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O Guia Blog do Rugby RWC 2011 enfim entrou nos protagonistas da Copa do Mundo! Hoje, você conhecerá uma das grandes potências mundiais e uma aspirante a zebra histórica. A França é a primeira das candidatas ao título mundial que trazemos para você. E Tonga promete tentar retumbantemente estragar os planos franceses. Chegamos às seleções que podem fazer as finais, a partir de hoje só grandes potências do rugby para o leitor do Blog do Rugby! A Copa do Mundo está chegando, vá se preparando!

Seleção: França

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Apelido: Les Bleus (Os Azuis), Les Tricoleurs (Os Tricolores)

Participações em Mundiais: 6 (todas)

Melhor colocação em Mundiais: Vice-campeão (em 1987 e em 1999)

Campanha na Copa do Mundo de 2007: 4º lugar

Jogos na Copa do Mundo de 2011:

vs Japão, dia 10/9, em Auckland (North Harbour)

vs Canadá, dia 18/9, em Napier

vs Nova Zelândia, dia 24/9, em Auckland (Eden Park)

vs Tonga, dia 1/10, em Wellington

Histórico dos confrontos diretos:

vs Japão: 2 jogos, 2 vitórias da França. Último jogo: França 51 x 29 Japão, em 2003

vs Canadá: 6 jogos, 5 vitórias da França, 1 vitória do Canadá. Último jogo: França 50 x 6 Canadá, em 2005

vs Nova Zelândia: 49 jogos, 36 vitórias da Nova Zelândia, 12 vitórias da França. Último jogo: França 12 x 39 Nova Zelândia, em 2009

vs Tonga: 3 jogos, 2 vitórias da França, 1 vitória de Tonga. Último jogo: França 43 x 8 Tonga, em 2005

 

O grande que nunca soltou o grito de campeão. A França já produziu alguns dos maiores jogadores e dos maiores times da história do rugby mundial. Dona de um estilo de jogo inconfundível, reconhecido pela plasticidade, dinamismo e qualidade, a França jamais conquistou o maior título do rugby mundial. Os Azuis chegaram perto, foram duas vices vice-campeões, sucumbindo diante dos All Blacks, em 1987, e dos Wallabies, em 1999. Produziram também alguns dos maiores jogos da história da Copa do Mundo. Em 1999 e em 2007, os franceses obtiveram monumentais vitórias sobre os All Blacks, incansavelmente relembradas.

As taças vieram em outros gramados. O sucesso do rugby francês na era profissional é inegável. Les Bleus são os maiores campeões do Seis Nações desde quando o torneio deixou de ser Cinco Nações (em 2000). Nos clubes, a França tem o maior campeão da Heinekene Cup, o poderoso Toulouse, gigante do rugby continental. O sucesso precisa agora ser revertido para a Copa do Mundo. Mas o Mundial da Nova Zelândia parece vir em momento errado para os Galos. Após anos muito bons, a seleção francesa vive um momento crítico, iniciado após a conquista do Seis Nações de 2010. Em novembro passado, Les Bleus sofreram uma terrível humilhação em Paris, uma derrota de 59 x 16 para a Austrália. As turbulência haviam começado um pouco antes, em junho, com as derrotas de 42 x 17 para a África do Sul e 41 x 13 para a Argentina, ambas fora de casa, mas a tragédia do Stade de France arrebentou com o moral do time do técnico Marc Lièvremont, acusando graves falhas que talvez não sejam sanadas a tempo do Mundial. No Seis Nações, veio talvez o pior resultado do rugby francês na era profissional: derrota inédita para a Itália, por 22 x 21, em Roma.

Contra muitos prognósticos, Marc Lièvremont foi mantido no cargo, e sua missão é reconstruir o XV de France. Para tal, o técnico não apostou na renovação do elenco com relação àquele que fez uma fraca campanha no Seis Nações de 2011. Dos 33 nomes pré-convocados para a Copa do Mundo, apenas Lakafia jamais vestiu a camisa azul. Muitos veteranos receberam a confiança do treinador, e diversos nomes que estiveram presentes nas tragédias recentes seguem no time. Les Bleus possuem uma poderosa linha, certamente (e tradicionalmente) entre as melhores do planeta. A começar pelos dois scrum-halfs chamados: os magos Dimitri Yachvilli e Morgan Parra, para alguns o melhor do mundo em sua posição. De abertura, o jovem de muito talento Trinh-Duc, um dos responsáveis pela histórica campanha do Montpellier no Top 14. Jovens estrelas aparecem na ponta: Yoann Huget, do Bayonne, e Maxime Médard,jogador-chave do Toulouse. Ao lado deles, veteranos de renome, como Vincent Clerc e Cédric Heymans. Uma combinação promissora. Entre os forwards, aposta em veteranos de peso, como Servat, Marconnet, Nailet, Bonnaire e Harinordoquy, além do grande capitão Dusautoir, que terá muito trabalho pela frente na liderança de um time instável no setor defensivo. Chabal, para a infelicidade dos fãs, não estará no Mundial.

A questão agora é saber se Lièvremont será capaz de reerguer o conjunto francês, cujos valores individuais são inegáveis, mas que ainda não formaram um grupo confiável para levar a França ao lugar que sua história merece.

 

Seleção: Tonga

Apelido: ‘Ikale Tahi (Águias-do-mar)

Participações em Mundiais: 5 (1987, 1995, 1999, 2003 e 2007)

Melhor colocação em Mundiais: 3º lugar na fase de grupos, com 2 vitórias, em 2007

Campanha na Copa do Mundo de 2007: 3º lugar no Grupo A, com 2 vitórias

Jogos na Copa do Mundo de 2011:

vs Nova Zelândia, dia 9/9, em Auckland (Eden Park)

vs Canadá, dia 14/9, em Whangarei

vs Japão, dia 21/9, em Whangarei

vs França, dia 1/10, em Wellington

Histórico dos confrontos diretos:

vs Nova Zelândia: 3 jogos, 3 vitórias da Nova Zelândia. Último jogo: Tonga 7 x 91 Nova Zelândia, em 2003

vs Canadá: 5 jogos, 3 vitórias do Canadá, 2 vitórias de Tonga. Último jogo: Tonga 7 x 24 Canadá, em 2003

vs Japão: 12 jogos, 7 vitórias do Japão, 5 vitórias de Tonga. Último jogo: Tonga 27 x 28 Japão, em 2011

vs França: 3 jogos, 2 vitórias da França, 1 vitória de Tonga. Último jogo: Tonga 8 x 43 França, em 2005

 

Tonga jamais avançou às quartas-de-final da Copa do Mundo, mas conquistou seu melhor resultado em Mundiais justamente em 2007, quando derrotou sua rival região Samoa e alcançou a terceira posição no seu grupo, garantindo-se automaticamente na Copa do Mundo de 2011. Naquele ano, Tonga assombrou o mundo quando passou muito perto de derrotar a África do Sul que viria a se tornar a campeão mundial. Tonga perdeu para os Springboks na Copa do Mundo por míseros 30 x 25, tendo pressionado os sul-africanos nos minutos finais, que se safaram de levar o try da virada tonganesa por um triz.

Para 2011, os ‘Ikale Tahi tiveram sorte. Caíram em um grupo que permitirá que alcancem novamente o terceiro lugar. No entanto, os adversários pela terceira vaga deverão ser muito duros. O Canadá terminou à frente de Tonga na última Churchill Cup, e o Japão tem um histórico favorável diante dos tonganeses, tendo-os derrotado mais de uma vez na Copa das Nações do Pacífico, incluindo na edição 2011, por 28 x 27. No entanto, na mesma competição, Tonga bateu Fiji e Samoa, seus rivais mais badalados, por placares contundentes, para chegar ao Mundial em forma exuberante. Para melhorar a situação, Tonga será enfrentar a França na última rodada, podendo chegar à última rodada com chances de classificação e pronto para jogar tudo em nome da zebra histórica.

As Águias do Mar terão grandes nomes para o Mundial: Soane Tonga’huia, poderoso pilar do Northamrpton Saints (da Inglaterra, finalista da Heineken Cup), Steve Mafi, do Leicester Tigers (da Inglaterra) e Cooper Vuna, dos Rebels (Austrália, Super Rugby). À semelhança de seus vizinhos do Pacífico Sul, Tonga terá como grande desafio transformar um grupo de ótimos jogadores em um conjunto vitorioso, tarefa difícil quando a seleção pode contar poucas vezes ao ano com seus principais atletas em partidas de alto nível. O primeiro passo já foi dado na Copa das Nações do Pacífico, com o vice-campeonato, ainda que sem alguns de seus mais conhecidos atletas.

Uma atração que Tonga levará aos gramados será seu Sipi Tau (ou Kailao), uma dança de guerra semelhante ao haka neozelandês.