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Chegamos ao fim de mais um ano, e com ele, a nossa tradicional retrospectiva do que melhor que aconteceu no Brasil!

O ano de 2012 reservou grandes momentos para o rugby brasileiro, principalmente no que diz respeito às seleções.  A parceria com o Crusaders trouxe uma nova onda de otimismo quanto ao futuro do rugby brasileiro e o número de patrocinadores amealhados pela entidade não deixam dúvidas da seriedade do trabalho realizado pela entidade mandatária do rugby no Brasil. 

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A manutenção dos campeonatos estaduais e nacionais e a estruturação de torneios no Norte e Nordeste também foram pontos positivos para as federações e clubes responsáveis, muito importantes para a consolidação do esporte no Brasil. É fundamental que tal processo continue em 2013.

 

E aí, concordam? Qual foi o destaque do rugby no Brasil na opinião de vocês?

 

Tupis de volta à Série Mundial de Sevens

O ano de 2012 marcou a volta da seleção masculina de rugby a uma etapa da Série Mundial de Sevens, a primeira desde Mar del Plata em 2002. Os Tupis o Las Vegas Sevens em fevereiro, e saíram da competição sem vitórias. Porém, a participação não deixa de ser um marco para o rugby nacional, que pode repetir a dose em 2013, caso consiga vaga no Hong Kong Sevens. Para tal, é necessário que o Brasil se classifique entre os dois primeiros colocados no Sul-Americano de Sevens, que acontece no Rio de Janeiro, em fevereiro.

O Las Vegas Sevens foi ainda a primeira cobertura internacional do Portal do Rugby, que seguiu os Tupis pela cidade e registrou um novo marco na cobertura do rugby nacional.

 

Criação de um circuito permanente de Sevens feminino

As principais equipes femininas do país ganharam um campeonato em 2012. É o Super Sevens, que abriu a possibilidade para os times femininos, especialmente para aqueles fora de São Paulo, de realizar jogos de bom nível técnico ao longo do ano, diminuindo um problema crítico em relação ao rugby feminino: a falta de campeonatos.

Foram realizadas cinco etapas pelos principais pólos do rugby nacional, que proveram às equipes locais menores a chance de participar de um campeonato de alto nível, importante para manter esses grupos menores motivados e cientes das metas que têm que alcançar para jogar de igual para igual com os grandes. O resultado foi decidido na última etapa, com título do SPAC, em casa, após queda precoce do Desterro nas quartas de final.

 

CBRu firma parceria com o Crusaders

No mês de abril, a CBRu deu início àquela que é sua investida mais ambiciosa até o momento objetivo de elevar o Brasil à condição de potência no rugby. A entidade firmou uma parceria (já extendida até 2017) com a mais vitoriosa equipe do país mais vitorioso do rugby mundial, a Nova Zelândia. Os Crusaders aceitaram essa verdadeira cruzada de conduzir todos os projetos ligados ao desenvolvimento e ao alto desempenho nacional, pelo fato de a CBRu apresentar um projeto de longo prazo, algo inédito até então.

Os resultados práticos só serão verificados no começo de 2013 (a vitória sobre o Paraguai e a conquista da série Sul-Americano B pela seleção M18 não devem ser considerado algo extraordinário). Os desafios que provarão a evolução dos Tupis serão o Sul-Americano de Sevens e o Sul-Americano de XV. No primeiro caso, os Tupis têm a chance de se classificarem para a Copa do Mundo de Sevens de 2013, que será realizada em junho, em Moscou, ou ainda para a etapa de Hong Kong da Série Mundial de Sevens. No segundo caso, significa o sonho de ir adiante na classificação para o Mundial, esta sim, uma meta inalcançável nesse momento. 

Saiba mais sobre a Parceria CBRu-Crusaders

 

A inserção do Norte no cenário nacional

A região Norte do Brasil já não é mais uma região inóspita para o rugby. Antes representado praticamente pelas equipes de Manaus (GRUA e Guerreiros Korubo), o rugby do Norte se expandiu para os estados do Pará, Tocantins, Rondônia e Roraima, qe já contam com equipes estruturadas.

Para contemplar esse crescimento, pela primeira vez uma equipe do Norte teve a chance de disputar um campeonato nacional: a Copa do Brasil, tendo o GRUA como representante. A equipe não foi longe, derrotada pelo Goianos, representante do Centro-Oeste logo na primeira partida, mas mostra que os times da região agora tem um horizonte promissor para ambicionar.

 

Parceria do SESI com a Premiership

O Brasil está no foco do rugby mundial, não somente pela condição de receber o retorno do esporte aos Jogos Olímpicos, mas também pelo trabalho sério e de longo prazo que vem desenvolvendo a CBRu. Os progressos se dão tanto nos resultados que estão sendo conquistados pelas seleções como na organização interna.

No mês de setembro, o estado de São Paulo recebeu um grande reforço para ajudar na disseminação do esporte. A FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), mantenedora do SESI, em parceria com o British Council, iniciou o projeto Try Rugby-SP em doze cidades, devendo alcançar cerca de 10 mil crianças de 6 a 17 anos, que ainda terão aulas de inglês.

Saiba mais sobre a Parceria SESI-Premiership

 

Amazonas na Série Mundial Feminina de Sevens

Não é só no Brasil que há um deficit com o rugby feminino. Prova disso é que o IRB criou neste ano a Série Mundial de Sevens Feminina. A competição feminina se iniciou com apenas quatro etapas e 12 times, com as nossas Amazonas sendo convidadas para participar desse grupo seleto. Inicialmente, as brasileiras foram convidadas para as duas primeiras etapas, mas poderão jogar toda a Série se o favoritismo se confirmar e a seleção alcançar o eneacampeonato sul-americano.

 

Eliminatórias da Copa do Mundo, na TV

Em outubro, o Brasil recebeu e venceu o Paraguai na capital paulista em sua primeira partidas das Eliminatórias para a Copa do Mundo de Rugby em 2015. Nenhuma novidade dentro de campo, considerando que o Brasil venceu os últimos confrontos contra os Jacarés. O que chamou a atenção nesse caso foi a cobertura televisiva do evento, que de quebra contou com a presença da Taça William Webb Ellis e ainda levou um público de quatro mil espectadores ao estádio do Nacional. Sem dúvida, a decisão de levar a partida para um estádio na capital paulista se mostrou acertada.

 

São José e SPAC seguem dominando o rugby nacional


O Portal do Rugby já apontou o domínio dessas duas equipes no rugby nacional em nossa retrospectiva de 2011e nesse ano, se os resultados se mantiveram, a trajetória foi mais turbulenta. O São José perdeu sua invencibilidade de mais de dois anos para o Pasteur, que também quebrou a sequência de oito títulos estaduais dos joseenses, mas no Super 10, o título foi mais uma vez para o interior paulista. No entanto, como observamos no fim do ano passado, o SPAC seguiu crescendo e deu muito trabalho na grande final.

O Bandeirantes por sua vez, sofreu com baixas em seu elenco e não seguiu as expectativas criadas a partir das performances verificadas no último ano, desabando para a oitava posição no Super 10, além de não ir tão bem no feminino, terminando o Super Sevens na quinta posição. O Farrapos por sua vez, fez o caminho inverso, alcançando a quinta colocação nacional em seu segundo ano na elite.

Na Copa do Brasil, tivemos uma final inédita, e o Tornados conquistou o primeiro título nacional de sua história, mas não foi páreo para o BHRugby, que se manteve no Super 10 para o ano de 2013. A final foi contra o Alecrim (RN), tirando do isolamento e mostrando a força do Nordeste, que mostrou ótima organização com a realização da Liga Nordeste, um torneio de longa duração proporcionando aos clubes um calendário consistente de jogos.