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blues crusaders 2014

O Super Rugby teve sua segunda rodada nesse fim de semana e não faltou emoção para os tocedores em pleno Carnaval. Chiefs e Waratahs conquistaram novas vitórias e são as equipes mais eficientes até agora. O Bulls finalmente venceu e deu mostras de que pode melhorar ainda mais, ao derrotar a surpresa do campeonato, o Lions. O Reds foi atropelado em Sydney pelo Waratahs no clássico australiano, enquanto o Brumbies se recuperou batendo o Force em Perth. O Rebels surpreendeu o Cheetahs em Melbourne, enquanto o Hurricanes jogou bem seus dois jogos, mas acumula duas derrotas, ao perder do Stormers fora de casa. A decepção foi mais uma vez o Crusaders derrotado pelo Blues no clássico neozelandês, seguindo sem pontuar.

Já o rugby argentino comemorou a vitória do Pampas XV na estreia da Copa do Pacífico, superando em Canberra o time reserva do Brumbies por 32 x 23, com direito a 4 tries (2 do abertura Patricio Fernández, 1 do segunda linha Matías Alemanno e 1 penal try).

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Waratahs conquista vitória histórica para Nova Gales do Sul

O Waratahs acabou com uma série de cinco derrotas para o arquirrival Reds conquistando uma vitória histórica sobre a equipe de Queensland, jogando em Sydney, no duelo dos dois maiores estados do rugby australiano. Os ‘Tahs, como são chamados pela torcida, venceram por 32 a 5, a maior vitória da equipe sobre os rivais, 30 a 6. O time da casa dominou completamente os rivais em todos os setores, mostrando um grande entrosamento entre os forwards e os backs. O fullback Israel Folau mais uma vez roubou a cena, marcando dois tries, dos quatro da equipe. A linha do Waratahs em geral tem se destacado pela sua agressividade e velocidade e já figura entre as melhores do mundo. O ponta Kurtley Beale também deixou o seu mostrando uma rápida evolução e voltando aos poucos a sua antiga forma.  O Waratahs descansa na próxima rodada para depois viajar até Canberra enfrentar o Brumbies em outro clássico regional.

O Reds continua sofrendo com o mesmo problema da temporada, a inconstância. A equipe alterna momentos brilhantes com jogos péssimos. Nessa partida específica o problema foi nos forwards, com a equipe sendo completamente dominada nesse setor, permitindo à linha adversária receber a bola com qualidade – o que no caso do Waratahs é fatal. O Reds recebe o Cheetahs na próxima rodada e a torcida fica em dúvida de que time entrará em campo, o que destruiu o Brumbies ou o que foi dominado pelo Waratahs.

 

Bulls conquista primeira vitória

O time de Pretória esperou duas rodadas, mas finalmente conseguiu fazer uma apresentação digna da sua história ao bater o rival local Lions por 25 a 17, jogando no Loftus Versfeld, em Pretória. Esse foi o primeiro jogo que o Bulls conseguiu impor seu estilo de jogo, apostando nos chutes táticos e na força do seu pack de forwards, além de uma atuação inspirada do seu abertura Jacques-Louis Potgieter, que converteu quase todos os chutes.

A partida começou com o Bulls no controle e Potgieter convertendo penais aos 8’ e aos 12’. O Lions responderia com um try aos 13’ do centro Stefan Watermeyer, que recuperou um chute para correr para o in-goal, que o abertura Martin Boshoff converteria. O try desanimou a torcida no estádio, que já começava a contabilizar a terceira derrota da equipe no ano. Mas o Bulls não se rendeu no clássico do antigo Transvaal. A resposta viria aos 23’, com o centro Jan Serfontein, depois de uma boa troca de passes da linha. O Lions responderia com Boshoff cobrando penal, aos 34’, mas o resto do primeiro tempo seria do Bulls, que ampliaria a vantagem aos 35’, em um drop goal de Potgieter, que também acertaria um penal aos 39’. Fim da primeira etapa, 19 a 10 para o Bulls.

O segundo tempo seria menos emocionante, com o Bulls controlando a partida, mas sem se arriscar muito no ataque. A equipe de azul definiria o resultado com Potgieter cobrando penal aos 34’. O Lions ainda teria tempo de diminuir, com o reserva Willie Wepener, Boshoff converteria. Mas, nada disso alteraria o resultado, fim de jogo, 25 a 17 para o Bulls.

O Bulls possui uma equipe talentosa, porém inexperiente, e nada melhor para levantar o moral do que uma boa vitória em casa. O time conseguiu pela primeira vez no ano jogar como o Bulls, apostando na força física e nos chutes. A equipe recebe os neozelandeses do Blues na próxima semana e caso consiga repetir a boa atuação pode sair com um excelente resultado e a confiança restaurada.

O Lions, mesmo com a derrota, ainda é a grande surpresa do campeonato. A equipe não pode se deixar abater pelo resultado, pois vencer em Pretória é difícil para qualquer equipe, e deve continuar jogando como nos outros jogos. A equipe agora viaja para Durban, enfrentar o Sharks, possivelmente a melhor equipe sul-africana, com a consciência de que precisa voltar a jogar bem e fortalecer seus forwards.      

 

Crusaders confirma má fase, cai diante dos Blues e perde McCaw

A equipe do Crusaders viajou até Auckland para enfrentar o Blues, no clássico nacional da Nova Zelândia, com o objetivo de apagar a péssima impressão deixada pela derrota em casa na estreia. Contudo, o gigante da Ilha do Sul apenas confirmou o temor dos torcedores ao ser derrotado por 35 a 24, mais uma vez concedendo um ponto-bônus ofensivo.

A partida começou com o Crusaders jogando um rugby acima da média, lembrando a equipe dos últimos anos. O time visitante abriu o placar aos 14’ em uma excelente jogada do hooker Corey Flynn, que deu um dummie e enganou a defesa para entrar no in-goal, o abertura Tom Taylor converteria. O Blues responderia com o abertura Simon Hickey, cobrando penal, aos 18’. Mas, o Crusaders continuaria dominando a partida e Taylor aumentaria a vantagem logo depois, aos 20’,  chutando um penal. Crusaders continuaria no ataque e, aos 33’, o fullback Colin Slade, faria o try depois de uma excelente corrida. Taylor converteria. O Blues, a partir desse ponto, acordaria enquanto o Crusaders sofreria um apagão, passando a assistir os adversários jogarem pelo resto da partida. O ponta Frank Halai, aos 34’, receberia o bola e quebraria diversos tackles para fazer o try embaixo dos paus, Hickey converteria. Aos 37’ seria a vez do ponta Tevita Li correr para fazer o try, passando por cima do asa Richie McCaw, que não costuma errar. Hickey, contudo, não converteria. Fim do primeiro tempo, 17 a 15 para o Crusaders.

O segundo tempo começou com um vacilo do Crusaders, logo a 1’, perdendo a bola de forma infantil. O segundo centro George Moala recuperou a posse para os Aucklanders e fez o try, convertido por Hickey. O Blues aumentaria a vantagem aos 6’, com o centro Jackson Wilison, que agarrou chute e pegou a defesa desprevenida. A partida esfriaria a partir desse ponto, com ambas as equipes mais preocupadas em defender do que atacar. O Crusaders diminuiria a diferenças aos 31’, com o centro Ryan Crotty, que fez o try depois de uma boa troca de passes da linha, mas não seria suficiente. O Blues ainda ampliaria aos 37’ com Hickey cobrando penal. Fim de jogo, 35 a 24.

O Blues se recupera da derrota para o Highlanders em grande estilo, a equipe continua sendo inconstante, mas pelo menos dessa vez conseguiu jogar bem a maior parte do jogo. O time agora viaja a Pretória para enfrentar o Bulls, que é sempre muito forte em casa.

O Crusaders começa o ano de forma desastrosa. A equipe perdeu seus dois jogos e ainda cedeu dois pontos-bônus ofensivos. O time está desorganizada em campo, alem de ser inconstante e defender de forma passiva. Ele não consegue suprir a ausência de Dan Carter e ainda perdeu seu outro grande astro, McCaw, que quebrou o dedão na partida e deve desfalcar o time por dois meses. A equipe recebe o Stormers na próxima rodada desesperada por um resultado positivo.

 

Chiefs tem dificuldades em Hamilton

O Chiefs recebeu o Highlanders, em Hamilton, e, apesar de ter ganho cinco dos últimos seis confrontos, o atual campeão sofreu em partida muito equilibrada. Os donos da casa, no final, conseguiram se impor e venceram por 21 a 19.

O Highlanders abriu o placar, logo aos 3’, em um penal cobrado pelo abertura Lima Sopoaga. O Chiefs responderia, aos 10’, em bela jogada, que começou em um lateral bem cobrado e terminou com o ponta Tin Nanai Willians, pondo a bola no chão do outro lado do campo. O abertura Aaron Cruden converteria. Os donos da casa sofreriam um apagão e assistiriam o Highlanders jogar o resto do segundo tempo. Primeiro veio um penal, convertido por Sopoaga, aos 20’.  Depois, aos 32’, e depois o primeiro try do time de Dunedin, com asa John Hardie pondo a bola no chão depois que um maul entrou no in-goal. Sapoaga encerraria o primeiro tempo convertendo mais um penal, aos 40’. Intervalo, 16 a7.

O Chiefs voltou para o segundo tempo disposto a não sofrer uma derrota histórica. A equipe chegaria ao try aos 7’, com o oitavo Liam Messam, que não pode ser contido por seus marcadores. O Highlanders aumentaria a diferença, aos 18’,  com Sopoaga cobrando penal. O Chiefs dominaria a partida e, aos 27’, depois de uma excelente troca de passes entre a linha, o centro Charles Ngatai cravou o try e Cruden o converteu. O equilíbrio voltou a ser a tônica a partir desse momento, mas o Highlanders não teria gás para virar o jogo mais uma vez. Fim de jogo, 21 a 19 para os atuais campeões.

O Chiefs conquistou sua segunda vitória no campeonato, mas não conseguiu um ponto-bônus ofensivo. A temporada ainda está no início e a equipe segue evoluindo, mas um time desse nível não pode se dar ao luxo de ter um apagão como no primeiro tempo. Eles agora descansam uma rodada.

O Highlanders começa a temporada em alta. A equipe soma 6 pontos em dois jogos, alem de fazer excelentes apresentações, apesar de ter perdido peças importantes em relação ao time do ano passado. Mesmo ainda sendo candidato aos últimos lugares, a equipe pode dar muito trabalho para os adversários. O time descansa na próxima rodada.

 

Stormers vence a primeira

O Stormers recebeu na Cidade do Cabo os neozelandeses do Hurricanes. Ambas as equipes perderam seus jogos de estreia e estavam desesperadas por uma vitória. Os sul-africanos foram derrotados pelo Lions, equipe considerada mais fraca, enquanto o time da Oceania fora batido pelo Sharks. A partida, como era de se esperar, considerando o nível técnico parecido das equipes, foi extramente equilibrada, mas no final o Stormers fez valer o fator casa e saiu vitorioso por 19 a 18. Um dos destaques foi o pilar do Hurricanes Ben Franks, que completou 100 jogos no Super Rugby.

O jogo começou muito equilibrado, mas com o Stormers mais no campo de ataque, superioridade que se converteu em dois penais, aos 7’ e aos 20’, chutados pelo abertura sul-africano Demetri Catrakillis. A partida se manteria equilibrada até os 33’, quando o ponta do Hurricanes Cory Jane chutou a bola e o também ponta Julian Savea correu mais que todos os adversários para recuperá-la e fazer o try. O abertura Beaudden Barrett converteria. O try desestabilizaria a equipe do Stormers e, aos 37’, foi a vez de Jane fazer o seu, depois de um vacilo defensivo dos sul-africanos que deixaram a ponta sem marcação, Barrett não converteria. Fim do primeiro tempo, 12 a 6 para o time de Wellington.

O segundo tempo começou também muito equilibrado, ambas as equipes avançavam, mas não conseguiam transformar as oportunidades em try, e o que se viu foi uma batalha de chutes. Catrakillis acertou aos 9’ e aos 24’, enquanto Barrett converteu aos 14’ e aos 28’. A vitória do Hurricanes parecia consolidada até que, aos 37’, o Stormers conseguiu um lateral dentro das 22 de ataque e organizou um maul, entrando na meta com o asa Deon Fourie, para Catrakillis converter, dando a vitória para os donos da casa. Fim de jogo, 19 a 18.

O Stormers conquistou sua primeira vitória e agora viaja com confiança para a Nova Zelândia, onde iniciará seu tour contra o combalido Crusaders. O Hurricanes acumula sua segunda derrota na África do Sul. O time tem muita qualidade, mas precisa vencer fora de casa se quiser sonhar com as finais. A equipe da capital neozelandesa agora recebe os australianos do Brumbies, em Wellington, em uma partida muito difícil.

 

Rebels começa ano com grande vitória

O Super Rugby é considerado uma das competições mais equilibradas e imprevisíveis do mundo. A torcida que compareceu ao AAMI Park em Melbourne teve uma amostra disso. O Rebels estreava na competição atravessando uma grave crise econômica, tendo perdido seus maiores astros para enfrentar os sul-africanos do Cheetahs, que fizeram uma grande temporada ano passado e vinham de uma excelente vitória contra o Bulls, sem jamais terem perdido para o Rebels. No final, ao contrário do prognóstico, o Rebels atropelou os visitantes vencendo por 35 a 14, dominando o jogo por completo.

O grande destaque da partida foi a volta do asa Scott Higginbotham. O jogador do Wallabies e campeão do Super Rugby com o Reds, considerado um dos atletas mais agressivos no contato em todo o mundo do rugby, sofreu uma grave lesão no ombro na temporada passada, desfalcando o Rebels e a seleção por boa parte do ano. Nesta semana, ele mostrou que o tempo parado não alterou em nada a qualidade de seu jogo, e foi o principal organizador da equipe, marcando um try e ainda dando uma assistência.

O Rebels agora viaja para Perth enfrentar o Force, que ainda não venceu na competição, com muita confiança e  boas chances de complicar bastante a vida dos australianos do oeste. O Cheetahs continua na Austrália e enfrenta o Reds na próxima rodada, precisando se recompor dessa derrota e reencontrar o excelente rugby que jogou ano passado. Uma das razões do desempenho pífio é a ausência do scrum-half Pet van Zyl, vendido para o Bulls e considerado um dos destaques da temporada passada e principal organizador da equipe.  

 

Brumbies se recupera

O Brumbies viajou até Perth para enfrentar o Force, tentando esquecer a derrota em Canberra para o Reds. O time se redimiu e atropelou os adversários vencendo por 27 a 14. Apesar do resultado, o que se viu foi o domínio completo do Brumbies, com o Force marcando seus primeiros pontos apenas aos 37’ do segundo tempo. Foram 3 tries para os Brumbies, com Fardy, Mogg, Coleman, deixando escapar o ponto-bônus. Para o Force foram dois tries no apagar das luzes, com Hayward e McCalman.

O Force recebe o Rebels, e procura conquistar os primeiros pontos, frente a um adversário considerado mais frágil. 

Escrito por: Diego Gutierrez

 

super rugby

Super Rugby – Liga da África do Sul, Austrália e Nova Zelândia

Blues 35 x 24 Crusaders, em Auckland

Rebels 35 x 14 Cheetahs, em Melbourne

Stormers 19 x 18 Hurricanes, na Cidade do Cabo

Chiefs 21 x 19 Highlanders, em Hamilton

Waratahs 32 x 5 Reds, em Sydney

Force 14 x 27 Brumbies, em Perth

Bulls 25 x 17 Lions, em Pretória

 

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Copa do Pacífico

Waratahs A 17 x 14 Samoa A, em Sydney

Force A 61 x 6 Junior Japan, em Perth

Reds A 22 x 19 Fiji Warriors, em Brisbane

Brumbies A 23 x 32 Pampas XV, em Canberra