vitória para se consolidar na briga por uma vaga nas finais.
O Sharks sofreu sua primeira derrota, porem perder para o Bulls em Pretória é absolutamente natural. O grande problema é que a equipe pode perder sua dupla scrum half\abertura para o próximo jogo, contra o Waratahs em Durban, uma equipe muito rápida que se aproveitará de qualquer vacilo dos sul-africanos.
Brumbies se mantem no topo da conferencia australiana
O Brumbies recebeu o Stormers, buscando conquistar a segunda vitória consecutiva em casa e se manter no topo da conferência australiana. No final, o time de Canberra cumpriu a missão, venceu por 25 a 15, mas teve de lutar muito pelo resultado. O Stormers começou melhor, abrindo o placar aos 6’, em um penal do abertura Peter Grant. O Brumbies não demoraria a responder e, aos 8’, o ponta Robbie Colleman entraria no in-goal, depois de um bela jogada da linha. Try convertido.
O time do Cabo continuaria melhor, apesar de estar atrás no placar, sendo recompensado, aos 22’, com um try, do oitavo Duane Vermeulen que atropelou a defesa para entrar no in-goal, com conversão. O Brumbies melhoraria e viraria a partida em dois penais, aos 32’ e 39’, batidos pelo scrum-half Nic White. Fim do primeiro tempo, 13 a 10 para os donos da casa.
O segundo tempo começou muito equilibrado e o placar só mudaria aos 22’, quando Coleman se aproveitou de uma bobeira da defesa para fazer o try, sem conversão. O Stormers não se abalaria com a diferença no placar e iria ao ataque, fazendo o try, aos 35’, com o ponta reserva Juan de Jongh, que quebrou vários tackles para entrar no in-goal, sem conversão. O Brumbies teria de segurara a pressão por 5 minutos e consolidou a vitória aos 39’, quando um scrum nas cinco de ataque desmontou e o juiz concedeu um penal try, convertido. Fim de jogo, 25 a 15.
O Brumbies joga o rugby que o levou a final ano passado, apesar da perda do técnico Jake White. Um jogo eficiente, apostando no conjunto e na velocidade da sua linha. O próximo desafio é contra o Rebels, em Melbourne, em uma partida que, apesar de ser fora de casa, deve ser tranquila.
O Stormers joga bem, mas ainda não venceu no tour pela Oceania. A equipe ficou perto da vitória outras vezes, mas ela parece escapar sempre nos últimos minutos. O time agora viaja para Brisbane enfrentar o Reds, que vem de derrota e quer fazer bonito para sua torcida.
Blues vence Cheetahs em jogo polêmico
O Blues recebeu o Cheetahs em Auckland buscando se recuperar depois de tour péssimo pela África do Sul. Os neozelandeses saíram vitoriosos por 40 a 30, empurrando o Cheetahs para a lanterna da competição com apenas uma vitória em seis jogos e nenhum resultado positivo fora da África do Sul.
A partida, porém, ficou em segundo plano, com o destaque indo para a atuação do árbitro argentino Francisco Pastrana. Em um momento raro no rugby mundial, que coincidentemente aconteceu também no jogo entre Lions e Reds, o técnico do Cheetahs, Naka Drotske elegeu a arbitragem como grande responsável pela derrota e exigiu que a SANZAR (entidade que organiza o Super Rugby) punisse o árbitro. Os dois momentos polêmicos aconteceram na segunda metade do primeiro tempo. Aos 25’, quando juiz optou por dar um cartão amarelo para o asa Boom Prinslo e, aos 30’, quando decidiu validar um try do Blues, apesar do TMO ter dito que havia uma infração. A situação ocorre na mesma semana que o chefe de arbitragem da SANZAR, Lyndon Bray, declarou que os árbitros seriam responsáveis pelas suas decisões tendo de responder em caso de erros evidentes.
O Blues agora recebe o Highlanders, buscando uma segunda vitória em casa para consolidar a boa fase e vingar a derrota sofrida em Dunedin há algumas semanas. A equipe ainda não fez grandes atuações esse ano e contou mais com o fator casa do que a qualidade do seu jogo.
O Cheetahs segue sem vitórias fora de casa, com ou sem ajuda da arbitragem, e amarga a ultima posição da tabela, ficando perto de ter de jogar a promoção contra o Kings no final do torneio para decidir se continua no Super Rugby no ano que vem. A equipe agora volta para África do Sul e tem uma semana de descanso para reorganizar a casa e tentar diminuir os erros.
Lions conquista vitória polêmica
O Lions se consolidou como a grande supresa do campeonato ao derrotar o Reds, jogando em Joanesburgo, por 23 a 20, depois de acabar o primeiro tempo perdendo por 20 a 3. O time agora soma quatro vitórias em seis jogos, sendo que o melhor resultado do time no século XXI foram 7 vitórias em 2000 e 2001. O jogo épico, porém, foi ofuscado pela atuação do árbitro, Stuart Berry, que teria aplicado um número excessivo de penais no Reds e ainda mostrou dois amarelos na equipe de Queensland.
O técnico australiano Richard Graham, após a partida, declarou que nunca viu jogo com um desequilíbrio tão grande entre o número de penais aplicados em cada equipe (foram 4 do Lions contra 19 do Reds) e que procuraria a SANZAR para explicações. Além dos penais, Graham também afirmou que o Lions teria se beneficiado de uma bola torta não marcada nos minutos finais do jogo.
O Lions ocupa atualmente a quarta posição do campeonato, resultado histórico da equipe, que jogou as finais pela ultima vez em 2001. O time deve sua boa fase a atuações brilhantes do seu abertura Martin Boshoff. Jovem que faz sua estreia neste ano no Super Rugby e começa a ser cotado como revelação do campeonato, além de um possível rival para Patrick Lambie na disputa pela camisa 10 dos Springboks, depois da aposentadoria de Morné Steyn.
O Reds acaba sua gira de dois jogos pela África do Sul sem vitórias. A equipe, apesar das reclamações contra a arbitragem, comete decerto um número excessivo de penais. O time perdeu alguns jogadores importantes nos últimos dois jogos mais tem foça de sobra no seu banco para substitui-los. O escrete de Queensland volta para casa na próxima semana onde enfrenta o Stotmers na frente de sua torcida.
Highlanders conquista grande vitória
O time da Ilha do Sul conquistou sua segunda vitória, ao bater o Hurricanes por 35 a 33, em Dunedin, em dérbi neozelandês. Os donos da casa, apesar do placar, dominaram quase completamente o jogo, superando o time de Wellington em todos os quesitos. O marcador apertado vem de um momento de desatenção do time, que quase custou a vitória. Até aos 34’ a equipe vencia por 35 a 19, quando dois tries relâmpagos do abertura Beauden Barrett quase viraram o placar.
O Highlanders agora viaja até Auckland enfrentar o Blues, que perdeu quando jogou em Otago. O time não prima pela qualidade técnica, mas compensa pela vontade e disciplina tática. Uma vitória na próxima rodada pode ser o prenúncio de um ano histórico para o humilde Highlanders.
O Hurricanes não consegue jogar bem. A equipe, no papel, tem qualidade, mas não mostra isso em campo. O time da capital acumula quatro derrotas em 5 jogos e enfrenta o Crusaders em Christchurch na próxima rodada, precisando melhorar muito se quiser sair com um resultado positivo.
Escrito por: Diego Gutierrez
Super Rugby – Liga da África do Sul, Austrália e Nova Zelândia
Highlanders 35 x 31 Hurricanes, em Dunedin
Waratahs 32 x 8 Rebels, em Sydney
Blues 40 x 30 Cheetahs, em Auckland
Brumbies 25 x 15 Stormers, em Canberra
Force 18 x 15 Chiefs, em Perth
Lions 23 x 20 Reds, em Joanesburgo
Bulls 23 x 19 Sharks, em Pretória
Vodacom Cup
Griffons 5 x 69 Pumas, em Welkom
Free State XV 22 x 23 Sharks XV, em Bloemfontein
Griquas 68 x 13 Limpopo, em Kimberley
Border Bulldogs 18 x 17 Tusker Simba, em East London
Falcons 29 x 40 Leopards, em Kempton Park
Western Province 56 x 22 Eastern Province, na Cidade do Cabo
SWD Eagles 46 x 17 Boland Cavaliers, em George
Blue Bulls 22 x 20 Golden Lions, em Pretória
